Fanfic: Nossa Filha Mimada - Terminada | Tema: Vondy

Peoples do meu tum tum, postando aki!*-*

Dulce e Christopher levaram Mary para casa, e depois seguiram em completo silencio... Dulce olhava pela janela distraída, perdida nos próprios pensamentos. Não entendia por que sua vida tinha que ser tão complicada desde que nasceu. Sua mãe parecia completamente absorta do mundo, sempre colocava seus costumes e devoção acima de tudo, e aquilo a machucava demais, sempre a machucou. Mas ela não iria mais chorar por causa disso, já não bastava as varias vezes que chorou quando era pequena, quando sua mãe a trancava no quarto e a obrigava a rezar. Sentia certa magoa de Blanca, e isso não seria apagado tão cedo.

No banco detrás, Selena olhava a mãe desconfiada. Será que Dulce tinha ficado chateada? Ainda não tinha falado nada desde que saíram da casa de Blanca.

- Meu amor, o que acha de almoçarmos? – Christopher perguntou tentando amenizar o clima. – Podemos parar em algum lugar...

- Claro bebê, mas eu nem estou com fome. – deu um sorrisinho de canto.

- Nós vamos e você come um pouquinho, depois podemos ir pra casa.

Ela apenas assentiu voltando a olhar para fora.

- Mãe? – Dulce se virou pra ela. – Você ficou triste com aquela velhota né?

Dulce sorriu da cara de sua filha.

- A gente conversou meu amor, mas eu acho que não adianta eu fazer muita coisa, minha mãe vai ser daquele jeito sempre...

- Bem, mas não fica desse jeito... – ela pediu. – É estranho ver você assim.

- Ok, eu vou ficar bem.

Selena assentiu e Christopher sorriu ao ver que as duas estavam realmente dando uma trégua de confusões. As levou para um restaurante que ele particularmente amava. Era muito fino e a comida era excelente.

- Eu amo esse restaurante! – Selena dizia enquanto se caminhavam para dentro do recinto. – Sempre venho com o papai.

- Deve ser muito bom mesmo! – Dulce disse olhando ao redor. – Eu nunca vim nesse.

- É ótimo não é papai? – a menina perguntou.

- Sim filha. – ele escolheu uma mesa afastada, e se encaminharam pra lá.

Não demorou em que o mitre viesse atendê-los e os pedidos chegaram em seguida.

Agora Dulce entendia por que Selena dizia que não comia qualquer coisa, a comida dali era muito boa. Mas nem conseguiu comer muito, estava com o estomago embrulhado.

- Não vai mais comer amor? – Christopher murmurou. Selena tinha ido ao banheiro.

- Eu não estou com muita fome... – suspirou riscando de leve o garfo no prato. – Na verdade eu não tou nem um pouco bem... Acontece que não quero que minha filha se sinta culpada, entende?

- Eu vou conversar com ela, meu amor... – ele passou a mão no braço dela, tentando consola-la.

- Não Chris... – Dulce deu um sorriso de canto. – Com isso ela demostrou pela primeira vez que se importa comigo. E esse é o único ponto bom em tudo isso. E eu estou de certa forma, orgulhosa por ela, foi muito corajosa ao ir atrás da minha mãe, ela nem conhecia, nem sabia onde morava e mesmo assim foi atrás...

- Mas isso te deixou assim, te deixou mal Dulce.

- Bebê... Eu teria que conversar com mamãe a qualquer momento, ou eu iria procura-la, ou iria encontra-la em algum lugar... Selena só adiantou um pouquinho isso. E foi na melhor das intenções... Eu tenho certeza que ela não queria me ver sofrer.

- Eu tenho certeza que não... – deu um beijo na cabeça dela. – Sei que ela tem um coração muito grande, mas às vezes faz as coisas por impulso, como fez hoje.

- Eu agradeço a ela, apesar de não ter sido um momento lá muito agradável, foi bom rever minha mãe e deixar claro tudo o que eu sofri por culpa dela. – enxugou uma solitária lagrima que descia por seu rosto. – E eu vou superar não se preocupe. – abriu um sorrisinho e depois deu um selinho nele. – Já passei por coisas piores e me recuperei.

- Eu te amo... – ele sussurrou a puxando para outro beijo.

- Também te amo, amor... – disse contra os lábios dele. – Aí vem a Selena...

Os dois se separaram e observaram a menina se sentar. Voltaram a conversar e esperaram Selena terminar de comer. Depois se foram.

- Tem certeza que não quer ficar com a gente? – Christopher perguntou assim que desceram do carro.

- Não bebê. – ela disse descendo também. – Acho que preciso de um momento sozinha, pra colocar as ideias no lugar, eu estou meio nervosa.

- Claro que sim... – ele assentiu. – Mas prometa que vai ficar bem. – disse repreensivo.

- Sim, senhor. – ela brincou. – Posso falar com Selena um pouquinho? – ela perguntou, observando a menina que estava encostada ao carro, apenas olhando os pais.

- Tudo bem, então amanhã a gente conversa? – ele a encarou sentindo algo estranho dentro de si.

- Conversamos. – ela assentiu mordendo o lábio.

- Eu te amo. – ele disse indo até ela e lhe roubando um beijo preciso. Selena rolou os olhos. – Me promete que vai ligar quando chegar em casa?

- O que é isso Ucker? – a ruiva murmurou. – Por que isso agora?

- Só me promete!

- Eu prometo. – ainda confusa enquanto ele lhe dava um selinho demorado. – Te amo. – sorriu.

Ele assentiu e saiu com a mão no bolso e o coração descompassado.

- O que queria conversar comigo? – Selena disse, se desencostando do carro.

- Só queria te agradecer por se importar comigo. – a ruiva disse humildemente. – Isso mostra que você não me odeia tanto não é? – disse dando um sorriso triste.

- De nada, mas eu acho que você não ficou muito bem depois do que eu fiz... Sei lá, sua mãe é doida.

- Eu fiquei sim, muito abalada. – Dulce explicou. – Mas isso não tem nada a ver com o que você fez, minha mãe me fez lembrar coisas chatas e tristes, apenas relembrar e revê-la me deixaram mal, mas eu acho que é normal. – franziu a sobrancelha.

- Você a odeia não é? – Selena perguntou arregalando os olhos.

- Eu não sei, acho que não. – abraçando o próprio corpo. – Eu não entendo por que ela me mandou embora... – com algumas lagrimas. – Mas eu acredito que foi o que ela achou certo.

- Acho que se voltasse ao passado jamais teria feito o que fez com meu pai, assim eu não existiria e sua mãe não te mandava embora.

- Eu não me arrependo de ter feito amor com seu pai, e se eu voltasse ao tempo, desmentiria tudo de mal que tinha feito, como ter me envolvido com drogas e abandonado você. – acariciou os cabelos da filha. – E me arrependerei até o ultimo dia da minha vida por isso... – a abraçou apoiando o queixo na cabeça dela. – Mas faria exatamente tudo outra vez, por que você sempre foi o mais importante pra mim. E poderia ficar na rua o tempo que fosse.

- Você pensou em me abortar?

- Em nenhum momento... – deu um beijo nos cabelos dela. – Jamais filha...

Ela sorriu com a resposta da mãe e afagou a cabeça se acomodando nos seios de Dulce e sentindo o calor e o cheiro da ruiva, era tão bom ter uma mãe pra abraçar.

- Me perdoa por ter ido atrás dela e metido onde não devia... Ela não merece que chore por ela. – Selena murmurou com pena.

- Eu sei que não, mas você não tem nada a ver com isso, e fez por que queria me ver feliz. – apertou o nariz dela fazendo-a a encarar. – E não estou mal por sua culpa, como eu te expliquei é a situação. Entende? – Selena assentiu abraçando-a outra vez fazendo Dulce sorrir com isso.

- Mas você promete que vai ficar bem? – a menina perguntou preocupada.

- Mamãe promete. – piscou dando um beijo em seguida na bochecha dela. – Eu te amo muito...

Selena apenas assentiu, ainda não estava preparada pra dizer com palavras que a amava, apesar de sentir que já amava aquela ruiva intrometida com todo o coração. Ela era a pessoa mais determinada que ela já conheceu e agora sabia de onde tinha herdado todo seu gênio. Dulce suspirou com certa frustração, mas mesmo assim entendeu Selena ainda não se sentia a vontade para dizer certas coisas e ela entendia perfeitamente, não iria pressiona-la.

- Bem, eu vou indo ok? – Selena assentiu. – Não quero que fique se sentindo culpada por isso...

- Não me sentirei. – a menina disse.

- Ok. – a abraçou outra vez e Selena não queria mais soltá-la. Ficou dois minutos seguidos abraçando-a sem que ela se desse conta disso, depois pareceu acordar pra vida e se separou da mãe.

- Er... Tchau! – disse ela tentando parecer indiferente.

- Tchau filha... Não esquece que te amo ok?

- Ok. – Dulce lhe deu um beijo e saiu.

A ruiva entrou no carro com um sorriso alegre, sabia que sua filha já estava amolecendo a respeito dela, e sabia com todo seu coração que não demorariam a se acertarem completamente, ela queria isso mais do que tudo no mundo.

Saiu da casa de Christopher e ligou o radio, precisava manter a mente

ocupada para não pensar tanto em Blanca e seus problemas... Mas não conseguia simplesmente esquecer e ponto, não dava, simplesmente não dava, o que ela mais queria era que sua mãe assumisse o erro e dizer que se arrependia por tê-la feito tanto mal, mas sabia que isso não iria acontecer. Observou as horas e viu que eram três da tarde, queria apenas tomar um banho e dormir, esquecer-se desse dia tão complicado e difícil.

Fez a curva e sentiu um carro empurrar o seu a direção contraria, arregalou os olhos e deu um grito ao sentir seu carro capotando. Não ouviu nem viu mais nada, apenas sentiu uma pontada forte em sua cabeça e apagou.

Selena estava em seu quarto, na internet.

Conversava com suas amigas e via seu twitter, estava rindo de algo quando seu pai entrou com lagrimas nos olhos, ela não entendeu nada e foi até ele, que apenas a abraçou com força caindo no choro.

- Papai? – ela murmurou confusa. – O que foi o que aconteceu?

- Filha... Senta aqui. – ele a puxou até a cama, ela sentou e ele sentou a frente dela em um pufe.

- Papai me explica você tá me deixando assustada... – sentindo medo. – aconteceu alguma coisa com a vovó?

Ele apenas negou com a cabeça, e voltou a chorar.

- Sua mãe sofreu um acidente. – ele disse e ela arregalou os olhos. – É foi muito feio, não sabemos se irá sobreviver.

Selena deu um grito de horror e começou a chorar, não podia ser, não podia ser.

- Não é verdade papai. – dizia batendo de leve no peito do pai enquanto chorava. – Ela não sofreu nada, eu conversei com ela e ela me prometeu que... – soluçando. – Que iria ficar bem!

- Filha...

Ele a abraçou com lagrimas.

- NÃO! – ela se jogou na cama e começou a chorar. – Eu quero a minha mãe! – soluçando. – Ela não pode morrer papai... – chorando muito. – Não pode morrer, logo agora que eu tenho uma mãe ela não pode morrer.

- Filha fica tranquila... – ele tentava acalmá-la. – A mamãe não vai morrer meu amor, vamos ter fé que ela vai ficar bem ok?

- Não... – ela negava com a cabeça. – Vamos pra lá papai, eu quero ficar perto dela.

- Vamos filha... Mas fica calma ok?

Selena não respondeu apenas saiu com ele. Alexandra assim que viu a neta a abraçou com força, sabia que estava sendo difícil para ela. Christopher estava arrasado e sabia que ele não conseguiria esconder isso, sempre fora muito aberto a seus sentimentos e dava de notar a léguas de distancia quando ele estava mal.

Alexandra dirigiu até o hospital, e a espera de noticias foi angustiante, não se lembra de ter visto Selena chorar tanto. Logo o doutor apareceu por fim.

- Parentes de Dulce Maria? – ele perguntou com uma prancheta na mão.

- Ela é minha mãe... – Selena murmurou pulando na frente do homem.

- Ela é minha namorada.

- Ótimo, então posso falar com você. – Christopher assentiu.

- Bem a situação da sua namorada está muito grave, eu não vou mentir pra você. Ela teve um traumatismo craniano bastante serio, e teve o estomago e os intestinos perfurados por um caco de vidro causando assim uma hemorragia. – Christopher negou com a cabeça, meu Deus, como aquilo pode acontecer?

- Mas quais serão os procedimentos? – ele sussurrou.

- Vamos opera-la e a operação é bastante arriscada, por isso precisamos que assinem essa clausula de responsabilidade. Se ela não tiver mais nenhum familiar pode ser você mesmo.

- É... – ele suspirou lembrando-se de Blanca. – Ela não tem mais ninguém... – disse com lagrimas. – Eu assino, não se preocupe.

- O medico assentiu.

Selena apenas chorava, não estava acreditando naquilo, só podia ser um pesadelo!

- Doutor... – a menina chamou a atenção do homem. – Promete que ela vai viver, promete, por favor... – os soluços eram fracos.

O doutor sentiu um aperto no peito ao ver aquela menina chorando. Mas ele não podia esconder nada.

- Eu vou fazer o possível e o impossível, mocinha. – acariciou os cabelos dela e saiu, sentindo sua responsabilidade dobrar, não podia deixar aquela menina sem sua mãe. Não demorou a que Anahí chegasse desesperada, precisava de noticias de sua amiga. Alexandra a explicou a situação deixando a loira com o coração na mão.