Fanfic: Paixão do Outro Mundo *Adaptada AyA* (Cancelada) | Tema: Ponny

Ele estabelecia um diálogo com ela através da melodia. Falava-lhe de conceitos, pensamentos e sentimentos. Anahí jamais presenciara uma abordagem como aquela. Em cada nota, Alfonso atingia seu âmago e a desarmava, despertando-lhe um júbilo havia muito esquecido.

Eram sensações que experimentara na infância: a vontade de rir sem reservas no resplendor da inocência, o ímpeto de dançar e cantar até se fartar. Era como se o ar se enchesse de deleite e poesia.

Alfonso sentia-se exultante sem saber por quê. Quando a música terminou, estava atônita.

— Como você fez isso?

— Fiz o quê? — ele perguntou, recolocando a flauta sobre o consolo da lareira.

— Como conseguiu tocar minha música com tanta perfeição? Alfonso deu de ombros, com displicência.

— Tenho bom ouvido.

— Você estudou em algum conservatório?

— Não. Digamos que eu tenho facilidade para tocar da mesma forma como você tem para curar. Aprendi com meu pai, que por sua vez aprendeu com meu avô, e assim por diante…

— Que instrumentos você toca?

Alfonso não respondeu de imediato. Primeiro, apanhou dois pratos sobre a pia.

— Qualquer um. Sempre fui muito curioso. Foi a primeira vez que toquei flauta, por exemplo. — Ele ofereceu-lhe um prato e sentou-se ao lado dela. — Achei muito interessante. É um instrumento delicado.

Anahí olhou-o, incrédula. Com a pele bronzeada e o corpo atlético, Alfonso não fazia o gênero intelectual. Ainda assim, tinha uma íntima relação com a música, sendo capaz de ouvir uma melodia e reproduzi-la com a mais pura emoção.

Incapaz de tecer qualquer comentário, ela olhou para o prato.

— O que é isso?

— Pão de centeio e pasta de pimentão com cogumelos — ele informou.

Anahí examinou o sanduíche, mas não o tocou.

— É uma combinação exótica.

— Também acho — Alfonso disse, orgulhoso. — Se não se importa, vou começar a comer. Estou faminto. Eu poderia comer um foi inteiro. Digo, boi.

— Não faça cerimônia.

Ele mordeu o pão com vontade e mastigou rapidamente.

— Não é nada mau. Aliás, está delicioso…