Fanfic: Paixão do Outro Mundo *Adaptada AyA* (Cancelada) | Tema: Ponny
Quarta-feira era o dia das vagens. Alfonso fazia a colheita, enquanto Anahí as escaldava em água fervente com sal e as guardava em grandes vidros, que ia enfileirando num aparador de madeira. Alfonso executava suas instruções à risca, e com inopinada destreza. Lavava as vagens em água e vinagre e cortava bem rente as extremidades. Depois colocava-as em vasilhas dispostas meticulosamente sobre a mesa. Em mais de uma ocasião, Anahí virara-se para fazer algo e descobrira que Alfonso havia se antecipado e feito o trabalho por ela.
Alfonso estava sendo uma ajuda e tanto. Por outro lado, era preciso confessar que ele também tirava-lhe toda a concentração. Quando a tarde já ia pela metade, por exemplo, tirou a camisa para ficar mais à vontade. A visão de seu peito nu, reluzente de suor, perturbou-a tremendamente. Mas quem poderia culpá-lo por isso? Trabalhava sob um sol tórrido e era natural que sentisse calor.
Mas Anahí estremecia quando Alfonso se aproximava. E se ressentia quando ele não estava por perto. Era um tormento. Jurara a si mesma que não ficaria a olhá-lo furtivamente. Seus olhos, porém, a traíam. E suas pernas também, pois insistiam em levá-la para junto dele, sob os pretextos mais fúteis. Veio a noite. E, com ela, um quarto crescente no céu, que esparramava o tênue luar sobre a terra. Os dois sentaram-se na varanda. Bebiam chá gelado, desfrutando um merecido descanso.
— O que você espera da vida? Quero dizer, num futuro mais distante — Alfonso perguntou.
Ela refletiu um pouco e concluiu que o que estava por vir era uma incógnita.
— Não é possível falar em metas para um futuro distante. Um objetivo que hoje é absolutamente plausível pode parecer sem sentido amanhã. Coisas imprevistas acontecem, e as metas mudam. — Anahí riu. — Pelo menos, era o que dizia minha mãe. Ela acreditava que uma grande tempestade varreria a ilha e alteraria toda a sua conformação.
— E você, o que pensa disso?
— Acho muito improvável. Nem o efeito estufa e o aumento gradual do nível do mar poderiam causar uma catástrofe dessas proporções. Alfonso inclinou-se para a frente e lançou-lhe um olhar terno.
— Você não existe, sabia, Anahí? Vive isolada nesta ilha e, no entanto, é capaz de conversar sobre todos os assuntos. A cada dia você me surpreende mais.
— Isso não é nenhuma proeza. Não tenho acesso aos jornais do dia, mas ouço o rádio, vejo tevê, leio livros. Esse são os meus canais de informação.
— Notei que há livros muito antigos na sua estante. Pertenciam à sua mãe?
— Sim. Ela gostava muito de clássicos. Os Irmãos Karamazov era o seu romance predileto. Releu-o inúmeras vezes.
Autor(a): Bela
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No silêncio da noite, um grilo começou a cricrilar. O ar estava fresco e agradável, pontilhado de vagalumes que iam de um lado para outro, como minúsculas lamparinas guiadas por mãos invisíveis, derramando centelhas de luz esverdeada por onde passavam. — Fale-me mais de sua mãe. Como ela morreu? — Ficou do ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 114
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anywhen Postado em 09/01/2012 - 14:48:48
Possssta maisss!
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mileponnyforever Postado em 25/12/2011 - 21:47:35
Feliz natal!!! posta mais:)
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mileponnyforever Postado em 25/12/2011 - 21:47:35
Feliz natal!!! posta mais:)
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mileponnyforever Postado em 25/12/2011 - 21:47:34
Feliz natal!!! posta mais:)
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jl Postado em 16/12/2011 - 16:08:01
Esperando o/
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jl Postado em 16/12/2011 - 16:08:00
Esperando o/
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jl Postado em 16/12/2011 - 16:08:00
Esperando o/
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jl Postado em 16/12/2011 - 16:07:59
Esperando o/
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sophia Postado em 04/12/2011 - 11:16:29
maisssssssssssssssssssssssssssssssssss
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jl Postado em 02/12/2011 - 10:35:11
O jeito é esperar neh '-' =/