Fanfic: Paixão do Outro Mundo *Adaptada AyA* (Cancelada) | Tema: Ponny
No silêncio da noite, um grilo começou a cricrilar. O ar estava fresco e agradável, pontilhado de vagalumes que iam de um lado para outro, como minúsculas lamparinas guiadas por mãos invisíveis, derramando centelhas de luz esverdeada por onde passavam.
— Fale-me mais de sua mãe. Como ela morreu?
— Ficou doente.
— Como?
— Não sei. Simplesmente adoeceu. — Anahí sorveu um gole de chá, pouco à vontade. Raramente relembrava a morte da mãe, pois isso a frustrava e causava-lhe uma terrível sensação de impotência. Nessas horas, sentia-se pequena e miserável. — Ela parou de comer e passava os dias prostrada. Era como se as suas energias estivessem se esvaindo pouco a pouco. Tentei tratá-la de todas as formas, mas nada funcionava. Sugeri que procurássemos um médico no continente, mas minha mãe se recusou a me acompanhar. Pesquisei várias ervas e testei novos recursos. Nada adiantou. Ela foi ficando cada vez mais fraca e, numa manhã, quando fui acordá-la, estava morta. Nem tive chance de me despedir dela.
— Eu sinto muito — ele murmurou, após uma pausa. Não havia muito mais a dizer.
— Foi difícil para mim. Não compreendia e não compreendo até hoje o que aconteceu. Ela sempre foi saudável. As poucas vezes que adoeceu, soube como se tratar. Só que daquela vez, não conseguiu se curar. E eu não tive competência para salvá-la.
As lágrimas rolaram por seu rosto devagar. Logo, Anahí foi sacudida por soluços. Baixou a cabeça e encolheu-se.
— E você se culpa pela morte dela? — Havia uma nota de incredulidade na voz de Alfonso.
— É claro que me culpo. Ela me ensinou a arte de curar, e fui incapaz de salvá-la. Quando minha mãe mais precisou de mim, eu falhei.
— Ela tampouco soube como se tratar. Por que, então, você se culpa? Talvez o seu mal fosse incurável.
— Ela ficava me dizendo que havia chegado sua hora. Eu não a entendia. Era jovem demais para morrer. Tinha só quarenta anos…
Anahí meneou a cabeça, inconformada, com os olhos perdidos na floresta e o copo esquecido na mão. A indignação voltava a acossá-la, tão vivida como naquela manhã em que sua mãe falecera.
— Você acredita na vida depois da morte? — Alfonso perguntou.
— Não sei — ela respondeu, num fio de voz.
— E sua mãe?
— Sim. De uma certa forma, parecia ansiosa para morrer. E foi isso que mais me magoou.
— Acha que sua mãe estava ansiosa para abandonar você? Não, Anahí. Às vezes, quando uma pessoa sabe que o seu fim está próximo, tende a desejar que essa etapa se cumpra logo.
— E você? Acredita na vida após a morte?
— Acredito. Mas tenho um conceito diferente para a morte. Eu a defino como uma mudança de forma, nada mais que isso.
Autor(a): Bela
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Ela soluçou. Enxugou o rosto e olhou-o, com expressão interrogativa. — Uma mudança de forma? — Sim. Do plano físico para o não-físico. O espírito deixa marcas nas pessoas que permaneceram vivas. — Isso não é exatamente vida depois da morte, Alfonso. — Ela ensaiou um sorriso. — &Ea ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 114
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anywhen Postado em 09/01/2012 - 14:48:48
Possssta maisss!
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mileponnyforever Postado em 25/12/2011 - 21:47:35
Feliz natal!!! posta mais:)
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mileponnyforever Postado em 25/12/2011 - 21:47:35
Feliz natal!!! posta mais:)
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mileponnyforever Postado em 25/12/2011 - 21:47:34
Feliz natal!!! posta mais:)
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jl Postado em 16/12/2011 - 16:08:01
Esperando o/
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jl Postado em 16/12/2011 - 16:08:00
Esperando o/
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jl Postado em 16/12/2011 - 16:08:00
Esperando o/
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jl Postado em 16/12/2011 - 16:07:59
Esperando o/
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sophia Postado em 04/12/2011 - 11:16:29
maisssssssssssssssssssssssssssssssssss
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jl Postado em 02/12/2011 - 10:35:11
O jeito é esperar neh '-' =/