Fanfic: A BITE TO REMEMBER (Uma Mordida Inesquecível) `adaptada` | Tema: Vondy

Aos Novos leitores... Sejam bem vindos!

— E entre isso e o início do surto de anemia?

— Três ou quatro dias, talvez. Mas então eles começaram a cair como moscas, um depois do outro.

Dulce meneou a cabeça e fez outra anotação.

— Os incidentes foram ficando cada vez mais próximos — Christopher percebeu.

— Sim — concordou Dulce, depois se levantou e saiu da cozinha. Sentiu, mais do que ouviu, Christopher vindo atrás dela. O homem era tão silencioso quanto uma sombra.

Encontrou Pedro Damián na sala, supervisionando o traba­lho nas janelas e portas dali.

— Quanto tempo falta para terminar? — Dulce perguntou, parando ao lado do sujeito.

— A maior parte será terminada ainda esta noite. O térreo, pelo menos. Teremos que voltar amanhã para terminar com. o primeiro andar — ele respondeu prontamente.

Dulce assentiu.

— E o portão?

— Já está pronto — asseverou ele.

— Fechado e trancado?

Pedro estreitou os olhos, obviamente percebendo que ela não estava só puxando assunto.

— Deixei aberto para que os homens pudessem entrar e sair. Já vou pedir para que fechem.

Satisfeita, Dulce seguiu adiante, levando Christopher para fora da sala exatamente quando Luis abria a porta da cozinha para procurá-los.

— O jantar está pronto — o gigante anunciou. Assentindo, ela forçou-se a não correr até a cozinha.

Estava faminta, e muito feliz que Luis soubesse cozinhar. Tinham come­çado a trabalhar para seu pai no mesmo verão, e desde então estavam juntos. A maioria das pessoas achava que o tamanho de Luis tinha sido o fator decisivo, e Fernando Saviñón esperava que o gigante pudesse manter sua filha a salvo. Mas Dulce sabia que não era bem assim. A personalidade dele fora o principal. Com todo aquele tamanho, ou talvez por causa dele, Luis era a pessoa mais tranqüila e calma do mundo. Um contraste extremo com a atitude dela, hiperativa, impaciente, prática e sempre pronta a se provar para o mundo. Luis era sua rocha, acalmando-a quando perdia a paciência, deixando-a mais gentil quando se mostrava dura demais. Eram amigos, e embora fosse sua chefe, ele ainda a cutucava quando começava a ficar um tanto tirânica. Era algo que ela sabia precisar.

— Ah, luis, isso parece maravilhoso! — Christopher elogiou, seguindo Dulce para a cozinha e vendo a comida na mesa.

— Fiz carne e vagens ao molho de soja: — disse Luis, modes­tamente. — Era rápido e fácil.

— Hum... — Christopher puxou uma cadeira para Dulce. — Bem, o cheiro está delicioso.

Dulce o espiou com suspeita, enquanto se sentava no lugar tão gentilmente oferecido. Ainda não acreditava que o vampiro consumisse comida normalmente. O sujeito não tinha nem uma colher de chá na cozinha!

Christopher sentou-se em frente a ela, que se servia de uma boa porção de vegetais e carne. Em seguida, ofereceu a ele a travessa para se servir, enquanto Luis colocava um copo de água ao lado de cada um.

Ele se serviu antes de passar a travessa para o gigante, que se juntava a eles à mesa. Luis e Dulce observaram enquanto Christopher levava a primeira garfada à boca. A expressão dela era cínica; a dele, expectante.

A primeira reação de Christopher foi de surpresa ao fechar os lábios ao redor da comida. Em seguida seu rosto se iluminou de prazer.

— Isto é bom!

Luis relaxou na cadeira; Dulce balançou a cabeça. O homem não costumava comer, de jeito nenhum. Podia apostar sua vida nisso, mas não fez comentários, limitando-se a jantar. Estava mesmo muito bom.

Dulce terminou primeiro, apressada como fazia com todo o resto, sempre fazendo tudo rápido para passar à próxima tare­fa. Luis, claro, comia como vivia, saboreando cada momento e calmamente aproveitando tudo. Christopher estava em algum lugar no meio do caminho, engolindo tudo a princípio, depois ficando mais lento ao ficar satisfeito. Se não tivesse comido por déca­das, como ela suspeitava, seu estômago devia ter encolhido, pensou, mas não disse nada. Era ele quem insistira que comia, podia sobreviver às conseqüências.

Dulce agradeceu Luis pela refeição, levantou-se e levou seu prato até a pia e o enxaguou antes de colocar na lavadora. Olhou para a cafeteira, e se alegrou ao vê-la cheia.

— Ah, Luis, você é um anjo! — disse com um sorriso, encon­trando uma das novas xícaras e se servindo. — Alguém quer café?

— Eu, por favor — Luis pediu, terminando seu prato e fican­do de pé. — Fiz sorvete para a sobremesa.

— É mesmo? — ela perguntou, interessada, procurando a máquina de sorvetes.

— Eu pego — insistiu ele, enxaguando seu próprio prato.

— Leve as xícaras para a mesa.

Deixando-o ali, Dulce obedeceu. Christopher não pedira por um, então ela não o servira.

— Prontinho! — Luis colocou um pratinho de sorvete em frente a ela e anunciou: — Chocolate com cerejas.

Dulce pegou a colher e tirou um pouco, gemendo de prazer quando sentiu o sabor.

— Está bom? — Christopher perguntou.

Ela assentiu, engolindo, depois provocou:

— Sem sobremesa até acabar seu jantar! Honestamente, ele pareceu tão decepcionado quanto uma crian­ça ao ouvir aquilo, mas continuou sua refeição, determinado.

— Ele não tem que limpar o prato! Pegou comida demais. — Luis recolheu o prato pela metade de Christopher, substituindo-o por um de sorvete. — Coma.

Christopher sorriu para o gigante, e pôs-se ao trabalho com o sorvete.

Dulce fez uma careta quando ele suspirou de prazer.

— Srta. Saviñón?

Ela se moveu na cadeira e olhou por sobre o ombro para Pedro Damián, que tinha colocado a cabeça para dentro da cozinha.

— Um carro seguiu um dos homens pelo portão quando ele voltava de seu descanso. Tem uma mulher procurando pelo sr. Uckermann.

Dulce se levantou para dar uma olhada na mulher que esta­va procurando Christopher, dando de cara com uma morena alta e curvilínea que tirou Pedro Damián do caminho e entrou na cozinha. Dulce a encarou: a mulher era linda. Também parecia extremamente familiar, mas só entendeu porque quando Christopher exclamou:

— Tia Lucero!

Esta era Lucero Uckermann, mãe de Christian e tia de Christopher. Havia um retrato seu na sala do apartamento de Christian em Nova Iorque. Dulce o encontrara lá uma ou duas vezes, e sempre acha­ra a mulher do retrato fascinante, com seu vestido medieval e olhar distante. Era ainda mais bonita pessoalmente e, a despeito de saber tanto sobre os imortais, Dulce ainda tinha dificuldades em aceitar que ela tinha mais de setecentos anos.

Embora fosse mais velha que Christopher, ainda era muito jovem para os padrões imortais. A história deles era anterior à história escrita, datando da Atlântida e, de acordo com os arquivos de seu pai, ainda havia pelo menos um punhado de imortais que tinham realmente fugido da queda da cidade.