Fanfics Brasil - Capítulo 2 Papai cowboy - vondy - adaptada - TERMINADA

Fanfic: Papai cowboy - vondy - adaptada - TERMINADA | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 2

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Quantos coments *-* adoro isso!!!


 


Muito obrigada a:


Thaila, Lucas, kamilla13 (posso te chamar de kami? Preguiça de digitar... rsrs), Cherry [chega mais :) ], Leticia (fresca? : ( o que eu fiz???), Paty, Dulyuckervondy (pessoa esperta!!! rsrs), Candymary (você já vai ver : ) kkk) e a Asilarafaelaernestinapaulino (algum nome menor plixxxxxxx??? *-* kkkk)


 


CAPITULO II


 


Ele sabe!" Um calor subiu às faces de Dulce. Os sons das pessoas abando­nando o local da festa enchia-lhe os ouvidos. O choque quase lhe fez parar a respiração.


Seu mais querido desejo, e nesse instante maior medo, havia se tornado realidade em um simples balançar de papel. E tudo por sua culpa. A foto que usara para deslanchar sua nova carreira tinha revelado o que três anos de choro, procura e orações não haviam conseguido.


Christopher sabia sobre a criança. Agora, tudo o que Dulce planejara para o futuro encontrava-se em risco.


Mil perguntas lhe afloraram à mente, tão rápidas que não lhe permitiam uma conclusão sobre o que iria acontecer. O que Christopher desejaria? Dissera-lhe que sua esposa não trabalharia fora, então poderia concluir que tal ideia seria mais decisiva para a mãe de sua filha. Disputaria a custódia de Angel agora que Dulce escolhera trabalhar?


Seus olhos pousaram sobre o retrato da precoce menina com tantos atributos físicos de Christopher e todas as nuances de sua incrível disposição.


Decerto, Christopher não viera a fim de tirar a criança de seus braços. Não faria isso. Seu coração batia lento, como se pesado e cauteloso. Faria?


Dulce ergueu o queixo, concentrando-se em parecer autoconfiante.


—Não creio que devamos ter essa conversa sem a presença de nossos advogados, Christopher.


Christopher abaixou o braço, até então estendido em sua direção. .— Por que precisaríamos de advogados para você de­volver minhas botas?!


—Botas?! — Dulce piscou repetidas vezes, procurando juntar as peças do quebra-cabeça.


Christopher nada sabia sobre a filha. Havia vindo para re­clamar a posse de um antigo par de calçados, e não da única filha de seu sangue.


Meneando os quadris, Dulce levou uma das mãos em concha ao ouvido, enfatizando seu sarcasmo.


—Desculpe-me, mas você disse... botas?


—Sim, isso mesmo. — Ele deslocou o peso para a outra perna, um arremedo de sorriso surgindo em seus lábios. — Não tente negar que sejam minhas, Dulce. A prova está neste papel, nesta fotografia.


Christopher estendeu o panfleto mais uma vez diante dela.


Dulce fingiu examinar o que lhe era apresentado, mas seu olhar se voltara para a vida real. Um pouco mais adiante, Angel, sobre os ombros do avô, acenava um ale­gre até logo para as pessoas. Nesse meio-tempo, cada larga passada de Fernando Sanviñon a trazia para um de­sastroso confronto.


Não havia um minuto a perder. Diria a Christopher que nunca pedira a anulação do casamento, e que agora queria o di­vórcio. E, lógico, contaria sobre a filha deles, e até concor­daria que os dois, Christopher e Angel, tivessem seus encontros. Aí, de alguma maneira, encontraria forças para lidar com as consequências desses encontros forçados.


—Você está certo, Christopher, são suas botas. — Observou os arredores, deu alguns passos pela varanda e desceu um degrau, induzindo Christopher a segui-la e a afastar-se da figura do senhor e da criança que se aproximavam. — Perdoe-me por tê-las usado sem sua permissão, mas não sabia onde encontrá-lo para pedi-la.


Bem...


Quero dizer, você sempre devolveu minhas cartas sem abrir, certo? — Lançou um novo olhar para a pai­sagem, ciente de que Fernando e Angel estariam ali em alguns segundos. — Você devolveu cada uma que lhe enviei.


Christopher a encarava, a respiração pesada, um tremor ner­voso na maçã esquerda do rosto.


Bom, ela pensou, talvez não tivesse conhecido Christopher a ponto de ter uma vida com ele, mas uma coisa era certa: caso deixasse bem claro que não o queria por perto, ele iria embora, com toda a certeza.


—Não consigo acreditar que, depois de todo esse tempo, você tenha feito essa viagem para buscar um velho par de botas, Christopher. — A brisa da noite brincava em seus cabelos, enquanto Dulce descia os últimos degraus da varanda de tijolos aparentes da casa. — Isso tudo é muito ridículo. Por que não o acompanho até seu cami­nhão e marcamos outra hora para conversar?


Christopher não se deixou levar com facilidade. Dulce quase gelou ao virar a cabeça e ver que ele não a seguira.


Você veio dirigindo, não é mesmo? Não me recordo de ter visto nenhuma caminhonete com suspensão dupla e um reboque para touros teimosos estacionada.


A única teimosia que há por aqui, Dulce querida, parece ser o que sai de seus lindos lábios. — Christopher plan-tou-se nos degraus da escada e cruzou os braços sobre o fresco algodão da camisa.


Eu? — Amaldiçoou no mesmo instante a surpresa em sua voz, agradecendo, por outro lado, por ser apenas isso o que a traía.


Mais um longo olhar para Christopher Uckerman encheu-a de calor e deslumbre.


—Não sei se estou lisonjeada por pensar que sou tão astuta que ousaria medir forças com um tigre dos rodeios como você, ou brava pelo fato de que não respeita meus desejos. Permita que o acompanhe...


   Não há necessidade alguma de tentar me manipular com polidez, Dulce.


A risada de Angel ecoou acima do som de cadeiras arrastadas e da murmurante multidão.


Dulce olhou para Christopher, dando um passo para trás na esperança de persuadi-lo a segui-la.


   O que eu acho, Christopher, é que este não é o lugar nem a melhor hora para conversarmos.


Os lábios dele moveram-se, silenciosos.


   Vamos levar esta pequena para a cama, Blanca. — A voz rouca de Fernando chegou até Dulce.


Situações drásticas requerem medidas drásticas. Se era mesmo uma nova mulher, forte o suficiente para se manter sem Christopher Uckerman, então, sem dúvida, o era o bastante para enfrentá-lo.


   Não estou tentando manipulá-lo, Christopher. Mas, caso você não pare de se mostrar tão cabeça-dura quanto a ir embora agora, talvez eu tenha de pegá-lo pelo colarinho e levá-lo até a saída do rancho.


A fina cicatriz ao longo do queixo tomou um tom aver­melhado sob a luz da noite a um inclinar de cabeça de Christopher. Ele não sorriu, mas havia um quê de divertimento em seu tom quando deslizou um dedo pelo queixo, falando quase num sussurro:


   É assim?


Apesar da ansiedade, Dulce não deixou de notar o quanto aquela voz aveludada tocava-lhe os nervos tensos.


   É assim. — A resposta carecia da convicção que espe­rara, mas, de qualquer maneira, a mensagem fora passada.


Não era mais a criança vacilante que Christopher um dia conhecera. Agora, era a mulher no comando dos acontecimentos.


Por cima dos ombros de Christopher, viu Fernando parar para dar atenção a alguém, a poucas passadas da varanda. Nada do que tentara tinha funcionado, e a qualquer segundo seu pai estaria bem atrás do genro. Talvez, ainda pior, sua filha a veria e gritaria por ela. Tinha de encontrar outro jeito de fazê-lo ir embora antes que o pior acontecesse.


   E agora eu sugiro, Christopher, que você...


De algum lugar, ouviu chamarem seu nome. Dérick James, seu sócio nos novos negócios, acenava-lhe, esfuziante.


   Quem é aquele?


Dulce sentiu-se alegre por notar que ainda trazia em si um pouco da inocência de outrora, que a convencia de ter percebido uma ponta de ciúme na pergunta de Christopher.


   E meu... — Parou, umedecendo os lábios com a ponta da língua.


Mesmo sob a aba do chapéu, teve certeza de ver o brilho de uma emoção familiar naqueles olhos. Ele estava enciumado.


Uma chama de ardentes sentimentos aqueceu-lhe as faces.


A expressão de Christopher demonstrava que notara lhe o rubor.


   Seu o quê, Dulce?


"Não desperdice esta oportunidade", falou para si mes­ma. Em outro momento, quando estivesse mais calma e preparada, esclareceria tudo. Até lá...


   Aquele é Dérick James. — Correspondeu ao aceno do atraente ruivo em impecáveis roupas country. Ao pousar de novo os olhos em Christopher, deparou com a gravidade da situação que criaria.


Sorrindo, falou para o único homem que já tivera, o pai de sua adorada filha, aquele que tinha a capacidade de derretê-la com um simples olhar, a única coisa que o faria se retirar de imediato do rancho:


   E o homem com quem vou me casar.


Dulce havia se apaixonado por outro.


Christopher levou as mãos à água fria represada na pia de veios dourados de seu quarto de hotel. Molhou o rosto, e a respiração faltou-lhe por um minuto ao contato com o líquido. Gotículas geladas atingiram-lhe o tórax. Porém, ao erguer a cabeça e encarar o homem ao espelho, soube que nada apagaria a dura realidade que via estampada. Dulce se tornaria a esposa de um outro, e ele amargaria a dor de perdê-la para sempre.


Estendeu a mão para a toalha sobre o balcão ao lado, cerrando os olhos para a cegante claridade da manhã que invadia a suite em que se hospedara. Ao esfregar a áspera toalha pelo rosto, a figura de Dérick James assomou-lhe à memória.


Bem-sucedido, atraente, bem-educado, sólido. Tudo o que Christopher não era. Bem, Christopher também era sólido, ao menos no que se referia a músculos. Educação superior? Estudara, sim, mas não chegara à universidade. Nunca fora bonito, e algumas quedas na poeira dos rodeios e um encontrão bem dado contra uma porteira de ferro não o haviam tornado mais atraente.


Mesmo assim, sempre imaginara que, se trabalhasse bastante e alcançasse alguns padrões sociais, superaria esses obstáculos.


Sempre acreditara que, caso ganhasse o suficiente para comprar terras e cercar Dulce de confortos e cuidados, provaria ser digno daquela mulher e de seu amor.


E nesse momento, devido a seú trabalho duro e dedi­cado, já amealhara um relativo pecúlio. Em razão do patrocínio dos rodeios, o nome de um caubói podia se projetar em pouco tempo. E Christopher não era só um nome de caubói, Christopher Uckerman era o caubói. Atingira esse ponto e fora um pouco mais além.


E nem por isso Dulce deixava de estar para se casar com outra pessoa, nem de ameaçá-lo de expulsão do ran­cho, ou de querer conversar com uma hora marcada.


Atirou longe a toalha.


Cada músculo, do pescoço à cintura, se retesava ao lutar contra o arrependimento que o invadia. Na véspera, ao ouvir de Dulce que ela iria tornar a se casar, poderia ter dado cada moeda que ganhara para voltar à última manhã em que acordara com aquela mulher nos braços.


      E fazer o quê?—indagou à imagem refietida no espelho.


Ainda assim, teria partido em busca do dinheiro para o rancho. Dessa vez, porém, agiria de modo diferente. Acordaria Dulce a fim de explicar-lhe tudo e fazê-la en­tender. Não o fizera da primeira vez, por saber que Dulce ficaria furiosa pela quebra da promessa. Sua experiência de vida lhe ensinara que raiva significava desaponta­mento, rejeição. Não pensara conseguir sobreviver vendo esses sentimentos nos olhos de Dulce.


Além do mais, como marido, não deveria ser ele a tomar as decisões e fazer o que considerava ser o melhor para Dulce? A péssima ideia que ela tivera de arrumar um trabalho num restaurante local para pagar as contas da casa tinha sido uma afronta para sua masculinidade. Era o mesmo que torná-lo incapaz de prover as necessi­dades da casa e do matrimónio.


Não bastasse tudo isso, tão logo partira, os pais de Dulce correram para verificar o que ela suspeitava fazia muito tempo: que cometera o maior erro de sua vida ao depositar em Christopher sua confiança. Pobre criança... Os atos de Christopher e a confirmação dos pais haviam feito com que\se sentisse uma tola ingénua e fracassada.


Passando a mão pelo rosto recém-barbeado, pensou ser melhor para ambos se ele subisse em seu caminhão e desaparecesse. Esqueceria o rodeio de Summit City e o touro com o qual se preparava para lutar.


Não a protegera da infelicidade, não fora o homem de que Dulce precisara, derrotado que estava por dentro e por fora. Não era melhor agora. Talvez fosse até pior, caso se levassem em conta apenas os atributos físicos que sua profissão lhe proporcionara. Nenhuma quantia de dinheiro no mundo mudaria esse fato.


Mas não buscava só a riqueza nesse momento. Mon­tava por sua própria honra. Desejava alcançar o topo da fama e obter algo que o acompanharia pelo resto de seus dias. E existia também o fato de que se encontrava amarrado a  contratos, parte de uma publicidade que só o be­neficiaria: cinco rodeios para ver quem era o melhor, homem ou animal, agendados havia quase um ano por um grande patrocinador. Abandonar a competição signi­ficaria a ruína financeira e a humilhação pública.


Seu futuro encontrava-se nesses dois rodeios. Dulce Sanviñon não o tiraria deles.


Vestiu-se rápido e, antes de sair, enterrou o chapéu, sua marcante característica, até os olhos.


O lobby do hotel fervilhava com o pessoal dos rodeios e os costumeiros frequentadores desse meio. Mais de uma mulher com a maquiagem apagada da noite anterior, e um ar de ligeira satisfação, sorriu em sua direção. Um cumprimento de cabeça foi tudo o que conseguiram de Christopher numa atitude desencorajadora de qualquer envol­vimento. No entanto, uma garota mais afoita de cabelos longos, jaqueta jeans com acabamento em pele sintética de leopardo e saia curtíssima veio em sua direção de braços abertos.


Christopher virou o rosto a tempo de se desviar do que seria um molhado beijo em seus lábios.


Com licença, senhorita — murmurou, ignorando a situação.


Não acredito! Eu beijei Christopher Uckerman! — a moça gritou para um bando de outras jovens vestidas da mesma maneira indiscreta, que responderam ao feito com gritinhos excitados.


É o chapéu.


O quê? — Christopher virou-se ligeiro, encontrando-se face a face com o noivo de Dulce.


Seu chapéu. — Dérick apontava para sua cabeça. — É um golpe de génio.


É?


Christopher estreitou os olhos num exame detalhado do que lhe parecia ser a imagem de um catálogo de roupas country. Dulce arranjara um bobalhão para se casar.


—Lógico que sim, amigo. — Dérick falava como se fossem velhos companheiros partilhando uma piada íntima. — Porque, quando você entra ou passa em algum lugar, todos olham, e sabem que Christopher Uckerman chegou. Cabeças se voltam, pessoas comentam.


      Gosto de pensar que isso se dá por causa de minhas qualidades, e não pelo que uso. — Christopher jogou os ombros para trás, para destacar sua altura.


O noivo de Dulce era uma polegada ou duas mais alto que ele, e isso não agradava nada a Christopher.


   Sua habilidade com os touros é uma lenda, Christopher... Posso chamá-lo pelo nome? — Sorriu.


Christopher já vira muitos faladores como aquele Dérick James, e todos se pareciam.


   Otimo, Christopher — continuou, tomando o silêncio dele como uma abertura para uma permanente amizade.— E, como eu disse, suas habilidades falam por si mesmas, e seu chapéu e a personalidade de caubói introvertido que cultivou deixam clara sua imagem profissional.


Christopher não apreciava Dérick sob nenhum ponto de vista.


—Mas deixe-me perguntar-lhe uma coisa, Christopher. Quem fala por você?


Eu, mesmo falo por mim. — Christopher bateu de leve o dedo indicador na aba. — Talvez eu não tenha belas e fáceis palavras como as suas, senhor, mas venho me sain­do muito bem até o momento.


Verdade, Christopher? Fala sério? Percebe que, com sua reputação e talento, você passou a ser uma personalidade pública?


Como Dulce podia ter se apaixonado por aquele in­trometido? Alguma coisa estava errada. Mas Christopher lembrou-se de não ser mais seu dever protegê-la. Isso, agora, estava aos cuidados daquele tolo falador.


Dérick estreitou os olhos numa presumida familiaridade.


   Sabe, meu amigo, se você investisse mais em sua imagem, se tornaria riquíssimo.


Christopher balançou a cabeça e começou a caminhar, quase ignorando a presença da incómoda figura.


__ Faço as coisas do meu modo.


Dérick James deu alguns passos ligeiros, pondo-se no caminho de Christopher.


Estou a par de suas consideráveis vitórias nos úl­timos anos!


Está? — Christopher parou.


Você ganhou o status da Associação Nacional de Rodeios. Falando com franqueza, Christopher, acho que está subestimando seu potencial de ganho.


Estou? — Não desejava ouvir, mas Dérick lhe des­pertara a atenção.


Deixe-me dizer que, com o adequado gerenciamento para os eventos, um melhor patrocínio, talvez uma pe­quena aparição em algum vídeo country, na próxima tem­porada você estará ganhando no mínimo o dobro do que conseguiu neste último ano.


Próxima temporada? — Christopher deixou escapar uma risada irónica. — Lamento, mas, senhor...


Dérick James.


Christopher olhou a mão que o homem lhe oferecia. Não queria aceitar o cumprimento, màs sua longa vida de caubói e seu modo de ser não lhe permitiriam ser gros­seiro com uma pessoa contra a qual, afinal de contas, não tinha nada de concreto. Assim que tocou a palma de James, apertou-a tão forte quanto seguraria os ar­reios de algum touro selvagem.


Para crédito seu, James não recuou, mantendo o aperto firme até o final. Um pequeno suspiro de alívio foi tudo o que externou ao ser solto, entrando, em seguida, direto no assunto de negócios:


   Olhe, é inútil ficarmos dando voltas no mesmo lugar, Christopher. Sei tudo sobre seu relacionamento no passado com Dulce, e quero que saiba que...


   Dérick? Christopher? — A voz de Dulce atravessou o barulhento lobby.


Ambos os homens pararam e se voltaram na direção dela. A visão de Dulce encheu o peito de Christopher de um peso quase insuportável. Estava ainda mais linda à luz da manhã, como três anos atrás. Não lhe passava des­percebido pela mente que o sorriso espontâneo daquela mulher e o corado natural de seu rosto eram para o ho­mem em pé a seu lado, e não para ele. Pelo canto do olho, lançou um olhar duro para James.


Cabeça baixa, Dérick parecia muito mais interessado por seu pager do que pela mulher que se aproximava. Pelo visto, levava a situação de maneira muito além do confor­tável, Christopher pensou, intrigado. Caso os papéis fossem tro­cados, e James fosse o ex-marido, uma simples mensagem num aparelho não desviaria a vista de Christopher da maravi­lhosa figura de Dulce. Algo não estava no seu devido lugar. Aquela situação lhe parecia um tanto estranha.


Christopher estudou a atitude indiferente de Dérick e a doce e assustada expressão no rosto de Dulce. Com absoluta certeza, alguma coisa muito estranha havia naquele re­lacionamento, e Christopher imaginou saber um modo de fazer a verdade vir à tona.


"O que estará acontecendo por aqui?," Dulce se inda­gava, enquanto caminhava a largas passadas, o coração acelerado, na direção dos dois homens. Aquela situação não lhe parecia estar a seu favor.


Na noite anterior, dispensara Christopher sem apresentá-lo a Dérick, não lhe dando, assim, tempo de descobrir sua mentira. Nem ao menos mencionara aquela loucura em­baraçosa com o sócio. Além disso, tencionava esclarecer tudo com Christopher em momento mais apropriado, em outra oportunidade. Lógico que não imaginara que isso acon­teceria tão rápido.


Parou ao lado deles, que a esperavam no elegante lobby.


De alguma forma, Dulce sempre imaginara Christopher hos­pedado em pequenas e afastadas pousadas, ou talvez até mesmo dormindo em seu trailler, enquanto ia de rodeio para rodeio. O estereótipo do viajante solitário e introver­tido vinha mais de encontro à imagem que dele fazia do que vê-lo hospedar-se nos melhores hotéis, locais esses re­pletos de eventos e beldades disponíveis. Deveria ao menos ter considerado a hipótese de que um caubói tão bem-su-cedido como Christopher estaria ali, naquele lugar, onde ela e Dérick, naquele dia, buscavam os clientes em potencial.


Estão conversando há muito tempo? — Dulce abra­çou a pasta executiva que trazia.


Na verdade, Dulce, seu amigo aqui está tentando me vender seus serviços de gerenciamento.


Meus serviços? — Dulce piscou, tentando imaginar o que Dérick estaria planejando.


Nossos serviços de gerenciamento — Dérick corrigiu. — Um cliente do porte de Christopher Uckerman nos daria o suporte financeiro de que necessitamos para nosso ne­gócio, Dulce.


Um cliente? Christopher? — Dulce agarrou com mais força a pasta e soltou um suspiro de alívio por entre uma risada forçada que não enganaria ninguém. — Estou certa de que Christopher não se interessaria por uma empresa pequena e desconhecida como a nossa para fazer sua propaganda, não é mesmo, Christopher?


Não sei. — Ele coçou um pouco o queixo, como se estivesse considerando a hipótese. — Sempre gostei de desafios.


Nada engraçado... Dulce percebeu que Christopher prepa­rava alguma coisa.


Ele aproximou dela a perna de tal modo que suas coxas se tocavam.


O corpo todo de Dulce retesou-se, mas ela não se afas­tou do calor que aquela proximidade provocava.


   O que eu quis dizer é que não estamos prontos
para ter um cliente como Christopher, Dérick.


Os olhos de Christopher encontraram os seus sob a aba do chapéu. Ergueu uma sobrancelha, mordendo de leve a ponta do lábio inferior.


—Não consigo me imaginar preferindo outras pessoas neste caso, Dulce.


Ela umedeceu os lábios. Os dedos acariciaram a sua­vidade do couro que recobria a pasta.


Eu... não estamos preparados para isso, Christopher. Você é muito... muito grande para nós.


E isso é ruim?


O tom rouco e profundo com que pronunciara aquelas palavras percorreu-lhe a espinha, provocando-lhe peque­nos tremores.


Imagens e memórias vinham de todas as direções. A fragrância amadeirada do leito que partilharam, a luz dou­rada do pôr-do-sol banhando-lhes os corpos nus naquela primeira vez e o inesgotável e mútuo desejo, somente sa­ciado pelo ritmo do amor, invadiam-na, inexoráveis.


Uma gota de suor escorreu-lhe pela nuca. Seus olhos focavam só o rosto de Christopher, o incrível corpo de Christopher. Engolindo em seco, afastou os cabelos.


Não é ruim, Christopher, é que...


Está; brincando? E sensacional! — Dérick estendeu a mão como para tocar as costas de Christopher, num gesto amis­toso, no que foi impedido por um duro e frio olhar que cortou o ar entre ambos. — Incrível mesmo. Quer dizer que considerará um contrato com James e Sanviñon?


Não, que droga!


Não? Mas veja as vantagens que você...


Não force, Dérick — Dulce sussurrou entre os den­tes. — O homem disse não, e é não.


A expressão de Christopher dizia-lhe que sua impassibilidade o pegara de surpresa. E, por outro lado, ela também se surpreendera ao notar que ele parecia não se intimidar com a mudança que se dera em Dulce.


Mas, tomada de orgulho pelo breve momento de triunfo pessoal, Dulce levantou o queixo, altiva, e parou de usar a pasta como escudo.


—Temos clientes à nossa espera, Dérick.


Sim, suponho que sim. — Dérick cumprimentou Christopher com um ligeiro balançar de cabeça e deu o primeiro passo.


   Prazer em conhecê-lo, Uckerman. Caso mude de ideia...


Dulce será a primeira a saber — Christopher concluiu para ele.


Conversaremos em outra ocasião. — Dulce espe­rava que seu jeito de executiva o mantivesse afastado até estar pronta para lidar com aquele homem.


Pode apostar que sim. Apesar de eu ser muito gran­de para conversar com você.


Dulce encarou-o com os olhos estreitados, buscando algo mais no que Christopher dissera. O pager de Dérick, porém, interrompeu a leitura que fazia.


Meu Deus, Dulce, chegou a hora! — Dérick girou nos calcanhares e correu em direção à porta do hotel.


Tem certeza? — Ela interrompeu-lhe a corrida, se­gurando sua mão. — Lembra-se da última vez? Era só um chamado desesperado por comida chinesa.


Oh, tenho certeza absoluta! Quero dizer, ela já está oito dias a mais do prazo e... — Checando o aparelho, colocou as mãos nos ombros de Dulce. — Não posso discutir isso agora. Tenho de ir.


E nossos encontros, Dérick?


Você pode tomar conta de tudo. Tenho plena con­fiança em suas habilidades. — Estendeu a mão para a porta giratória.


E se eu não me sair bem?


Não acontecerá.


Mas e se...


Não se preocupe, tudo dará certo. Eu que devo estar preocupado, sócia. Afinal, minha mulher vai dar à luz nosso primeiro filho.


Uma lufada de ar, e Dérick se foi.


Os dedos de Dulce apertaram com força a alça da pasta de crocodilo. O que fazer? Conseguiria mesmo fe­char todos os negócios a que ambos haviam se proposto?


Uma pequena sensação de náusea acometeu-a. Não queria toda aquela responsabilidade só para si. Não se encontrava preparada para tanto. E se falhasse...


Uma enorme mão pousou-lhe no ombro, tirando-a de sua confusão e infelicidade.


Christopher escutara tudo o que se passara. Justo agora que pensara não haver mais complicações e dificuldades entre sua vida pessoal e seu sonho de independência, aquele homem estava ali para tudo atrapalhar. Christopher a forçou, gentil, a se virar para ele.


Deixe-me entender bem isso, Dulce. — As sobran­celhas franzidas demonstravam óbvia preocupação. — Seu noivo não poderá fazer as reuniões de negócios hoje, porque sua esposa vai ter um bebé. É isso mesmo?


Eu adoraria ficar aqui e lhe contar tudo o que está acontecendo, Christopher, mas não tenho tempo. — Começou a se afastar, incapaz de encará-lo. — Você vai ter de esperar até esta tarde, quando lá no rancho poderei es­clarecer tudo.


 


Comentem muuuito plixxx *-*


 


Bjix da Naty




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Autor(a): natyvondy

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Com todos esses coments eu é que vou ficar viciada...   Gracias:   Aisla (obrigada flor, ficou bem mais fácil... kkkk); Paty (que bom que você tá gostando *-*, e como assim a sua web tá acabando? :( Coisas boas não podem ter fim.... rsrs); Cherry (pode ter certeza que eu posto mais sim :), aliás eu acho que e ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 580



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  • AnazinhaCandyS2 Postado em 28/02/2017 - 00:22:10

    Que fanfic boa, pena q foi tão curtinha :( Mas otima em tudo!

  • stellabarcelos Postado em 17/12/2015 - 23:59:38

    Lindos amei!

  • larivondy Postado em 03/10/2013 - 21:20:01

    ameeei, li em menos de um dia *-* tuas web's são perfeeeitas :)

  • PatyMenezes Postado em 17/12/2011 - 01:29:46

    Aqui estou eu, iguais uma tartaruga tewrminando de ler só agora -.-' desculpa o sumiço, provas finais, sabe como é neh?! mas enfim.... a web foi perfeita do inicio ao fim *-* quase morri com esse final *-* como sempre, suas web's são as melhores :D parabéns!!!

  • PatyMenezes Postado em 17/12/2011 - 01:29:46

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  • PatyMenezes Postado em 17/12/2011 - 01:29:45

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