Fanfics Brasil - 5 Papai cowboy - vondy - adaptada - TERMINADA

Fanfic: Papai cowboy - vondy - adaptada - TERMINADA | Tema: Rebelde


Capítulo: 5

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Muito obrigada por todos os coments *-*


 


Vocês são d+++++++ :D


 


CAPITULO IV


 


Cada polegada do corpo de Christopher e todo seu cérebro se paralisaram. Apenas um último sinal de coerência lhe dizia que aquilo não estava aconte­cendo. Não podia ser verdade. Não queria que fosse.


Nada sabia sobre crianças, exceto o que lhe ensinara a própria experiência: quanto os próprios pais podem ser danosos para os filhos. Não desejava ser o colaborador para o sofrimento de um outro ser humano. Ele era um caubói, e era bom nisso. De modo algum poderia ser um...


Buscou o rosto de Dulce, procurando uma confirmação.


Sou o quê?


Pai — Dulce repetiu, lutando para manter a criança em seus braços.


Chão! Minhas botas! — Angel esticava as mãozi­nhas com os dedos abertos na direção dos calçados.


Christopher, agora, olhava de frente para a pequena figura de finíssimos fios de cabelos claros, cheia de determina­ção, com os olhos de Dulce e seu próprio traço marcante de teimosia.


Você está querendo dizer que ela é...


Minhas!


Sua. — Dulce pousou com gentileza a mão sobre a cabeça de Angel.


Um misto de alegria que nunca antes experimentara incendiou o coração de Christopher, junto com dor e apreensão tão fortes, que tudo o que conseguia sentir era uma es­pécie de calor e peso em seu peito. A garganta parecia se fechar. Apesar da súbita emoção, algo estremeceu em seu íntimo. Um solitário, quase marginal na vida como ele, não ficaria bem no papel de pai.


Seus olhos se nublaram por breves instantes, e, sem saber como nem por quê, todos os sons do mundo ficaram distantes, abafados por aquela realidade. Piscou várias vezes a fim de clarear o mundo ao redor. Sua voz, porém, soou tão baixa que temeu não ser ouvido por Dulce:


Por que não me contou?


Eu contei, Christopher. Carta após carta, e todas voltavam fechadas para mim. Parecia nunca estar por tempo su­ficiente em algum lugar para que eu conseguisse falar ao telefone com você, e eu também não me achava em condições de pegar uma caminhonete e persegui-lo pelos circuitos de rodeios.


Christopher fitou por muito tempo o ventre reto de Dulce, e o significado de toda a situação atingiu-o tal e qual um raio. Ela carregara a filha de ambos, dera à luz e cuidara do bebé, tudo isso sozinha! Se antes pensava que a deixara à própria sorte, verificava nesse instante que tal atitude nada fora em comparação ao que se registrara após sua partida.


Ergueu a cabeça, um tanto constrangido.


Dulce, eu...


Minhas! Minhas botas!


Um persistente e incansável ser sacudia os calçados em sua mão. Angel conseguira escapar da mãe e correra para o objeto que tanto desejava.


Dulce quase sorriu.


Christopher observou a garota engajada em um tipo de luta entre suas pernas. Pela primeira vez na vida, olhou fundo nos olhos de seu único rebento. A intensidade daquele encontro tirou-lhe o fôlego.


"Minha." Os lábios formavam a palavra que sua mente ainda não compreendera por completo.


—Angel, não. — Dulce deu um passo à frente.
Então, Christopher notou as iniciais no couro.


A. C? Christopher? Deu meu nome a uma menina?!


Claro que não! Eu a chamo de Angel. É o apelido de Angelina Sanviñon. — Dulce mizou os braços. — Dei-lhe o nome de minha avó. Você sabe, ela foi uma das primeiras e verdadeiras cowgirls.


O seu desastroso trato com as mulheres veio-lhe à cabeça, e de algum modo, o Todo-Poderoso havia achado por bem dar-lhe uma chance especial, do tipo que após o primeiro olhar fazia Christopher querê-la ouvir dizer "papai". Tudo lhe parecia uma grande piada.


Tentando impor um pouco de humor na voz, ele comentou:


Você tinha de ter tido uma menina...


Não fale como se eu tivesse resolvido lhe causar um aborrecimento, ou como se você não tivesse partici­pado. — Dulce caminhou até Angel.


Não! — A pequena se esquivou ao toque da mãe. — Minhas botas.


Christopher olhou seu tão querido par, e depois para a criança com a qual não sabia lidar.


O rostinho redondo de Angel estava muito sério.


Pelo visto, ela está bem familiarizada com essa palavra.


É parte dos dois anos. — Dulce pegou a filha no colo outra vez.


Então, Angel está com dois anos...


Era pouco, segundo as medidas de tempo, mas, por outro lado, toda a vida de sua filha. Uma sensação de culpa acompanhava cada batida de seu coração. De qual outra prova precisava para lhe demonstrar que não tinha talento para ser pai?


   Não. — Angel fez um beicinho de reprovação. — Minhas botas. Dá para o bebé.


— O bebé? — Christopher arqueou uma sobrancelha ante à estranha referência.


Ela é muito pequena — disse como se isso explicasse tudo. — Nessa idade, as crianças não têm uma identidade individual, ainda.


A mim parece que Angel tem identidade para dar e vender, minha querida. — Queria dizer que Angel era precoce, decidiu, percebendo um certo orgulho cres­cente em seu peito, apesar da ansiedade em relação a seu novo papel.


Isso vem com o amadurecimento, Christopher. Nao confunda uma personalidade forte com maturidade. — Dulce jogou os cabelos para trás num movimento gracioso.


É um erro fácil de se cometer.


Oh! — Christopher pareceu sorrir entre os dentes.


Dulce segurava a menina com firmeza decidida, ig­norando os protestos dela, e, mesmo assim, tinha em seu gesto um toque suave, maternal.


Angel está numa fase de desenvolvimento em que começa a diferenciar a si mesma do mundo que a rodeia. Está aprendendo a saber quem ela é. Essa fase também é conhecida como a "terrível duplicidade." Christopher concordou com um menear da cabeça, sentindo-se espantado. Seu desconhecimento sobre crianças daria para preencher uma estante de livros. Seu despreparo com as mulheres seria o tópico da estante seguinte.


Piscou ao fitar a mãe de sua filha. Lembrava-se de que chegara a ter dúvidas se Dulce conseguiria corres­ponder às tarefas básicas do dia-a-dia, como trabalhos domésticos, decisões financeiras, pois nisso demonstrara depender dele. Mas, quando exposta ao grande desafio de Sua existência, correspondera e ultrapassara qualquer expectativa. Imaginava, nesse instante, se conhecera mesmo Dulce. Com toda a certeza, ele não sabia quem era aquela mulher. Porém, desejava de todo o coração ter uma chance de conhecê-la, assim como à filha deles.


_ Mamãe! Minhas botas - Angelina reclamou, frustrada. Dulce aconchegou a triste criança mais perto de seu peito.


Desculpe-me por isso, Christopher, mas ela é apegada a essas botas.


Eu percebi.


Não, Angel, elas são dele. Pertencem a ele.


Ele é mau. — Angel apontou um dedinho na direção de Christopher.


Então, isso era tudo o que representava. Não era papai, não era alguém sobre quem Dulce falara para a filha.


   Ele pega do bebé.


O corte de uma navalha mal afiada não teria doído tanto.


   Não, querida. — Christopher pigarreou, temendo que sua voz rouca assustasse a menina. Ao contrário, porém, seu tom pareceu acalmá-la.


Angel se aquietou. Seus olhos arregalaram-se com fas­cinação. Estudava Christopher como se por instinto soubesse haver um forte laço que os unia.


Christopher suspendeu as velhas botas no ar como um ofe­recimento de paz.


Não, eu não quero tirar nada do bebé. Você fica com as botas, Angel.


A criança olhou para a mãe como em busca de sua aprovação.


Você não tem de fazer isso, Christopher.


Mas eu quero, Dulce. — Poucos minutos atrás, não havia pensado em coisa alguma que pudesse oferecer a Angel, exceto, talvez, segurança financeira. Agora, que­ria dar-lhe o mundo. Tudo mudara naquela troca de olha­res entre pai e filha. — Se Angel as quer, então eu quero que ela as tenha.


Dulce colocou a menina no chão entre ambos, e Christopher pôs o par de calçados ao lado da garota.


No mesmo instante, a pequena sentou-se sobre o tapete e agarrou seu tesouro, enfiando as curtas e gorduchas perninhas uma em cada pé. Deliciada, batia feliz as per­nas uma de encontro à outra, soltando pequenos gritos de alegria, as mãos agitando-se no ar. Então, ergueu a cabeça, exibindo um diminuto nariz arrebitado, premian­do Christopher com o que mais tinha de precioso, e que ele nunca vira: um sorriso maravilhoso.


Christopher não imaginava o que deveria fazer em seguida Não sabia ser pai, nem imaginava o que lhe seria per­mitido. Decerto já arruinara qualquer relação que poderia esperar vir a ter com Dulce. Mas de uma coisa estava certo, pensava ao olhar para a atitude de gratidão de Angel, não importava quanto tempo levasse, o que teria de fazer, quanto e como teria de mudar, quem teria de enfrentar. Ele, Christopher Uckerman, desejava conhecer e estar com a filha, ter a chance de amá-la e tudo fazer por ela, porque, agora que já tivera a experiência, andaria sobre brasas para ganhar outros sorrisos iguais àquele.


Tem mais, Christopher. — Dulce quase teve de tocá-lo para desviar-lhe a atenção da menina.


Hum? — Christopher não conseguia parar de olhar para Angel.


Tenho mais a lhe dizer. Precisamos conversar.


Certo, precisamos.


Angel sacudia as pernas, e os saltos das botas chocavam-se de encontro ao chão. Sorriu mais uma vez para Christopher.


Minha!


É isso mesmo, meu anjo. Minha.


"Não, minha!", Dulce queria gritar. Angel era sua filha, e nunca antes imaginara o que seria dividi-la, mes­mo com Christopher. As palavras infantis e egoístas vieram-lhe claras à mente, seguidas de rápida sucessão de justifi­cativas cuidadosas e superprotetoras.


Christopher poderia ser o pai biológico de Angel, mas na realidade não passava de um estranho para a criança.


Bebé gosta dele. — A menina apontava para Christopher.


Creio que ela sabe quem eu sou — Christopher sussurrou.


Não seja ridículo! Angel gosta de qualquer um que faça sua vontade. — Dulce aproximou-se mais da criança.


A vergonha pela mentira que proferira se apoderou dela assim que as palavras lhe saíram da boca. A ex­pressão intrigada de Christopher não fez com que se sentisse melhor diante de sua exagerada reação perante a reali­zação de um desejo pelo qual rezara durante anos.


Ajoelhou-se ao lado de Angel, antes de olhar para ele.


— Desculpe-me, Christopher, isso foi demais da conta. É que até este momento temos sido só nós duas...


Dulce fez uma pausa para passar as mãos na cabeça da filha, os finos caracóis loiros a se abrirem de leve entre seus dedos como uma carícia. Deixou-se mergulhar no perfume de talco de bebé, couro e a masculina loção pós-barba, pai­rando no ar por uma fração de segundo. Ao exalar, suas mais secretas ansiedades vieram à tona, e ela não se conteve.


   E agora, depois de todo esse tempo, você está de volta à cena. E eu me julguei preparada, pensei que isso me faria feliz pelo bem de Angel. A realidade, porém, cria novos problemas que não antecipei, e faz com que me sinta... — Não sabia como explicar.


Christopher veio em seu auxílio.


...uma gata que acabou de ter seus gatinhos e quer protegê-los de algo que desconhece...


Sim. — Dulce ficou surpresa pelo grau de com­preensão da parte de Christopher. — Como soube?


Christopher ajoelhou-se a seu lado, um sorriso complacente no rosto por alguns segundos.


Sei porque é assim como me sinto. Posso mal ter acabado de pôr meus olhos nessa criaturinha, mas tenho de lhe dizer, Dulce, que farei qualquer coisa para mantê-la segura. Se alguém pode julgar e apreciar seu cuidado em não expor esse anjo a algum dano, essa pessoa sou eu.


Christopher? — Tocava-lhe o braço nesse momento. — Há algo mais que você deveria saber.


Tantas coisas queria dizer para ele, pensou. Primeiro, Que não julgava que Angel precisasse da proteção pa­terna, e sim ser protegida contra a potencial situação de dor que se avizinhava. E ainda havia a pendência do casamento, válido, para todos os efeitos.


   O que é, Dulce?


A sensualidade daquela voz provocava-lhe arrepios pela espinha. Mantinha, também, a mão pousada no pu­nho de Christopher, sentia-lhe o pulsar do coração, a pele quen­te, o que não colaborava para colocar-lhe os sentidos e as emoções no lugar. Esforçou-se para ficar atenta à ra­zão, a suas responsabilidades com Angel e com o pai de sua filha, mas, ao encontrar o olhar de Christopher, tudo per-deu-se no vazio.


Acho que você deve saber, Christopher. Angel não é ne­nhum anjinho.


Eu não sei, Dulce, para mim ela parece um ver­dadeiro querubim. — Christopher fitava Angel, vinte minutos depois, adormecida e segura em seu berço.


Olhando a rosada criança a dormir, Dulce sentiu-se inclinada a concordar com ele.


   Na verdade, Angel se parece com um anjo, mas, quando acordar dessa soneca, prepare-se para um verdadeiro show de variedades e gritos. Ela é pura dinamite, Christopher, tal e qual sua... — Comprimiu os lábios antes de concluir. Seus dedos seguraram com força a grade branca.


O quarto encheu-se de um pesado silêncio.


Bem, é melhor nós...


Talvez devêssemos...


De repente, ambos começaram a falar ao mesmo tempo, nada dizendo que pudesse atenuar a tensão que pairava no ar, ou que fosse apropriado para o momento.


Três anos, no mínimo dois segredos, e um milhão de mágoas se interpunham entre ela e Christopher. Como Dulce poderia ter esperado que interagissem como se nada ti­vesse acontecido?


Fez sinal para que Christopher a acompanhasse em direção ao hall, envolta em pensamentos desencontrados.


Por toda a noite anterior, ensaiara, deitada em sua cama, aquele encontro. Vendo-se como uma mulher forte, racional e decidida, imaginara discutir a situação-sem uma única hesitação. Na certa resolveria a questão com uma adulta e civilizada conversa, risadas ao final, e a conclusão de que ambos haviam passado por uma dura experiência que os deixara marcados e mais fortes.


"Marcados, porém, fortes pela experiência." Essas fo­ram as exatas palavras que planejara usar. E agora es­tavam gravadas em sua memória como um epitáfio para sua fantasia. Que tola fora ao não supor sequer o quanto a presença de Christopher poderia afetá-la... Crescera e ama­durecera, era verdade, mas não haveria tempo ou expe­riência de vida capazes de mudar seus sentimentos e o modo como se sentia quando Christopher estava próximo.


Isso a assustava. Fazia-a ver-se vulnerável em um mo­mento da vida em que não podia admitir nenhum tipo de fraqueza. Caso Christopher soubesse que a anulação do casamento não acontecera, quais novas emoções aflorariam, quais ou­tras reações? Em seu presente estado de fragilidade, não estava disposta a correr tal tipo de risco.


O futuro de sua filha estava ém suspenso, lembrou, ao fechar a porta do quarto de Angel com um suave e surdo ruído da porta.


Christopher recostou-se de encontro ao papel de parede es­tampado em dourado do hall de alto pé-direito.


   Dulce, eu...


Ela ergueu a mão de leve no ar, pedindo para ser ouvida.


   Christopher, nós temos muito o que falar sobre isso e outras coisas, mas tenho algo muito importante para lhe contar.


Christopher correu as mãos pela cabeça, seus cabelos negros voltando ao lugar assim que se livraram dos longos dedos.


   Querida, depois que um homem ouve as palavras "você é papai", é bem difícil para ele absorver muito mais informação.


Dulce tentou sorrir.


Graças a Deus que você se sente desse modo, porque eu ia sugerir que continuássemos esta conversa mais tar­de, em um lugar mais... mais neutro.


Gosto da ideia. — Christopher observou o hall, afastan-do-se um pouco da parede, movendo os ombros como que para deixar mais folgada a camisa no corpo.


Bom... — Dulce suspirou, tomada por um crescente sentimento de gratidão. Ao menos ele estava tornando as coisas mais fáceis. — Então, por que eu não marco uma hora com meu advogado e nós nos encontramos em...


Advogado?! — Christopher deu um passo para trás como se ela o tivesse empurrado.


Você concordou com um lugar neutro, Christopher.


Sim, mas neutro para mim é algum local no centro da cidade. Haverá o desfile de abertura do rodeio, com barracas de comida típica em volta da praça. Imaginei que poderíamos passar o dia por lá, nós dois conversando, e eu conhecendo Angel. Você sabe, sem pressões, relaxados, muita gente em volta para não haver mal-entendidos...


O queixo de Dulce quase caiu. Determinada, deu um passo em direção à saída.


Muita gente à volta para manter os rumores cir­culando, você quer dizer. Tem ideia do tipo de interesse que nós, juntos, levantaríamos?


Na verdade, sei, querida.


A face esquerda de Christopher estremeceu num esgar. Os olhos escureceram tornando seu olhar sombrio, mas mesmo assim com um quê de desejo a bailar nas acinzentadas pupilas.


Os joelhos de Dulce enfraqueceram como se fossem os de uma boneca de pano. Nunca estivera com um ho­mem a não ser seu marido. E também nunca desejara alguém que não fosse Christopher. Nenhum outro homem po­deria fazer com ela o que Christopher conseguia com um toque, uma palavra, um simples gesto.


Sua pele umedeceu, e Dulce tremeu, não de frio, mas pelo calor de suas recordações. Mesmo depois de tanto tempo, ainda conseguia ver cada detalhe do corpo másculo e viril de Christopher, cada cicatriz e músculo, cada pequeno movimento. E sem querer lembrou-se de como suas mãos fortes e marcadas acariciavam seus seios de maneira in­dizível, o modo como seus lábios exploravam sua boca e seu corpo antes de...


Não, Christopher, não. — Dulce piscou, de volta para o controle de seu bom senso e embaraçada por se deixar levar tão longe. Buscou um pouco mais de ar, tentando não ser óbvia na sua tentativa de disfarçar o que sentia. — Não podemos ir à cidade com você, nem passar o dia a seu lado.


Por que não? É tudo perfeitamente inocente.


Não. — Dulce confirmou com um gesto de cabeça, feliz por seu novo corte de cabelo dar um movimento especial às mechas. — Num desfile? Esse não é, de ma­neira alguma, o lugar apropriado para uma discussão séria sobre o destino de nossa filha, sem mencionar...


Oi! Olá! Vovô chegou em casa!


Dulce estremeceu ao familiar cumprimento de seu pai, que se preparava para subir as escadas até onde ela estava.


Onde está minha boneca, minha linda criança? — Fernando perguntava, em alto e bom som, num tom jovial e feliz.


Otimo, eles tinham de chegar justo agora!


Como pode ver, uma coisa que seu pai tem, querida, é a noção de tempo.


Será que tenho de lembrá-lo de que, já que eles nasceram e se criaram no rancho em meio aos caubóis, a única coisa que meus pais têm é um sentimento de posse e de justiça que lhes dá a coragem de descartar de imediato quem os incomoda? — Sussurrou. — Imagina o quanto eles ficarão aborrecidos por saber que você es­teve aqui todo esse tempo?


Nunca tive medo de desagradar a seus pais, Dulce, e não vou começar agora. — Christopher reforçou o que dissera com um cruzar displicente dos braços sobre o largo e forte tórax. — Viver temendo desapontar Fernando e Blanca é seu território, não meu.


Era. — Dulce também cruzou os braços delicados. — Muita coisa mudou por aqui, Christopher. Meus pais não comandam mais minha vida.


Tenha cuidado, Fernando Sanviñon. — As palavras doces de Blanca chegaram até eles. — Vai acordar aquela coisinha preciosa, e Dulce vai cair feito uma bomba sobre nós.


Dulce sorriu, satisfeita pelas palavras da mãe, que confirmavam sua nova independência.


   Oh, aquele bebé dormiria com o soar de canhões se a mãe não a tivesse treinado a precisar de silêncio — Fernando respondeu. — O que alguém nervoso como Dulce entende de bebés? Eu amo Angel mais do que minha própria respiração, mas você sabe, mãe, como essa menina pode es­tragar as coisas se não mantivermos o olho nela.


O rosto de Dulce corou de humilhação. Seu lábio in­ferior tremeu. Com poucas frases seu pai minara tudo o que levara três anos para conseguir, tudo o que superara e esperara mostrar a Christopher.


Agora, Dulce — Christopher disse tão suave quanto o pousar de uma das mãos no ombro dela —, ele só está tentando tomar conta de você.


Tomar conta de mim? Se Fernando fosse esperto, pararia com isso, porque, pronta ou não, aqui vou eu.


Bem, avós são pessoas que entendem de bebés. E eu digo...


Papai? — Dulce estava no alto da escadaria, a mão segura ao corrimão. Seus olhos focavam os pais, ainda no hall de entrada decorado em couro e mogno.


Dulce, meu doce, é você? — Fernando voltou-se para os degraus.


Lógico que sou eu. Ainda moro aqui, você sabe, porque não posso pagar um apartamento, e não porque não sei cuidar de minha filha.


Não vá se aborrecer, querida.


Ficarei aborrecida quanto eu quiser, mamãe. Vou me irritar e até terei um ataque se for necessário para fazer vocês dois entenderem que não sou mais uma crian­ça. — A voz de Dulce crescia numa clara demonstração de descontentamento.


Ei, o que foi que a mordeu, doce menina?


Não sou mais uma menina, papai. Sou uma mulher adulta que toma suas decisões e executa o que pensa, apesar de toda a confusão que possa causar.


Fale baixo. Angel ainda está... — Christopher falou à meia-voz.


Dulce o ignorou.


   E lhe agradeceria muito, papai, se você não entrasse em casa berrando como um touro no pasto. Não sabe que pode acordar o bebé?


Em resposta, um resmungo choroso se fez ouvir no quarto de Angel.


Viu? Está contente, agora?! — Dulce gritou para baixo.


A pergunta é: você está feliz, agora? — Christopher in­quiriu num murmúrio.


Dulce fitou seu marido, o pai de sua filha, a fonte de toda dor e alegria em sua luta por independência, e sorriu.


   Não de todo ainda. — Dulce voltou-se para a escada. — E tem mais uma coisa que vocês devem saber. Christopher Uckerman voltou. Na verdade, ele está aqui em casa neste exato momento. E, aprovem vocês ou não, Christopher e eu vamos levar o bebé ao desfile, e passaremos o dia na cidade. Juntos.


 


Comentem plixxx *-*


 


Bjix da Naty




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Autor(a): natyvondy

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CAPITULO V   —Olhe, Angel, querida, vovô e vovó estão naquela primeira carrua­gem aberta que vem vindo lá na frente. — Christopher ergueu a criança no ombro, de modo que ela visse a entrada do desfile, ainda a meio quarteirão. —Christopher, cuidado! — Dulce esticou os braços para a pequena, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 580



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  • AnazinhaCandyS2 Postado em 28/02/2017 - 00:22:10

    Que fanfic boa, pena q foi tão curtinha :( Mas otima em tudo!

  • stellabarcelos Postado em 17/12/2015 - 23:59:38

    Lindos amei!

  • larivondy Postado em 03/10/2013 - 21:20:01

    ameeei, li em menos de um dia *-* tuas web's são perfeeeitas :)

  • PatyMenezes Postado em 17/12/2011 - 01:29:46

    Aqui estou eu, iguais uma tartaruga tewrminando de ler só agora -.-' desculpa o sumiço, provas finais, sabe como é neh?! mas enfim.... a web foi perfeita do inicio ao fim *-* quase morri com esse final *-* como sempre, suas web's são as melhores :D parabéns!!!

  • PatyMenezes Postado em 17/12/2011 - 01:29:46

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