Fanfics Brasil - 7 Papai cowboy - vondy - adaptada - TERMINADA

Fanfic: Papai cowboy - vondy - adaptada - TERMINADA | Tema: Rebelde


Capítulo: 7

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Muito obrigada pelos coments minhas queridas e mais lindas leitoras do mundo :D


Aqui vai mais um capítulo todinho para vocês...


 


CAPÍTULO VI


 


Então é assim que descubro que ainda sou casado? Quando você grita para mim que quer o divórcio no meio da rua? — A batalha de emoções explodiam em cada sílaba emitida por ele.


Christopher, aqui não. — Dulce o encarava de cabeça erguida e braços cruzados.


Oh, entendo... — Christopher falou bem alto, para que os curiosos à volta pudessem ouvir. — Este é o lugar certo para você pedir o divórcio, mas errado para eu per­guntar o que afinal está acontecendo.


Escutem aqui, vocês dois! — Fernando deu um passo à frente.


Dulce estendeu a mão, detendo o pai.


Acho que já o ouvi demais até agora, papai. Isto é problema meu, e eu vou resolvê-lo. E, se quer ajudar, por favor, leve mamãe e Angel para casa.


É uma boa ideia, querido. — Blanca se adiantou, tomando o comando do carrinho da neta, seguida pelo marido.


A pequena multidão curiosa abriu passagem, permi­tindo que os avós e a criança adormecida deixassem a confusão que eles mesmos haviam criado. Ainda assim, alguns olhares permaneceram em Christopher e Dulce. A an­tecipação do próximo movimento do casal eletrificava o ar na morna rua. E era tão real quanto o odor do algo-dão-doce, cachorro-quente e comidas típicas.


Christopher agarrou Dulce pelo braço e começou a puxá-la pela calçada.


O que pensa que está fazendo? — ela indagou, os sapatos baixos arrastando pelo calçamento, tentando re­sistir à força de Christopher.


Estou indo para um lugar melhor, a fim de escla­recermos este assunto.


E se eu não quiser ir?


Christopher parou de repente e a encarou.


   Foi sua ideia, querida. Você sugeriu, e eu concordei. E se não devemos conversar aqui, isso quer dizer que teremos de achar um local apropriado, porque, para seu governo, estamos tendo esta conversa no meio da rua.


Dulce, com um dar de ombros, seguiu-o.


Alguns expectadores murmuravam, outros riam e co­chichavam, uns poucos apontaram, mas nenhum ficou no caminho de Christopher, que levava a esposa para seu hotel.


Esposa... Esse pensamento fazia seu coração disparar.


O elevador é por aqui. — Christopher ajustou mais ainda o chapéu à cabeça. — Espero que possamos atravessar o lobby sem ninguém me notar.


As escadas são mais isoladas.


Christopher a fez voltar-se para ele. Respirou fundo, soltando a mão de Dulce. Sabia o quão doloroso seria subir os degraus.


Porém, tinha muito o que discutir para perder tempo em explicações e prognósticos sobre sua saúde. Não estava disposto a submeter-se a distrações ou à piedade dela.


Vamos pegar o elevador, Dulce.


Como quiser, senhor...


Christopher apertou o botão de chamada. Ambos olharam para os números iluminados ao alto da porta, mas estes não mudavam.


Dulce apertou-o de novo, e mais uma vez, até que as portas se abriram de par em par. Ela passou à frente de Christopher como se estivesse sozinha.


Nenhum dos dois disse uma palavra durante o trajeto. Ou quando Christopher colocou a chave na porta, e a abriu. Nem quando entraram no impessoal quarto de hotel.


A pesada porta fechou-se sobre si mesma com um soar característico da fechadura automática.


Um dos dois teria de ser o primeiro a falar. Já que era Dulce a deter o segredo, Christopher pensou que ela é quem deveria quebrar o silêncio. E então, manteve-se em pé, observando-a.


Dulce tocou de leve o controle remoto da tevê. Depois, o grande cinzeiro com algum dinheiro dentro, e o panfleto amarelo que Christopher não desdobrara desde que estivera na varanda dos Sanviñon.


Dulce observou a grande janela por onde penetrava o sol da tarde, fingindo estar interessada no artesanato country em marrom e dourado do batente. Caminhou pelo quarto, olhou mais uma vez à volta, parando bem ao lado da enorme cama de casal, e, enfim, disse:


   Christopher?


Ele aguardou a explicação, não sabendo se estava pre­parado para o que iria ouvir.


O que é, Dulce?


Por que tem uma bengala ao lado do leito? Christopher, que havia tentado esconder dela seu problema físico, por ironia do destino colocara-a frente a frente com a prova de seu "crime": a bengala. Por sorte, seus medicamentos estavam guardados em outro lugar.


É apenas uma pequena precaução. Tenho alguns hematomas de minha última apresentação. Nada sério. Nem a uso, como você pode notar.


Nunca antes vi um caubói usar isso por causa de alguns hematomas.


E na certa também nunca viu um vaqueiro com um médico de medicina esportiva em sua folha de pagamento. Mas são assim os rodeios de hoje em dia. Tudo muito moderno.


Dulce apertou os lábios, pensativa. Não parecia estar acreditando, foi o que Christopher imaginou. E, em vez de dar-lhe tempo para questioná-lo, resolveu partir logo para a ofensiva.


; Mas nós, porém, não viemos aqui para discutir mi­nha saúde, e sim para falar sobre a anulação. — A voz rouca e fria fez Dulce enrijecer.


Todavia, sua atitude mudou por completo antes de se explicar.


   Nunca houve anulação. — Não conseguia encará-lo, apesar de não se envergonhar do que tinha feito. — Você teria sabido se ao menos tivesse aberto uma única carta que lhe mandei. Saberia se houvesse se importado em te­lefonar ao menos para saber como as coisas tinham ficado.


Essa era a razão pela qual não se envergonhava, Christopher percebeu: ela não tinha motivo. Ele, sim, deveria arcar com o peso total daquela responsabilidade.


Deu um passo em direção à cama. Precisava sentar-se. Tinha de se livrar daquela agonia física, já que a emo­cional estava incontrolável. Ao sentar-se sobre o firme colchão, a pressão em seu quadril diminuiu, e Christopher res­pirou, aliviado.


Dulce postou-se de perfil para ele.


   Por que, Christopher? Por que não respondeu a minhas cartas?


Passando a mão ao longo do queixo e pescoço, Christopher parecia procurar uma resposta. Dulce, agora, o encarava.


É a hora da verdade, e você sabe disso. Posso aguen­tar, Christopher. Não preciso que me proteja dela.


E como me proteger?


   O quê? — Dulce jogou os cabelos para trás, os dedos trémulos ao tocarem os fios avermelhados. — Do que está falando, Christopher?


   A verdade é o que deseja, não é? — Fazia um enorme esforço para falar. — Então, lá vai: não abri suas cartas porque tive medo.


   Medo? Você?! — A risada de Dulce era genuína.
Bem devagar, Christopher tirou o chapéu da cabeça, pousando-o sobre o criado-mudo.


Dulce pigarreou e cruzou os braços.


   Do que teria medo, Christopher? Seria dos papéis de anulação?


Não. Eu imaginei que isso fosse assunto encerrado. — Inclinou-se um pouco para a frente.


Então, do quê?


Medo... Cada vez que Dulce repetia essa palavra, expondo-lhe mais uma de suas pequenas fraquezas, Christopher arqueava sobre si mesmo. A dor e uma sensação de es­tranheza se mesclavam com o choque e a ansiedade den­tro de sua alma. Tudo se refletiu no tom magoado com que indagou:


   Dulce, você se lembra da última vez que nos fa­lamos ao telefone?


Ela piscou.


Christopher, por sua vez, pôde notar sua expressão se alterar diante das duras recordações que a assaltavam.


Você quer dizer... a briga?


Aquilo não foi uma briga. — Christopher abriu os lábios numa espécie de sorriso. — Foi apenas um telefonema de alerta.


Eu... não entendo o que quer dizer.


A cama rangeu um pouco quando Christopher ajeitou-se à cabeceira. Esticou uma perna sobre o colchão, mantendo o pé para fora.


   O que seu pai sempre falou sobre homens?


A testa de Dulce franziu-se diante da estranha per­gunta, mas, mesmo assim, respondeu:


   "Ame qualquer homem, exceto um caubói"?
Christopher balançou a cabeça, encorajando-a.


   E "Case-se com qualquer homem, exceto com um caubói" — concluiu, num fio de voz.


E isso deve ser considerado em dobro, em se tra­tando de Christopher Uckerman.


Papai nunca disse isso.


Você sabe que Fernando teria dito, caso tivesse desconfiado de nossos planos de casamento. Vê? Seu pai sabia.


Sabia o quê?


Christopher baixou a cabeça. Seria um covarde por não con­seguir encará-la? Uma luta se travava dentro do peito. Alguns inimigos são enfrentados com mais facilidade ao se desviar o olhar e partir-se para o ataque, do mesmo modo como faz um touro ao atacar o que o atormenta.


Seu pai sabia, e eu, dentro do coração, sabia tam­bém. E devia tê-lo admitido. Soube o tempo inteiro, Dulce, e nossa briga final só veio me mostrar que você, enfim, percebera, também. Um homem como eu, eu em parti­cular, estou dizendo, não é para uma mulher como você.


Christopher, isso não é verdade!


A força daquela negação a impulsionou para o marido. Dulce deu dois passos na direção de Christopher, antes que ele erguesse a mão para fazê-la parar.


Não, Dulce. Negar tal fato só tornará as coisas piores, sobretudo agora que sei que ainda estou legal­mente... — Ele levantou o rosto.


...casado.


Sim, casado.


Dulce pousou a mão esquerda sobre a direita de Christopher, e sem perceber ele olhou para o dedo que levara a aliança de casamento um dia. Nada havia ali.


Desviou o olhar para o vazio.


E por isso que não abriu as cartas, Christopher? Imaginou que estariam repletas do mesmo tom acusador daquele telefonema?


Ainda trago comigo cada palavra proferida naquele dia, tal e qual uma faca cravada em meu coração, cujo cabo tenha sido retirado. A lâmina, porém, lá continua. Acha que eu queria cartas que levaria comigo por toda a vida, me lembrando o tempo todo o quanto eu havia falhado com você?


   Você nunca imaginou que elas poderiam conter um pedido de desculpas por minhas horríveis palavras? Uma chance de reconciliação?


   Uma chance para adiar o inevitável, você quer dizer.
Dulce fez que "não" com a cabeça.


Não vê, Dulce? Devolvi as mensagens porque, de uma maneira ou de outra, elas trariam dor e mais perda.


Você está errado, Christopher. — Ela dirigiu-se para a outra ponta da cama. — Se houvesse lido o que escrevi, as coisas poderiam ter sido melhores para nós. E com certeza para Angel, também.


Angel... — Passou a mão pelo rosto, soltando uma risada curta e abafada. — Era tudo o que eu precisava, não é? Outra mulher que necessite de minha ajuda e proteção. Quais condições tenho de fazer isso sem ser um total desastre?


Muito boas, se entender uma coisa.


Otimo, tinha a atenção de Christopher, Dulce percebeu. Ago­ra, se conseguisse alcançar aquela mentalidade de caubói e fazer a conexão...


Aproximou-se até que seu jeans preto tocou a colcha em tom de ouro velho do leito. Olhando para baixo, tomou uma decisão difícil: sentou-se ali.


Seu movimento impulsivo não alterou a expressão de Christopher. Seu respirar, porém, tornou-se mais pronunciado e pesado. Os olhos dele refletiam uma dor tão real que Dulce chegou a imaginar que seria quase física.


Isso passou, porém, sendo substituído em um instante por um olhar que lhe era mais familiar, de puro desejo, do único homem que quisera em toda a vida.


Mesmo agora, recordava-se com perfeição de seu corpo, seus músculos rígidos, suas costas, seus braços. Lembrava-se do deslizar suave dos negros cabelos em suas mãos, o perfume da pele quando o pescoço dele estava ao alcance de seus lábios durante o ato do amor. Lembrava-se de tudo. Christopher baixou um pouco o queixo, observando-a com cobiça.


   É assim que eu vejo, Christopher.


Ele respirou fundo.


   Angel precisa de sua ajuda e proteção, Christopher, mas porque ela é uma criança, não por ser mulher, e você o grande provedor. — Dulce melhorou sua postura, endi­reitando o tronco.


Christopher soltou uma ligeira risada, e suspirou em seguida.


Mesmo assim, desejaria ter estado com Angel desde o primeiro instante, Dulce. Não há como negar que fui um mau filho, amante e marido. Não quero, porém, falhar como pai.


Não acontecerá, Christopher. — Dulce sorriu. — Pelo que sei, sua relação com sua mãe não foi muito sadia, mas você era ainda um menino quando saiu de casa. Não era seu dever cuidar dela, deveria ter sido o contrário.


   Sei, mas isso não ajuda muito minha mãe, não é?
Dulce desistiu dessa linha de argumentação racional, sabendo não poder avançar numa seara tão íntima, op­tando por falar de coisas sobre as quais tinha autoridade.


   E como marido, não foi um fracasso, também. Quaisquer que tenham sido as falhas desse casamento, saiba que foram mútuas.


Dulce tinha certeza de que ele desejava gargalhar, cheio de ironia. Os lábios não pronunciaram palavra, to­davia ela podia ler a mensagem na expressão dele. Christopher a considerava ingénua, inocente, ainda a tímida e inex­periente garota com quem se casara.


Aquela reação mexeu com seus brios. Empinou mais o corpo, preparada para mostrar-lhe que estava lidando com uma mulher madura, agora.


   E quanto a falhar como amante...


Christopher arqueou a sobrancelha. Dulce cerrou os cílios e sorriu.


   Não me lembro de ter registrado nenhuma reclamação nesse departamento.


Christopher relaxou.


Na verdade, querida, estava me referindo a minha primeira amante.


Quer dizer... Como é mesmo o nome dela? — Dulce esticou um pouco a cabeça para a frente, apoiando um dos cotovelos sobre a perna, esperando que Christopher lesse naquela atitude um sofisticado descaso por seu passado.


Oh, sim! — Ele riu, não se deixando levar pelo jeito dela. — Para ser exato, não fiz para "como é mesmo o nome dela?" nenhum favor.


Tenho certeza de que a garota gostou do passeio. —Dulce estendeu a mão para pô-la sobre a dele. — Além do mais, sob meu ponto de vista, ela lhe fez mais mal do que você a ela.


O humor de Christopher desapareceu.


Não lamento pela moça, nem você deveria, Christopher.


Por que não? — Os olhos de Christopher se estreitaram.


Você não sabia? — Dulce deu uma risada forçada.


   Essa mulher escreveu um livro sobre sexo no meio country, espalhou-o no circuito dos rodeios e ganhou um dinheirão.


Não diga!


Ouvi dizer que há um capítulo inteiro sobre você.  – Fechou os lábios numa espécie de biquinho, esperando parecer coquete e sexy, em vez de ciumenta e insegura.  – Talvez, então, não a tenha deixado mal como imaginou.


   Então, a danada conseguiu um pouco de apoio meu, no final das contas.


Seria tal comentário uma indireta para Dulce, afir­mando que uma mulher sempre, de um jeito ou de outro, precisava de um homem?


   Creio que de maneira indireta, sim. Mas não se esqueça de que foi ela quem teve todo o trabalho de escrever.


E fazer a pesquisa — Christopher acrescentou.


Não importa, escreveu o livro, e o crédito é dela. — Dulce levantou-se. — Não dependeu de um homem para protegê-la e apoiá-la.


Está certo. — Christopher ergueu as mãos.


O que quero dizer com isso é que as pessoas são responsáveis por si mesmas. — Ajeitou uma mecha de cabelos atrás da orelha. — Você não pode salvá-las de si mesmas se elas não quiserem sua ajuda.


Concordo com isso. — Christopher curvou-se na direção de Dulce. — Mas também sei que não é tão horrível assim aceitar ajuda quando se necessita.


Dulce retirou um invisível fio de sua roupa preta.


Se isso é uma direta para mim, então tenho de lhe dizer que o único auxílio seu de que preciso é para con­seguir o divórcio.


Ei, garota!


Não fale comigo desse jeito, Christopher. Esperei muito tempo para você voltar de modo que eu pudesse resolver essa parte da minha vida. Não quero mais adiar a decisão. Estou pronta para recomeçar.


Por favor, Dulce, pare com esse discurso, sim? Há três dias cheguei à cidade preocupado com uma única coisa: fazer a melhor apresentação da minha carreira neste final de semana.


Ela havia se esquecido do show. Um touro mal-humorado o trouxera de volta, não o amor por Dulce ou mesmo a carta que escrevera e soltara ao vento.


Nesse meío-tempo, soube que tenho uma filha, ainda estou casado e que você quer o divórcio. Não consigo dar conta de tudo ao mesmo tempo.


Está certo, Christopher. — Arrependera-se por pressio­ná-lo. — Você precisa de tempo para pensar em tudo e deixar que as coisas se assentem. Talvez fosse melhor que não nos víssemos até o final do rodeio.


Bem, não quis dizer isso. Para ser franco, gostaria de passar algum tempo com... — Ele mudou o peso do corpo num claro desconforto.


Lógico que pode ver Angel o quanto quiser, en­quanto estiver por aqui. Ligue para o rancho, e eu ar­ranjarei um tempo para que vocês dois fiquem juntos um pouco.


Otimo. — Christopher cruzou e descruzou os braços, olhan­do em seguida para a janela.


Dulce tamborilou os dedos.


Bem, se estamos acertados, então...


Em relação ao pónei...


Não. Nada de pónei, Christopher. Não permitirei que Angel seja induzida do modo como eu fui. Quando for mais velha, poderá escolher seu próprio caminho. Não deixarei que nem você nem meu pai a forcem a se amoldar a algo que talvez não seja o melhor para ela.


Entendendo ou não a posição de Dulce, Christopher assentiu com um balançar da cabeça.


Bem, gostaria de fazer alguma coisa por minha filha.


Angel não precisa de nada, Christopher.


Precisa de um pai.


Nenhuma resposta parecia adequada naquele momen­to, e Dulce calou-se.


E eu preciso ser um pai, Dulce. Até agora, estive fora da vida de Angel, e não quero mais que isso ocorra. Também não sei se saberei ser um dos bons, mas de uma coisa tenho certeza: posso manter minha filha, e muito bem. Ganho muito dinheiro, e darei tudo e qual­quer coisa que...


Não posso aceitar isso, Christopher. — Dulce recuou al­guns passos, as mãos erguidas. — Não aceitarei.


Nem pelo bem de Angel?


É pelo bem dela que não vou aceitar. Sou seu modelo, Christopher. Quero que ela tenha o exemplo de uma mulher forte e independente que se sustenta, e não depende de um pai ou de um marido para cuidar de si.


Eu não seria um pai se não arcasse com a manu­tenção de minha filha.


Está bem, aceitarei uma pensão dentro do razoável. Nada mais que isso. — Recuou-mais um passo. — E nada para mim mesma.


Não seja boba, Dulce! Pense naquele empréstimo pairando sobre sua cabeça. Isso não a preocupa?


Estaria mentindo se dissesse que não. — Na ver­dade, essa pendência a mantinha acordada à noite. Mo-veu-se em direçâo à porta. — Mas encontrarei um meio de acertar o primeiro pagamento de meu empréstimo sem sua intervenção. Obrigada.


Primeiro pagamento? — Christopher saltou da cama, um sorriso desgostoso estampado no rosto. — Você nem sabe como fará o primeiro pagamento?!


Tem havido algumas... inesperadas circunstâncias. — Dulce segurou a maçaneta. — Com o novo nené de Dérick, e eu lidando com minha situação, acabamos não fazendo os contatos que esperávamos esta semana.


Christopher cobriu a distância que os separava com não mais do que duas longas passadas, postando-se a poucas po­legadas de Dulce.


Não fizeram contatos? O que quer dizer com isso?


Não fechamos nenhum contrato.


Mas fecharão?


Temos dois ou três projetos, mas os clientes de­monstraram dúvidas, pois nós não somos conhecidos, nem temos trabalhos anteriores.


Dulce examinava o desenho do carpete, apreciando a proximidade de Christopher, o aroma de sua colónia, a rouqui­dão de sua voz.


Talvez eu tenha de falar com meu pai nessa primeira vez, e você pode imaginar como me sinto por ter de fazê-lo.


Dulce, eu posso...


Não. — Ergueu a cabeça tão rápido que o quarto pareceu rodar em uma espiral. — Estarei sempre a ligada Fernando, não importa o quanto eu viva.


   Você deveria ter me escutado, então.


Dulce lutava por controlar sua respiração, que se tor­nara curta e rápida com a proximidade de Christopher. Com a mão ainda sobre a maçaneta, resolveu ouvi-lo.


O que seu sócio falou sobre mim, Dulce?


Tem certeza de que quer que eu repita? — Ensaiou um sorriso.


Dérick me disse que eu era "um negócio quente". — Christopher sorriu também, aproximando-se, quase encos-tando-se nela.


Quente. Sim, era certo. Dulce usou a mão livre para retirar o cabelo da nuca, úmida de repente.


James também afirmou que eu não estaria explo­rando todo meu potencial sem um bom assessoramento.


Christopher, não acho que...


Dulce, naquela hora isso era nada para mim, mas agora que sei de Angel, tudo mudou. Não posso ficar nos rodeios para sempre, por isso tenho de usar todo o tempo e a estratégia que me restam para o bem do bebé.


A porta abriu-se, mas se fechou em seguida.


O que isso significa, Christopher?


Estou dizendo que necessito de alguém para me gerenciar, e quero que seja você.


Oh, Christopher, nem sei o que dizer! — Os batimentos de seu coração ecoavam em seus ouvidos, seus pensa­mentos e emoções intraduzíveis. — Por um lado, sua conta poderia alavancar financeiramente nossa firma, dar-nos prestígio e...


Diga sim, então.


Não. Isso era orgulho. Mulheres independentes e ma­duras não tomavam decisões de negócios em cima do orgulho ferido. Precisava dele como cliente. Na verdade, Christopher pensara no único modo possível para que Dulce aceitasse alguma ajuda de sua parte, porque se tomariam iguais, um ajudando o outro.


De repente, todas as peças se encaixaram. Pela primeira vez, Christopher concordara com uma verdadeira socie­dade, apesar de Dulce duvidar de que ele percebera o que acabara de fazer. Seu espírito exultava diante de tamanha perfeição.


Ele aproximou-se um pouco mais.


Vamos lá, Dulce, diga sim a nosso empreendimento.


Sim.


Sim?


Sim! — Atirou os braços em volta dele. — Obrigada, Christopher, você não vai se arrepender!


Estou certo disso. — Enlaçou-a pela cintura, com os olhos cheios de paixão.


Christopher, eu...


   Diga sim, Dulce — ele falou de encontro a sua boca.
Os lábios dela se entreabriram, mas, antes que o "sim" se formasse, Christopher tomou-lhe a boca na sua.


Por quanto tempo Dulce sonhara com aquele momento, ansiando por aqueleo braços fortes a envolvê-la, aquele cor­po másculo encostado em cada polegada do seu? Foram anos, e, agora que o tinha, que a boca faminta de Christopher a cobria, Dulce resolveu entregar-se à inebriante sensação.


Se a alegria era tátil, àquele beijo era a materialização. Christopher escorregou a mão por suas costas, trazendo-a para mais perto. Mesmo sob o tecido dos jeans de ambos, Dulce soube o quanto ele a queria. E se não fosse Angel...


Não, Christopher, não podemos... — Ela quebrou, deter­minada, o encanto daquele momento.


Acho que podemos, sim. — Christopher buscou-a de novo, mudo, o desejo brilhando em seus olhos.


Não, vamos confundir as coisas. Não é certo nos darmos a este luxo. — Tomou a maçaneta, girando-a, apressada. — E preciso cuidar das prioridades.


Prioridades? — repetiu, com o cenho franzido.


Sim, Christopher. Angel vem em primeiro lugar, depois os negócios.


Mas e nós? — murmurou.


Havia dor refletida nos olhos de Christopher, Dulce podia ver. Mas tinha de fazer a coisa certa, pelo bem da filha.


   Não há "nós," Christopher. Não pode haver.


Abriu a porta, depressa, e correu para o escuro hall do hotel, o beijo ardente ainda a latejar em seus lábios.


 


Comentem plixxxx *-*


 


Bjix da Naty




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Autor(a): natyvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 580



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  • AnazinhaCandyS2 Postado em 28/02/2017 - 00:22:10

    Que fanfic boa, pena q foi tão curtinha :( Mas otima em tudo!

  • stellabarcelos Postado em 17/12/2015 - 23:59:38

    Lindos amei!

  • larivondy Postado em 03/10/2013 - 21:20:01

    ameeei, li em menos de um dia *-* tuas web's são perfeeeitas :)

  • PatyMenezes Postado em 17/12/2011 - 01:29:46

    Aqui estou eu, iguais uma tartaruga tewrminando de ler só agora -.-' desculpa o sumiço, provas finais, sabe como é neh?! mas enfim.... a web foi perfeita do inicio ao fim *-* quase morri com esse final *-* como sempre, suas web's são as melhores :D parabéns!!!

  • PatyMenezes Postado em 17/12/2011 - 01:29:46

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