Fanfic: . Esbarrões .

- Ei, é a Zoraida ali? – Mai perguntou olhando pra onde eu olhava.

- É sim. Encontrei com ela ontem no aeroporto.

- Que bom que você fala isso pras suas amigas. – ela disse com ironia e eu ri.

- Ah, foi mal Mai. Sério. Ela ta no meu quarto.

- Cara, sério, vou pedir pra mudar de quarto. O meu fica ao lado do da Belinda e da Karla. Insuportáveis! – ela reclamou e eu concordei.

- Meninas, meninos. Prestem atenção aqui! – o professor bateu com uma régua grande no quadro branco e todos olharam pra ele. – Trabalho pra semana que vem. E nem reclamem! – ele disse, antes que estourassem os murmúrios de negação. – É fácil e vai ser sobre o pra que vocês vão usar a ética no futuro de vocês.

- Pra nada. – eu resmunguei em meio ao silêncio e ele me olhou.

- Ok, Dulce, mas porque você acha isso? – todo mundo me olhou com aquela cara de “se ferrou”, e eu levantei os olhos pra ele, bem séria.

- Porque a ética é algo que vive com você. Você não a usa. Você a vive. – eu disse decidida e ele ponderou por alguns segundos.

- É uma boa, mas não. Você usa e vive. A ética esta em todo o lugar. Quando você pega a borracha de um amigo, e não devolve você não esta sendo ético.

- Que exemplo em professor! – reclamou o garoto de cabelo preto e curtinho, na frente da Zo.

- Pois é, Sr. Villard. Mas são essas pequenas coisas que mudam a visão de vocês. Agora, quero que comecem pelo menos o rascunho desse trabalho aqui. E de preferência, mais de uma página. E que pelo amor de Deus, se me apresentarem um trabalho ensino fundamental, eu vou fazer pagar uma prenda. E falo sério! – todos riram e começaram a mexer em papéis e isso e aquilo. Suspirei e encarei Maite.

- Ele não é normal. – ela resmungou.

- Chegou á essa conclusão só agora? – perguntei cética e ela riu. Peguei uma folha e comecei a fazer o texto.

Perdi-me em pensamentos. Era sempre assim. A única aula que eu gostava era de ética. O professor era o melhor que tinha, e sempre dava aqueles toques legais pra gente, super divertido. E sempre que ele passava essas tarefas e trabalhos, eu ficava fora de mim. Eu o achava meio estranho ás vezes, ele ficava meio louco ou até mesmo parecendo um perdido, mas no geral era um cara legal, divertido. Eu gostava dele. Continuei escrevendo, e escrevendo sem perceber. Minha mente fluía facilmente nesses momentos.