Fanfic: . Esbarrões .

Primeira Parte.

- Mas pai! Como você quer que eu faça isso? – perguntei frustrada, encostada na soleira da porta do gabinete do pai.

- Fazendo, minha querida. Eu sei que pode. E dar banho em um cachorro não é nada demais.

- Pra você que nunca fez isso! Laica vai me dar um banho!

- Não é porque ela é um São Bernardo, que ela é desastrada. – replicou meu pai, ajeitando os óculos sobre o nariz.

- Mas ela é. – insisti. Eu não daria banho naquele mostro.

- Eu te ajudo sua chata! – disse Christian, descendo as escadas.

- Oh, de você eu não quero ajuda! – disse, fazendo birra.

- Minha filha, seu irmão lhe ofereceu ajuda. Agradeça, e vá dar banho em Laica. Mais tarde eu tenho que buscar sua mãe no aeroporto, e você virá comigo.

- Por quê? – perguntei esquecendo momentaneamente a minha raiva de Christian.

- Porque quero que vá comigo. – ele disse resoluto – Vá dar banho no cachorro, Dulce, agora.

Bati o pé no chão ao vê-lo levantar as sobrancelhas e voltar a sua leitura. Eu sabia que não adiantava resmungar, retrucar, nem tentar discutir. Ele estava irredutível. Suspirei e saí, deixando que Christian me seguisse para o jardim dos fundos. Parei no meio da enorme varanda de casa, e bati palmas, chamando.

- Laica? Vem garota!

Ouvi um latido alto, vindo dos fundos do casebre onde o jardineiro guardava as ferramentas. Gemi, mas não deu tempo de pedir. Laica apareceu correndo, babando, como sempre, com aquela cara de quem fez arte. Ela era enorme, e amava pular nas pessoas. O problema é que agora, suas patas estavam marrons, quando normalmente são brancas. Esteve brincando na terra, provavelmente. E agora, á essa altura, ela não iria mais parar.

Gemi de novo, mas já era tarde. Laica bateu suas enormes patas quase na altura dos meus ombros, caindo logo em seguida, e me levando com ela. Caímos no chão, eu de costas, recebendo lambidas quentes e meladas dela, que me lambia que latia baixinho, brincando. Ouvi Christian gargalhar e gritei, irritada. Laica nem se importou, mas meu irmão engoliu a risada e se virou para a cachorra.

- Laica, saí! – ele bradou, fazendo o cão olhar pra ele, assustado, e sair de cima de mim. Ainda deitada eu passei as mãos no rosto, retirando aquela meleca das minhas bochechas. Praguejei baixinho.

- A culpa é sua, idiota. – eu levantei, observando minhas roupas. Meu short jeans já era, e minha camiseta solta vermelha estava suja de terra e grama.

- Minha? – Christian resmungou, passando a mão na cabeça da cachorra.

Esse é por motivações *--* eu quero cometários pra continuar `-`