Fanfic: . Esbarrões .

- Bom. Eu vou almoçar, porque estou morrendo de fome. Não vem não amiga?

- Não, pode ir Zo.

- Ok. – ouvi a porta fechar novamente e suspirei.

Na verdade eu estava com fome, mas com vontade alguma de levantar e ir até a lanchonete. Os riscos de encontrar meu pai logo na entrada seriam enormes, e não gostaria de vê-lo fora da sala do diretor, sério mesmo. Meu celular vibrou na minha mão e eu resmunguei sentando na cama. Apertei o botão e atendi.

- Alo?

- Dulce, qual é o seu problema?

- O meu? Nenhum. Porque, Mai?

- Porque você deve estar morrendo de fome, já que disse que não tomou café da manhã, aliás, o Poncho e o teu irmão estão te procurando aqui na cantina.

- Ai, você contou? – eu disse frustrada.

- Eles me obrigaram! – ela se defendeu e eu bufei.

- Droga. To indo. – desliguei o celular e me levantei. Coloquei a gravata frouxa no pescoço, e dobrei as mangas da camisa, até os cotovelos. Peguei as chaves, meu celular e saí, trancando.

Caminhei em direção á cantina num desânimo inacreditável. Eu não via a hora de chegar sexta-feira e poder ir pra casa e colocar meu plano em prática. Claro, eu teria muita dificuldade em convencer meus pais, mas nada para mim poderia ser impossível, se tratando da minha liberdade. Quando entrei na cantina, eu vi três braços se erguendo. Poncho, Christian e Mai. Revirei os olhos e fui me servir, ignorando-os totalmente. Enquanto eu me servia, senti um par de mãos pousarem em minha cintura, de leve.

- O que houve linda? – Poncho perguntou baixinho.

- A Mai já contou pra vocês. – eu dei de ombros.

- Não é só isso. – ele disse, depois de alguns segundos. Droga, ele me conhecia bem demais.

- Ah, nada não Ponchito. – eu sorri tranquilamente pra ele, e senti minha cabeça pulsar. Estava doendo.

- Dul, você sabe que pode me contar, não é? – eu peguei um guardanapo e me voltei para ele.

- Sei sim. Obrigada Poncho. – começamos a caminhar para a mesa onde o casal já estava – É só que... ah, meu pai ta vindo ai né. Vai soltar os cachorros em cima de mim! – resmunguei, me sentando. Chris me olhou sério.