Fanfic: Marca de uma Lagrima-Vondy

Dul: Pois vou te dizer o que vc não sabe: sabe por que eu tenho claustrofobia Ucker? Porque fui sequestrada aos cinco anos de idade. (ela tremeu) Fiquei trancada dentro de um quartinho mínimo, sem ar circulando durante dias. Nunca consegui superar. E sabe de mais do que vc não sabe? Isso, a imprensa não noticiou porque na época eu era apenas uma criança promissora, nada de mais. E sabe de outra coisa: o tamanho desse closet era um pouco menor que o quartinho.
Ucker apenas ficou em silêncio. Dulce estava muito nervosa. Ela se sentia extremamente mal. A última vez que ficara naquele estado fora há tanto tempo... Ucker sentia uma culpa sem limites. Ela apenas o encarava apavorada.
Ucker: Mas claro, vc não sabia. Porque vc só sabe que eu sou uma vadia, que trai o namorado, que eu sou uma destruidora de lares... tudo isso vc sabe. Agora isso VC NÃO SABIA! E me fez passar por um momento que eu levei anos para esquecer e que voltou na minha cabeça POR SUA CULPA.
Ela estava ficando histérica. Ucker se aproximou dela. Queria muito abraçá-la e o faria sem culpa naquele momento. Dulce sempre fora tão dura, tão irônica que ele nunca acreditara que ela pudesse ter algum trauma.
Ucker: Por favor, me perdoe. Por favor.
Ucker: Perdoar pelo que Ucker? Pelas humilhações que eu sofro todo o dia, pelas ofensas gratuítas que eu recebo ou por isso? Sabe, se vc conversasse comigo cinco minutos sem me atacar, eu teria tido a chance de te contar isso. Ou o Poncho poderia ter te dito isso, mas claro... A FALSA TRAIÇÃO É MAIS IMPORTANTE DO QUE DAR UM ALERTA PARA EVITAR BRINCADEIRAS DESSE TIPO
Ele se aproximou dela para consolá-la. Tentou abraçá-la, fazer uma trégua, mas Dulce ao sentir a aproximação dele, começou a bater nele com todas as forças que tinha.
Dul: SE AFASTE DE MIM. NÃO FINJA SER MEU AMIGO, PORQUE VC NÃO É. (batendo nele e avançando enquanto ele recuava)
Ucker aguentou firme. Ela estava histérica e nervosa. Ele segurou os dois braços dela. Com força, mas sem machucar, ele virou o corpo e os dois trocaram de lado. Dulce ainda tentava bater nele e os dois acabaram se desequilibrando e caindo na cama. Ele por cima dela. Dulce ainda se debatia. Ucker apenas a segurava, sem a censurar.
Ucker: VC precisa se acalmar! Se acalme. Já vai passar. (segurando os braços dela)
Ucker ainda segurava Dulce. A fúria dela havia passado, mas ela ainda tentava bater em Ucker. Ele a segurava ainda, mas havia diminuído um pouco da força.
Dul: Só me diz uma coisa: por que vc fez isso? Por quê?
Ucker: Eu queria me vingar pelo que aconteceu na festa...
Dul: Claro... (voltando a ficar nervosa) tinha que ser vingancinha barata do trio ternura, claro. (ela o encarou com desprezo) Pois bem, agora vc se vingou a altura. Estou frágil, vc sabe meu trauma, estou aqui... E agora estou chorando. (ela começou a engolir as lágrimas) Feliz agora?
Ucker: Eu juro, pelo que vc quiser, pela Anahi que eu jamais faria isso se soubesse que vc tinha claustrofobia. Juro mesmo. Sei que não gosto de vc, sei que não nos damos bem, mas jamais iria querer ver vc assim. Sempre encaro nossas brigas como agressões verbais sem significado. Nunca pensei que uma delas pudesse te fazer tanto mal. Por favor, me desculpe. Sério.
Dulce não respondeu. Apenas voltou a chorar. Ele não a soltou. Se abaixou mais e ficou com o rosto praticamente colado no dela. O rosto dela estava quente e vermelho. O dele estava prestes a ficar assim, porque ele também estava começando a chorar. Nunca pensara que alguém fosse ficar assim por sua culpa.
Ucker: É sério, me desculpe. (ele soltou um dos braços dela e acariciou o rosto dela, limpando algumas lágrimas) Juro que nunca quis fazer isso.

Ele foi fazer um gesto para limpar as outras lágrimas enquanto esperava Dulce se acalmar de vez, mas gelou. Nunca havia ficado tão próxima dela, nunca havia a visto tão de perto. Ele nunca a havia olhado como alguém que precisasse de consolo, era a primeira vez que falava com ela como amiga.
Ele deixou a mão parada no rosto dela enquanto analisava cada detalhe do rosto dela. Ela era tão linda... Mesmo com o rosto inchado, ela estava linda. A pele era macia e suave, os olhos castanhos brilhavam com as lagrimas. Ele se perguntou como seriam os lábios dela.
Sem pensar, ele contornou o lábio dela com o dedo, aproximando o rosto cada vez mais. Dulce tremeu e tentou sair dali, mas ele ainda a segurava. Com um fio de voz, ela resolveu chamá-lo a razão.
Dul: Christopher, não faça isso.
Ele não respondeu. Ele retirou o dedo dos lábios dela. Dulce realmente queria sair dali, ela tentou se mexer embaixo dele, mas ele aumentou a pressão sob o corpo dela, fazendo-a ficar quieta. Se encurvando mais, ele finalmente a beijou. Inicialmente, teve que brincar com a língua nos lábios dela para ela parar de resistir. Dulce tentou com todas as forças permanecer inerte, mas aquilo era impossível. Quando ela finalmente cedeu, ele invadiu sua boca lentamente, lhe dando um beijo lento, avançando em direção à língua dela, a capturando, a acariciando, retrocedendo afim de fazer ela avançar. Ele ficou naquele joguinho de ´língua durante algum tempo, até que finalmente ambos entraram em sintonia. Ucker a largou e a puxou pelas costas contra si, enquanto ela, já totalmente entregue, o abraçou. O beijo foi longo, intenso, desesperado e só terminou quando ambos, já sem fôlego precisaram se separar, bastante ofegantes.

Dulce se sentou na cama e observou Ucker. Ele a encarou confuso.
Ucker: O que... O que foi isso?
Dul: Me diga vc o que foi isso. (ela cruzou os braços) Ah, já sei. (ela bateu palmas) Agora sim a vingança está completa.
Ucker: O que quer dizer com isso?
Dul: Não é óbvio? Eu acabei de beijar vc, não acabei? Acabei de provar que sou uma vadia e rouba namorados. A imprensa vai adorar, estou vendo as manchetes: "Dulce dá em cima de Christopher, que resiste bravamente".
Ucker a observou se levantar da cama e ir para o terraço. Ela se encurvou sobre a sacada e observou a vista. De lá poderia se ver o mar. Ucker a seguiu e parou do lado dela.
Ucker: Vc realmente acredita que eu vou fazer isso?
Dul: Me diga vc. Esqueceu do que já me fizeram?
Ucker: Tem razão. (ele a olhou culpado) Mas não vou fazer isso.
Dul: Então por que me beijou? Sim, porque foi vc. Eu tentei resistir e tudo.
Ucker: Eu... Eu não sei. Me deu vontade de fazer isso, sei lá.
Dul: Para matar essas vontades, vc tem namorada. E não sei é uma péssima resposta.
Ucker pensou por um momento.
Ucker: Já sei o motivo. Vc estava tão mal que eu... Que eu... Te beijei porque me senti culpado. E depois eu precisava te acalmar. Funcionou, não funcionou?
Dulce riu. Ele ficou aliviado.
Dul: Funcionou. (ela balançou a cabeça) Eu disse para o Pedro que nós dois dividirmos o quarto não ia prestar.
Ucker: Dulce, sério: vc me desculpa? Pelo que aconteceu hoje?
Dul: Desculpo sim. Não que vc mereça, porque vc não merece. Mas não vai melhorar nada ficarmos com mais essa rivalidade entre nós.
Ucker: Obrigado.

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