Fanfic: Marca de uma Lagrima-Vondy

Christian desligou o telefone e ficou pensativo. Dulce apaixonada? Aquilo era inédito. Desde que conhecera Dulce, ela nunca havia se apaixonado de verdade. Dul não confiava nos sentimentos, era insegura em relação ao que sentia. Sempre fora assim... Desde que ele a conhecera.
Ele foi para a cozinha e abriu a geladeira, a fim de pegar uma cerveja. Enquanto tomava a bebida, sorriu ao se lembrar da noite anterior. Se continuasse naquela, iria largar a vida de ator e virar psiquiatra. Se sentando no sofá, Christian se perguntou por que estava sorrindo quando não havia acontecido nada de mais naquele dia.
Ele resolveu remontar a noite passada em sua mente e analisá-la melhor. Se estivesse certo, Dulce não seria a única a se apaixonar naquele ano. Ele estava a dois passos de experimentar esse sentimento novamente. E o mais impressionante é que tudo começara por causa de um queijo...

Flashback
Na hora em que Dulce ligou, Christian havia saído para fazer compras. Morava sozinho e gostava de ir ao mercado a noite, quando estavam vazios. Ele queria comprar alguma coisa para comer além das bebibas, que haviam terminado. Christian pegou o carro e foi para o mercado 24 horas perto da sua casa.
DEntro do mercado, pegou o carrinho e começou a fazer compras. Christian já havia comprado tudo o que queria quando foi na seção de frios. Queria comprar queijo para fazer um misto quente, mas o problema era que ele gostava de um tipo especial de queijo. Chegando lá, ele verificou com felicidade que havia um pacote com o tipo de queijo que queria. Foi meio que correndo para pegá-lo, com medo de que alguém o pegasse antes dele. (era o último pacote) E realmente, havia mais uma pessoa interessada no queijo que avançava com a mesma pressa. Os dois acabaram batendo os carrinhos do mercado.
hristian: Aiii.
Pessoa: Perdão, eu não te vi... (quando Christian levantou à cabeça a pessoa sorriu) Christian!
Christian: Vc?
Claudia: Eu. Vem cá, vc queria esse queijo? (pegando o pacote)
Christian: Pois é. (ele riu) Esse é o único tipo de queijo que eu como.
Claudia: E é o último pacote que tem no mercado. O que faremos?
Christian: Par ou ímpar?
Claudia: Cara ou coroa?
Christian: Pedra, papel ou tesoura?
Os dois começaram a rir.
Christian: Falando sério, pode ficar. Eu faço um sanduíche de carne.
Claudia: Não, fica vc. Nem to muito a fim de comer queijo...
Christian: Não, vc.
Claudia: Não, vc.
Os dois começaram a rir de novo.
Christian: Ok, eu tenho uma idéia: vc fica com o queijo e eu te pago um café na doceria do shopping. Pode ser?
Claudia: Mas assim quem sai ganhando sou eu. Vc ganha o que?
Christian: A companhia. Estou me sentindo muito sozinho desde que a Dul viajou.
Claudia: Certo então. Será um terrível sacrifício.
Os dois terminaram as compras, pegaram as sacolas e foram tomar o café. Pediram dois expressos e se sentaram.
Claudia: E aí? Outro adepto do mercado 24 horas?
Christian: Sim. Amo fazer compras. Sinto-me um ser humano normal nessas horas. E vc?
Claudia: Eu também.
Christian: VC parecia triste em alguns momentos... Aconteceu alguma coisa? Vi que vc comprou muitos doces e sorvetes.
Claudia: O complexo da mulher: comer para superar o fim de um relacionamento. Meu noivo e eu terminamos.
Christian: Sério?
Claudia: Sério. Depois de quatro anos, terminamos. Assim do nada. Ele me disse que conheceu outra melhor do que eu e quer casar com ela.
Christian: Então, no dia em que nos conhecemos...
Claudia: Eu estava noiva.
Christian: Por isso vc quase não participou da festa ou dançou com alguém.
Claudia: Exatamente.

Christian: Sinto muito. Mas ele deu alguma explicação?
Claudia: Disse que eu trabalhava demais, que vivia viajando... Mas eu sei a verdade. Ele terminou comigo por que... (ela balançou a cabeça) deixa assim.
Christian: Por que ele terminou com vc?
Claudia: Já disse, deixa assim Christian. Não quero falar disso.
Christian: Como quiser.
Os dois continuaram tomando o café, em silêncio. Christian pagou a conta e ele e Claudia saíram da doceria.
Christian: Valeu pela companhia.
Claudia: Não fui uma companhia agradável. (ela sorriu) Me desculpe.
Christian: Vc foi uma companhia incrivelmente agradável. Quando começa a gravar?
Claudia: Depois que o Alfonso voltar de Cancún. Todas as minhas cenas são praticamente com ele.
Christian: Certo. (ele deu um beijo no rosto de Claudia) Se cuida. Vemos-nos quando vc for gravar.
Claudia: Certo. Se cuida também. E Christian, obrigada pela companhia e pelo queijo. Vc, mesmo sem perceber, me deu uma boa ajuda hoje.
Christian: Ajudei como?
Claudia: Se importou comigo. Isso fez bem para a minha auto-estima depois do que aconteceu.
Ela entrou no carro e foi embora. Christian ficou observando o carro sumir de vista e depois foi embora também.
Fim do Flashback
Agora, sentado no sofá, bebericando uma cerveja, Christian se perguntou o que o havia impressionado de fato. Nada havia acontecido e ao mesmo tempo um momento havia ocorrido. Christian estava solteiro fazia algum tempo, desde o fim do seu último namoro. Acreditava que nascera para ficar sozinho, que não havia a mulher certa para ele. Sentia que tinha um temperamento difícil de agradar a uma companheira. Christian não acreditava em paixão a primeira vista e duvidava que estivesse passando por uma.
Christian: Acho que só quando eu começar a conviver com ela é que vou entender o que está acontecendo.
E ele bebeu mais um gole de cerveja, desejando que os dias passassem rápido.
Cancún
Dulce tapou a boca. Havia pensado alto. Ucker que ouviu a resposta a encarou.
Ucker: Por que está tudo complicado?
Dul: Porque...
Dul: (pensando) Porque eu estou descobrindo que estou apaixonada por vc e isso definitivamente não é bom. Ok, fala isso e se joga pelo terraço depois. Inventa uma desculpa. E já.
Dulce pensou e decidiu ir pela meia verdade.
Dul: Porque não sei o que pensar de vc. Uma hora vc é um estúpido, na outra vc... Bom, vc fez o que fez ontem. Qual deles é o verdadeiro Ucker?
Ucker: Eu sou os dois. O estúpido age por impulso o fofo age com sabedoria. Ou vice e versa, não sei.
Dulce cruzou os braços.
Ucker: Agora que eu esfriei a cabeça, deveria te dizer... Eu fui um completo imb*ecil ontem. Tentei resolver as coisas da maneira errada e estraguei tudo. Desculpe-me ter dito o que eu disse. Eu já devia imaginar que muitas coisas que falam de vc não é verdade.
Dul: O que vc tentou resolver da maneira errada?
Ucker: Eu vou dizer, mas vc vai querer me bater.
Dul: É um risco.
Ucker: Bom... Eu ando pensando muito em vc. E sei lá, acho que estou sentindo uma atração, um tesão... Eu apenas queria que isso passasse, estava me consumindo muito. Mas não tinha o direito de agir como agi.
Dulce o encarou com os olhos bem aberto.
Ucker: Vc pode me bater agora. De qualquer maneira, me desculpe pelo assédio e pelas palavras. Juro que não quero saber se vc traiu ou não o Poncho e definitivamente vc não é do tipo que dorme com qualquer um.
Dul: Não, tudo bem. Contanto que vc mantenha o seu facho sob controle, está tudo esquecido.
Ucker: Que bom. (ele riu) Prometo que vou superar essa atração rápido.
Dul: Assim espero.
Ucker: Bom, estou cansado. Vou tomar um banho. Até depois Dul.
Dul: Até depois.