Fanfic: Adorável Magnata . d&c – adaptada / terminada

Saudade daqui lindas *-*

Locas pra postar, então comenteem :D

— Por favor, prefiro não ver a casa de bonecas, já que falar sobre ela ou vê-la lhe causa tanto sofrimento.

— Esta falando serio?

— Naturalmente. Não quero magoá-lo.

— Não vai me magoar. Pelo contrario, ira fazer-me um favor. O meu comportamento na loja da sra. Perroni me fez refletir e conclui que já é tempo de trazer a tona toda a historia envolvendo a casa de bonecas.

O prédio onde funcionava o escritório de Christopher ficava a pouca distancia da mansão.

Havia sido uma cocheira e sofrera grande reforma. Tinha o pavimento térreo e o mezanino que no passado era deposito de feno. Externamente, o prédio demonstrava seus cento e trinta anos, porem, em seu interior, nada lembrava a cocheira de mais de um seculo atras.

0 piso de tabuas largas reluzia, a mobília era funcional e confortável. Havia ali computadores, telefones e vários outros equipamentos que Dulce não conseguiu identificar. Tudo estava muito limpo e na mais perfeita ordem.

Um cercado de madeira a um canto, com brinquedos coloridos, chamou a atenção de Dulce.

— Você trazia Marie para este escritório? — indagou, surpresa.

— Claro. Eu não tinha quem cuidasse dela e não podia abandonar meu trabalho. A garotinha ficava encantada com o barulho dos equipamentos, o brilho das luzes e o modo

como eu conversava e brincava com ela.

Por um momento Dulce imaginou Christopher sentado no chão, brincando com a sobrinha. Sentiu a garganta apertada, tal sua emoção.

Tomando o silencio dela por desinteresse, ele observou:

— Sei que não e o escritório que você deseja ver. Vamos ao que nos trouxe ate aqui. Venha comigo.

Ele subiu com ela a escada de madeira ate o mezanino. O lugar parecia um deposito de tudo o que não era usado na casa, mas estava muito limpo. Panos brancos cobriam moveis, baus e quadros. Christopher adiantou-se e puxou um dos panos, revelando a Dulce a casa de bonecas.

— Era isto que você tanto queria ver, não?

Ela deu um grito de admiração ao olhar para aquela obra-prima.

— Christopher, é maravilhosa!

A casa de bonecas era o mais perfeito exemplo da arquitetura colonial em miniatura que poderia haver. Tinha cerca de oitenta centímetros de altura por um metro e trinta de largura, e um portico com colunas sustentando um balcão. A disposição e o modelo das

janelas demonstravam a influencia dos arquitetos ingleses do período pos-Waterloo, enquanto toda a frente se abria revelando uma villa no estilo clássico romano de Andrea

Palladio.

Dulce ajoelhou-se para estudar o interior da casa. No andar térreo viu o salão central com uma escadaria suntuosa e uma minuscula lareira de marmore. Do salão saiam oito cômodos bem proporcionados. Impressionou-a a sala de jantar com mobilia de mogno em estilo vitoriano. Na sala de musica uma replica perfeita de um piano John Broadwood, de 1841, parecia real e possível de ser tocado.

— Nunca vi nada semelhante — murmurou, embevecida, tocando cuidadosamente a mobilia com a ponta dos dedos.

Refletiu que um tesouro como aquele não podia ficar escondido em um deposito. Olhou para Christopher e surpreendeu-se ao notar-lhe a expressão fria.

— O que foi? Esta aborrecido pelo que aconteceu, é isso? — indagou, levantando-se. – Você me disse que esta casa de bonecas quase destruiu a sua família.

Antes de responder, ele tirou outro pano que cobria um sofá de dois lugares, então

falou:

— Sente-se. Vou contar-lhe o que aconteceu. Talvez a historia não seja tão dramática quanto as minhas lembranças a fazem parecer. Pois bem, a casa de bonecas foi feita para a minha trisavô por um arquiteto que também projetou a Elizabeth Bay House, na Baia de Sydney. Essa casa ainda existe e é considerada a mais luxuosa da Austrália do período colonial. Lembro-me de que quando eu era criança a miniatura ficava exposta no salão, em lugar de honra.

— Só agora me ocorreu que a casa de bonecas Uckermann é uma copia da Elizabeth Bay House — Dulce comentou.

Christopher inspirou fundo antes de prosseguir:

— A casa de bebe Uckermann foi motivo de brigas entre meus pais. Mamãe gostava de companhia, era extrovertida e tinha prazer de mostrar a miniatura a quem quisesse vê-la, contrariando a vontade de papai, que detestava pessoas estranhas entrando em nossa casa. Então, ele decidiu guardar a casa de bonecas e não mostrá-la a mais ninguém. A decisão dele foi motivo de mais desavenças entre o casal. Certa ocasião, estando meu pai

viajando, mamãe recebeu a visita de um homem vindo de Sydney, interessado em ver a casa de bebe. Minha mãe mostrou-lhe a miniatura e as visitas dele continuaram. Eu estava com onze anos e só entendi que o interesse do homem era pela minha mãe quando ele a levou embora. Mamãe nunca mais voltou. Os dois mudaram-se para a Inglaterra. Desde então, o único contato que tínhamos com mamãe era por um cartão, no Natal.

Ele fez uma pausa e correu nervosamente os dedos pelos cabelos cortados rente. Pouco depois acrescentou:

— Eu não gosto da casa de bebê, pelo papel que ela representou na destruição de meu pai. Muito antes de mamãe abandoná-lo, ela usava a miniatura como um meio de aborrecê-lo. Quanto mais meu pai fazia objeção a estranhos vagueando pela casa, mais mamãe estimulava as visitas de curiosos.

— Como seu pai reagiu quando a esposa o abandonou?

— Ele já não era muito expansivo e isolou-se mais ainda. Morreu dez anos depois. Acredito que tenha começado a morrer quando mamãe lhe disse que ia deixá-lo.

Pertencendo a uma família numerosa e unida, Dulce imaginou que a vida de Christopher e do irmão teria sido muito solitária. Agora compreendia por que ele não gostava da casa de bonecas.

Comenteeem *-*