Fanfic: Adorável Magnata . d&c – adaptada / terminada

Ela olhou-o sobre o ombro.

— E eu não devia te-lo comparado aos demais homens. Você não é do tipo que beija e vai embora.

Segurando-a pelos ombros, ele virou-a com delicadeza para que ficassem frente a frente.

— Não vamos pensar em mim ou em você separadamente, mas em “nós”. O que interessa é o que sentimos um pelo outro.

Dulce sacudiu a cabeca, tristonha.

— Impossivel. Não podemos pensar em um futuro juntos.

— Por que não? Você disse que não tem ninguem a sua espera em Melbourne.

Eles estavam de volta ao assunto. Embora lhe custasse muito, Dulce sustentou o que dissera na noite anterior.

— Mas em primeiro lugar estão os planos para a minha carreira como editora.

Christopher murmurou uma praga, virou-se depressa, tirou Marie da cadeirinha alta e afastou-se com a menina, na direcao do escritorio.

Por alguns minutos Dulce ficou no centro da cozinha esperando o coracao aquietarse.

Passou a lingua pelos labios para suavizar o ardor causado pela forca dos beijos de Christopher. Sentia-se mais vibrante do que nunca; era como se os beijos e as caricias dele tivessem revivido todo o seu ser, exceto uma parte. E essa fazia toda a diferenca. Nada mudaria o fato de que ela não poderia dar a Christopher o que ele tanto desejava. Sendo assim, so lhe restaria oferecer-lhe a liberdade.

Para isso, teria de convence-lo de seu desinteresse por ele, e agiria com firmeza, sem meios-termos. Sustentaria o argumento de que era uma mulher comprometida com

grandes planos para o futuro.

Ao pensamento seguiu-se a acao. Foi ao quarto pegar a camera fotografica, papel e caneta para iniciar a reportagem sobre a casa de bebe Uckermann.

“Agora vamos descobrir que tipo de atriz é Dulce Saviñón”, pensou, olhando para a propria imagem refletida no espelho.

Minutos depois, estava no escritorio. Christopher não se deu ao trabalho de afastar os olhos do computador ao ouvi-la entrar. Marie estava no cercado, de pe, segurando na grade, e balbuciou seus monossilabos, cheia de entusiasmo, ao ver Dulce.

— Posso tirar algumas fotos da casa de bonecas?

— Fique a vontade.

— Obrigada.

Foi esse o curto dialogo mantido entre os dois. Dulce subiu a escada, sentou-se na

frente da maravilhosa miniatura e passou a examina-la e a tomar notas. Em seguida, tirou

diversas fotos. O problema foi que não se concentrou no trabalho como devia. Parte da sua mente estava no homem la embaixo, atento ao computador.

Com tantos homens no universo, por que se sentira atraida por um que tinha instinto paternal tão forte? Para tornar as coisas piores, ela e Marie tinham grande afinidade. Toda vez que olhava para a garotinha ou a segurava no colo, o coracao enternecia-se. Como poderia abandonar essas duas criaturas?

Suspirou. Era impossivel sonhar com os dois fazendo parte do seu futuro.

Terminou de tirar as fotos e desceu. Christopher ainda estava diante do computador.

— Obrigada — agradeceu-lhe sem esperar resposta. Surpreendeu-se quando Christopher voltou-se para ela.

— Estive pensando e cheguei a conclusao de que não e justo prende-la aqui, uma vez que você tem outros… compromissos. Devo ir a Melbourne amanha e vou tentar conseguir uma pessoa que queira tomar conta de Marie.

O tom glacial deixou Dulce prostrada. Conseguiu dizer, aparentando calma:

— Esta bem, mas não tenha pressa. Estou contente aqui e posso esperar ate que você encontre alguem do seu agrado.

— Obrigado pela consideracao. Tentarei deixa-la livre o mais depressa possivel.

O ambiente pareceu tão sufocante que Dulce sentiu tontura. Christopher não via a hora de livrar-se dela, pensou, imensamente infeliz. Reconheceu que, para ambos, seria melhor assim. Mas esse raciocinio não lhe serviu de consolo.

— La em cima você conseguiu tudo o que queria? — Christopher indagou no mesmo tom gelido.

— Eu gostaria de entrevista-lo para obter informacoes sobre a historia da casa — ela lembrou-o. — Mas isso pode esperar que você volte de Melbourne.

— Esta bem.

Mal ele acabou de falar a pesada porta de carvalho abriu-se e uma mulher de beleza estonteante entrou no escritorio.

— Sua empregada disse-me que eu o encontraria aqui, querido.

Aproximando-se da escrivaninha, ela atirou-se nos bracos de Christopher.

Automaticamente, ele abracou-a.

— Alô, Roberta. O que a trouxe aqui?

Dulce ficou paralisada e emudecida. Essa era Roberta Sinden, a famosa modelo. Era linda, tinha a pele sedosa e cheia de vida, e cabelos loiros que lhe caiam como uma cascata ate bem abaixo dos ombros.

So então Roberta notou a presenca de Dulce.

— Quem e essa?

— Roberta, quero que conheca Dulce Saviñón — Christopher fez as apresentacoes. — Dulce esta cuidando de Marie.

Roberta esbocou um sorriso radioso.

— Você encontrou, afinal, uma baba para a pequenina. Devo ter pressentido que esse problema estava resolvido quando decidi voltar.

— Dulce não é uma baba. Ela esta aqui para fazer-me um favor — Christopher

esclareceu.

As sobrancelhas de Roberta arquearam-se.

— Desculpe-me, Dulce. Você deve ser muito eficiente nesse trabalho para conseguir manter Marie tão… quieta. Vou precisar da sua ajuda para saber como lidar com a menina.

— Esta pensando em cuidar de Marie, Roberta? — Christopher admirou-se.

A modelo encolheu os ombros.

— Pretendo ser útil. — Ela lancou um rapido olhar para Dulce. — Seria possível conversarmos a sos, Christopher?

— Vou para a casa — disse Dulce depressa. — Posso levar Marie?

— Pode — Roberta autorizou, imediatamente.

— Não — Christopher replicou com veemencia. — E você tambem não precisa sair, Dulce. Roberta e eu ja dissemos tudo o que devia ser dito quando ela decidiu partir.

Continuo? *-*