Fanfic: Entrega especial (FINALIZADA) | Tema: AyA
Só faltava que o próprio Poncho retornasse, de onde quer que tivesse ido. De qualquer maneira, todos se sentaram à mesa para falar sobre o caso da adoção de Gio enquanto Helenacuidava do almoço.
- Vocês têm certeza de que querem conversar sobre isso agora? Não quero atrapalhar os prepa¬rativos de vocês - falou Annie, desconcertada e arrependida por ter aceitado ir até lá.
- Se não resolverem logo este assunto, acaba¬remos falando sobre isso hoje a noite e ao longo do dia, amanhã, durante todo o Natal - falou a matriarca dos Herrera, apontando para a mesa com a colher de pau. - Na verdade, estou grata por ter tempo agora, quando ainda não entramos em clima de festa.
- Precisamos apenas delinear uma estratégia geral - falou Maite, concordando.
- Ei, o aroma aqui está delicioso - disse Poncho, com uma expressão sorridente.
Ele parecia quase normal, o que causou uma sensação estranha em Annie, um misto de alívio e tristeza.
- Olá, "maninho".
- May! Que bom que está aqui - falou ele, beijando a face dela.
Então seu olhar encontrou o de Annie e seu sor¬riso ficou estático por um instante, suavizando-se logo em seguida, até ficar semelhante ao que se acostumara naqueles dias... antes do beijo.
Sem perceber, ela ergueu a mão e acenou.
Depois de alguns segundos de silêncio, em que o tempo pareceu ficar congelado, Poncho puxou uma cadeira e se sentou ao lado dela, colocando o braço por sobre o encosto, de maneira casual.
- E então, irmãzinha? Até onde já chegaram?
- Papai pesquisou umas duas leis arcaicas para mim, mas ainda não tive a chance de me apro¬fundar nelas...
Enquanto a conversa se estendeu, ficou definido qual juiz deveriam procurar primeiro, mesmo que não pudessem escolher um, já que teriam de fazer uma audição de emergência". Disseram também que seria necessário vendê-la ao juiz.
- Vender-me?
- E uma força de expressão - explicouo Pai.
- Sim, precisamos convencer o juiz de que você é a melhor opção para o bebé, mostrando que po¬derá proporcionar um meio saudável e estável para criar Gio - completou Maite.
- Creio que já tinha pensado a respeito disso, já que me contou sobre seu emprego - falou Poncho.
- Vamos começar pela parte profissional, então - disse a irmã dele.
Contudo, conforme ouvia a explicação que lhe era dada, a expressão da jovem advogada foi fi¬cando mais grave a cada instante.
- É isso - concluiu Annie, ao acabar de contar o que acontecera.
- Nesse caso, a primeira coisa de devemos fazer na manhã seguinte ao Natal é falar com seu chefe, antes mesmo de pedirmos uma audiência.
- Qual é exatamente sua função? - indagou John.
- Bem... - começou Annie, parando em meio à explanação quando viu Maite comprimir os lá¬bios e se recostar à cadeira, com ar desanimado. - Por que você ficou assim? O que foi?
- Não ligue para isso e prossiga. - disse Poncho, olhando de soslaio para a irmã.
- Mas, por que ela fez isso? - insistiu ela.
- Vamos lá - começou Maite, entrelaçando os dedos e se apoiando na mesa ao se curvar para frente outra vez. - Você irá pedir à corte que lhe conceda a guarda de um bebé quase recém-nascido, mesmo sendo solteira. Isso será um problema menor, se eu puder convencer o juiz de sua capacidade e dedicação. A menos que mude de emprego, terá de deixá-la sob os cuidados de uma babá ou em uma creche. Isso implicará em outro obstáculo, mas não é tão difícil de superar, já que inúmeras mães o fazem.
- Mas? - questionou Annie, prendendo o fôlego.
- Mas isso tudo pode desmoronar no momento em que for colocado o fato de que seu trabalho exige que você viaje. Aliás, com que frequência isso acontece?
- Em média, duas vezes por mês, durando dois ou três dias cada viagem.
- O que dá uns cinco dias por mês fora de casa?
- Isso.
- Quem vai cuidar de Gio durante suas viagens? - questionou a advogada, em tom cauteloso.
- Ainda não pensei nisso. Mas conseguirei pro¬videnciar algo.
- O juiz vai querer saber - adicionou o matriarca da familia.
- Nesse caso, precisarei ajeitar isso antes do esperado - defendeu-se Annie.
- Se ainda tiver um emprego - falou Maite.
- Pelo menos três mulheres no meu departa¬mento têm filhos pequenos e isso não as impede de trabalhar e viajar.
- Elas são casadas? - perguntou Poncho.
- Apenas duas delas.
Ao responder, Annie passou as mãos pelos cabe¬los, ajeitando-os de maneira nervosa, antes de massagear a nuca e abaixar a cabeça, desanima¬da. Eles estavam apenas mostrando, de maneira gentil, a verdade que suas emoções queriam ocul¬tar a qualquer custo.
Foi Helena que veio em seu resgate.
- Não ser preocupe, querida. Eles não estão fazendo isso apenas para criticá-la, mas porque precisam antecipar todos os problemas para traçar um curso de ação.
Annie levantou a cabeça e a olhou com ar agra¬decido e então Ricardo o chefe da familia aproveitou a deixa da per¬gunta anterior, que a abalara tanto.
- Por acaso não há ninguém com quem esteja hesitando em se comprometer? - O velho se in¬clinou para frente, piscando um dos olhos com ar divertido mas cheio de expectativa. - Alguém que venha sendo deixado de lado por falta de urgência?
Todos os olhares recaíram sobre ela.
Poncho retirou o braço de trás do encosto da cadeira dela e pegou a caneca que estava à sua frente com as duas mãos. Depois de bebericar um pouco olhou para o conteúdo e disse dé ma¬neira casual:
- Ela não pretende se casar.
Quando notou que todas as sobrancelhas pre¬sentes se arquearam,
Annie sorriu da melhor ma¬neira que pôde e torceu para que o assunto pa¬rasse por ali.
- Sinto muito, pessoal.
Maite soltou um suspiro e voltou a assumir uma expressão profissional.
- Uma pena.
Contudo, ao ouvirem um ruído na porta de trás, todos se voltaram para lá.
- Deixem que eu cuido disso - falou Ricardo, indo receber o restante da família de sua filha, que estava chegando.
- Continuaremos com isso depois do almoço - falou Maite em tom suave, apertando a mão dela na sua antes de se levantar para receber seus filhos e marido que estavam entrando. - Encontraremos a combinação certa de itens para apresentar ao juiz.
Helena se aproximou então pelo outro lado, com Gio nos braços.
-Veja só quem acordou.
Annie se levantou e foi pegar o bebé.
- Eu não a ouvi chorar.
A anfitriã se abaixou para pegar a própria ne¬tinha recém-chegada nos braços, mas voltou a en¬cará-la em seguida.
- Nem poderia, pois ela não chorou. Quando passei pela porta do quartinho, espiei lá dentro e a vi acordada. Não resisti e a peguei no colo. Fique sossegada, pois está se mostrando uma boa candidata à mãe.
Depois de observar todos eles se abraçarem, Annie viu o garotinho de cabelos escuros, Michael, pedir para Poncho brincar de "cavalinho" com ele enquanto Maite implorava para que sua filha caçula mostrasse para a avó o que havia aprendido na escola.
Poncho colocou o menino nos ombros, deu uma volta pela cozinha e então parou de repente, cur¬vando-se e derrubando o garoto para frente, pe-gando-o em meio à cambalhota. Ambos riam de maneira espontânea e divertida. Não havia dúvi¬da de que ele seria um excelente pai.
Sentindo uma enorme carência ao ver aquela cena familiar, Annie respirou fundo, pegou a ma¬madeira recém-aquecida de Gio e voltou para o quartinho, onde não precisaria presenciar aquilo tudo.
O restante do dia se passou muito mais depres¬sa. Greg, o marido de Maite, colocou as crianças para cochilar à tarde quando as "águias da justiça", como Verónica os chamava, se reuniram em torno de Annie para continuar a discussão, logo de¬pois do almoço.
Quando desocuparam a mesa e o jantar começou a ser servido, Dulce Maria, a outra irmã de Poncho, che¬gou do Texas com sua "prole". Ela e Christopher tinham três garotos. O mais velho tinha seis anos e o mais novo tinha dois.
Todos os cinco sobrinhos pareciam considerar Poncho como um brinquedo especial, cercando-o e assediando-o o tempo, em busca de novas brinca¬deiras. E ele nunca parecia se cansar.
Depois de se sentarem para jantar, Dulce, que também era uma advogada, passou a participar da conversa sobre o caso de Annie e Gio.
Mais tarde, quando a conversa foi encerrada, todos começaram a comemorar o Natal, can¬tando músicas típicas para as crianças, servin¬do e comendo docinhos dos mais variados tipos e tudo mais.
Mais uma vez, Annie se sentiu acuada. Como Gio começou a ficar agitada, Ricardo as levou até a bi¬blioteca e acomodou-as em sua cadeira de balanço. Em meio à penumbra, ela sé surpreendeu quando ouviu uma voz atrás de si.
- Está se escondendo? - perguntou Poncho. - Espero que não tenha se arrependido de ter vindo.
- Como eu poderia me arrepender? Sua família é maravilhosa. E fácil ver como isso tudo é im¬portante em uma época como essa.
- Fiquei com medo de que se sentisse superprotegida.
- Mas estou me sentindo.
O sorriso dele a fazia sentir-se assim.
- Annie...
Poncho mal começou a falar quando foi interrom¬pido pela chegada de seus sobrinhos, que o ro¬dearam e exigiram sua total atenção.
Mais tarde, depois que todas as crianças foram banhadas e vestidas para dormir, eles se reuniram no tapete da sala ao redor de Ricardo, que se acomodara em uma enorme poltrona ao lado da lareira para ler um enorme livro infantil para seus netos.
Quando os menores começaram a cochilar, os pais aproveitaram para colocar todos para dormir. Aproveitando a chance, Annie foi para o "quartinho" com Gio, mas Poncho a seguiu.
- Já vai se recolher?
- Acho que é melhor assim.
- Você vai perder o melhor da festa. Depois que as crianças vão dormir é que tudo se anima. Montar bicicletas e brinquedos faz parte da ex¬periência de aprendizado sobre criar filhos.
- Para ser sincera, não creio que minha habi¬lidade como montadora de brinquedos venha a ser necessária tão cedo. Além disso, é melhor que tente descansar enquanto Gio dorme.
- Bem, tentaremos nos ajeitar sem sua pre¬sença - lamentou ele. - Se precisar de algo, basta me dizer.
- Obrigada. Eu o farei - falou ela, imaginando qual seria a resposta dele se lhe pedisse que a abraçasse só mais uma vez.
O olhar de Poncho se fixou em seus lábios.
- Você não me engana. Só está querendo es¬capar da tarefa de encher os balões.
Com um sorriso e uma piscadela que pareciam prometer algo maravilhoso, ele fechou a porta bem devagar ao sair.
Autor(a): Sophi
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CAPITULO IX Annie ficou deitada na cama, sem con¬seguir dormir, ouvindo as risadas contidas e os ruídos estranhos vindos da sala. A despeito de se manter imóvel, sua mente parecia estar funcionando a toda velocidade.A casa já estava em silêncio e o sono quase a envolvera quando Gio acordou e começou a chorar.Sem demora, ela foi at&eacut ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 220
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:29
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* Adorei o final *-* gracias por postar =]]
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:28
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* Adorei o final *-* gracias por postar =]]
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:27
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* Adorei o final *-* gracias por postar =]]
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:26
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* Adorei o final *-* gracias por postar =]]
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:25
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:24
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* Adorei o final *-* gracias por postar =]]
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jl Postado em 01/02/2012 - 09:07:06
Dá pra postar o ultimo capitulo logo ¬¬?
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jl Postado em 01/02/2012 - 09:07:06
Dá pra postar o ultimo capitulo logo ¬¬?
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jl Postado em 01/02/2012 - 09:07:05
Dá pra postar o ultimo capitulo logo ¬¬?
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jl Postado em 01/02/2012 - 09:07:04
Dá pra postar o ultimo capitulo logo ¬¬?