Fanfic: Entrega especial (FINALIZADA) | Tema: AyA
- E ela não é minha - acrescentou quando o viu fitando-a em silêncio.
A reação de Alfonso foi imediata. Endireitando o corpo, ele estreitou os olhos e pressionou os lábios.
- Não?
Annie concluiu que, pelo visto, induzira-o a tirar conclusões erradas.
- Ei! Eu não a roubei, se é o que está pensando.
- Está tomando conta dela para uma amiga? - questionou ele, ainda desconfiado.
- M-mais ou menos -y gaguejou Annie, evitando encará-lo. - Encontrei-a à minha porta, dentro da¬quela caixa de televisão que está perto da entrada.
- Hum, entendo. E com aquele bilhete que me mostrou?
Até que enfim as coisas começavam a se escla¬recer, pensou ela. Atravessou o quarto com cui¬dado para não balançar demais o bebé. Os peque¬nos olhinhos haviam se fechado outra vez. Talvez ela acabasse dormindo se continuasse em seu colo.
- Bem, vamos voltar para a sala - sugeriu a seu visitante. - Vai me dar algum conselho ou orientação?
Ficando de lado, ele a deixou passar e a seguiu. Porém, ficou de pé e manteve as mãos nos bolsos enquanto a via sentar-se.
- Quando a encontrou?
- Por volta das sete e meia da manhã de hoje.
- E não chamou as autoridades?
- Não contei a ninguém ainda, exceto você. Annie estava decidida a ser honesta. Com certeza,
em se tratando de advogados, a regra básica que ela usava para computadores também deveria se aplicar: quanto melhor a informação fornecida, melhor o resultado obtido. E dizer a verdade era a melhor maneira de se conseguir bons conselhos.
- Por quê? - indagou Alfonso, com curiosidade.
- A princípio, não tive tempo. Estava ocupada demais tentando descobrir como se cuida de um bebé. Depois, não sabia ao certo a quem chamar, nem qual tipo de autoridade deveria contatar. Por fim, quando tive a oportunidade de fazê-lo, já não tinha certeza de que queria contar isso a alguém. Foi então que decidi deixar o bilhete à sua porta.
Os lábios de Alfonso se comprimiram mais uma vez. Annie evitou olhá-lo diretamente.
- Srta. Portilla, precisa me dar um adiantamento.
- Como? - questionou ela, voltando a encará-lo.
- Por acaso está me contratando? - indagou ele, com uma expressão severa. - Se estiver, pre¬cisa oficializar isso com um adiantamento.
Annie percebeu que havia uma certa urgência no tom de voz dele, embora fosse impossível identi¬ficar o motivo. Seria apenas ambição? Sentindo-se tentada a reagir com mais ímpeto, conteve-se ao se lembrar de que não seria bom acordar a me¬nina. Contudo, teve de se concentrar para se man¬ter calma.
- Poderia me mandar a conta depois? Só preciso de um pequeno aconselhamento. Eu gostaria de...
- Senhorita, se estiver me contratando - in¬terrompeu ele -, faça-o de uma vez. Agora.
A conversa estava sendo bem diferente do que Annie esperava, depois de ouvir os muitos elogios a respeito do "bondoso" advogado que se mudara para o condomínio. A filosofia profissional dele parecia bem clara: sem dinheiro, sem conselhos. Por que ele não podia mandar a conta depois? Uma das coisas que a haviam incomodado ao longo do dia fora justamente se teria ou não condições de sustentar um bebé.
Vinha vivendo no limite de sua renda naqueles últimos tempos. Teria de cortar despesas de al¬guma maneira, provavelmente mudando-se para um apartamento mais simples. Isso sem conside¬rar as despesas judiciais.
Respirando fundo, levantou o queixo e o enca¬rou. Então olhou ao redor.
- Não sei onde deixei minha bolsa.
O que era verdade, já que a bolsa não estava no balcão da cozinha, onde ela sempre a guardava. Não fazia ideia de onde a havia deixado depois que encontrara o bebé.
- É aquela ali? - perguntou ele, caminhando até o arco que separava o hall da sala e se incli¬nando para pegá-la.
- Obrigada - agradeceu Annie, quando ele lhe entregou a bolsa.
Quando tentou abri-la com uma só mão, viu Alfonso se aproximar.
-Deixe que eu segure o bebé, sim? - sugeriu ele, tirando a menina dos braços dela com tanta habilidade que nem ouve tempo de Annie reagir.
O modo confiante como Alfonso acomodou a ca¬beça do bebé em seu ombro, segurando-o apenas com um braço, demonstrou que ele sabia o que estava fazendo. Como alguém tão ávido por rece¬ber um adiantamento em dinheiro podia ser, ao mesmo tempo, tão cuidadoso com uma criança?, Annie se perguntou. A vida não lhe pareceu muito justa naquele momento.
- Quanto? - questionou ela, retirando duas notas de vinte dólares da carteira.
- Faça um cheque - respondeu Alfonso, com ar indiferente. - Acho que será melhor.
- Está bem, mas quanto? Cem dólares são su¬ficientes? Pode mandar uma conta complementar, se isso for insuficiente.
- Cinquenta deve bastar - murmurou ele, aca¬riciando as costas do bebé com a mão livre.
O jeito dele demonstrava muita experiência com crianças. Quando ela lhe entregou o cheque preen¬chido, viu-o checar primeiro o relógio e então fazer uma careta. Depois de dobrar a folha preenchida, colocou o cheque no bolso sem nem mesmo olhá-lo.
- Não vai verificar se escrevi tudo certo?
- Não é preciso, obrigado.
- Oh - murmurou Annie, arqueando uma sobrancelha.
O suspiro que o ouviu soltar lhe pareceu um evidente sinal de alívio, o que a deixou intrigada. Ao fazer menção de pegar a menina dos braços dele, teve outra surpresa.
- Deixe que eu cuide dela por alguns minutos. Você parece exausta. Sente-se e relaxe um pouco. Segurarei a menina para que possa se concentrar e me dizer o que quer que eu faça.
- Não foi para isso que acabei de contratá-lo? Para me dizer o que fazer? - indagou Annie, sem conseguir esconder sua indignação.
- Não, srta. Portilla - respondeu ele, sur-preendendo-a e acalmando-a em seguida, com seu sorriso bem-humorado. - Você me contratou para nos proteger de qualquer problema futuro.
- Como assim?
Foi tudo o que Annie conseguiu dizer. Estava com a cabeça repleta de perguntas, mas aquele sorriso arrebatador a impediu de concatenar as ideias.
- Tenho a impressão de que estou prestes a ficar sabendo de um crime - respondeu Alfonso.
- O quê?!
- Se pretende admitir que cometeu um, não prefere estar protegida pelo privilégio do relacio¬namento sigiloso entre advogado e cliente?
- Sobre o que está falando?
- Para ser sincero, ainda não sei ao certo - admitiu Alfonso. - Mas rapto foi a primeira coisa que me veio à mente.
- Eu não a raptei! O bebé foi abandonado à minha porta!
- Como eu já lhe disse, não sei ao certo que lei foi quebrada aqui, mas tenho certeza de que é ilegal encontrar o bebé de outra pessoa e man-tê-lo consigo. Caso seja essa sua intenção, claro.
- E isso mesmo o que quero que consiga para mim. Diga-me como mantê-la, mas dentro da lei.
- Então, encontrou-a essa manhã, certo?
- Isso mesmo.
- E já tem certeza de que quer mesmo ficar com ela? Mesmo sendo a filha de uma desconhecida? Uma criança sem referencial nenhum, que pode ter sido gerada por uma viciada em crack ou por uma aidética? Pretende mantê-la mesmo assim?
Olhando para o bebé, Annie rogou para que aque¬las suposições fossem um engano.
Autor(a): Sophi
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- Sim - respondeu, em um tom de voz firme, voltando a olhá-lo. - Quero ficar com ela.- Então vamos fazer uma coisa de cada vez - prosseguiu Alfonso. - Primeiro vamos entrar em contato com a polícia e contar o que aconteceu. Depois começaremos o processo para indicá-la como mãe adotiva ou protetora da criança.- Não.Os de ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 220
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:29
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* Adorei o final *-* gracias por postar =]]
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:28
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* Adorei o final *-* gracias por postar =]]
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:27
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* Adorei o final *-* gracias por postar =]]
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:26
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:25
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jl Postado em 01/02/2012 - 16:30:24
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jl Postado em 01/02/2012 - 09:07:06
Dá pra postar o ultimo capitulo logo ¬¬?
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jl Postado em 01/02/2012 - 09:07:06
Dá pra postar o ultimo capitulo logo ¬¬?
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jl Postado em 01/02/2012 - 09:07:05
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jl Postado em 01/02/2012 - 09:07:04
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