Fanfic: •■•Um Reino de Sonhos•■• D&C
No entardecer do dia seguinte chegaram às cercanias do castelo de Hardin, Christopher já não se mostrava tão afável. Em vez de desfrutar da companhia de Dul, como tinha esperado fazer, encontrou-se cavalgando ao lado de uma jovem que respondia a seus comentários, com um olhar inexpressivo destinado a fazê-lo se sentir como um bufão da corte. Tinha mudado de tática, e em vez de permanecer em silêncio, fazia perguntas a respeito de assuntos que ele não podia e não devia discutir com ela, como a data em que tinha a intenção de atacar o castelo de Merrick, o número de homens que pretendia levar consigo, e quanto tempo pretendia mantê-la como prisioneira.
Se a intenção de Dul era demonstrar da maneira mais clara possível, que ela não deixava de ser uma vítima da força bruta do Lobo, conseguiu o que se propunha. E se o que pretendia era incomodá-lo, também nisso começava a ter êxito.
Dulce sentia que tinha alçando algum êxito, embora não se sentisse tão satisfeita com seu êxito como Christopher supunha. Na realidade, enquanto contemplava as escarpadas montanhas em busca de algum sinal do castelo, sentiu-se cansada por causa da tensão que era tentar compreender o enigmático homem que cavalgava ao seu lado, e suas próprias reações diante dele. O conde havia lhe dito que a desejava e, evidentemente, aquele desejo era muito intenso para tolerar que durante dois dias ela o tratasse com descortesia, algo que contribuiu em parte para aplacar seu orgulho de mulher. Por outro lado, não devia desejá-la tanto, porque não estava disposto a evitar a luta contra seu clã e seu lar.
Madre Ambrose tinha lhe advertido sobre o «efeito» que podia causar nos homens; evidentemente, decidiu Dul, a prudente abadessa estava querendo dizer que esse «efeito» faria com que eles se comportassem como seres odiosos, ternos, rudes e imprevisíveis, tudo isso no espaço de uma hora. Com um suspiro, Dul abandonou a intenção de tentar compreendê-lo. Tudo o que desejava era estar em sua casa, ou na abadia, onde ao menos sabia o que podia esperar. Voltou à vista para trás e viu Angel conversar animadamente com Diego Westmoreland, que atuava como sua escolta desde que Dul se viu obrigada a cavalgar na vanguarda, com o Lobo. O fato de que Angel estivesse a salvo e parecesse se sentir satisfeita, era a única satisfação que Dul experimentava dada sua situação.
O castelo de Hardin apareceu diante da sua vista pouco antes do anoitecer. Elevava-se no alto de um penhasco como uma enorme fortaleza que se estendesse em todas as direções, com seus altos muros de pedra iluminados pelo sol poente. Dul se sentiu subitamente desanimada; era cinco vezes maior que o castelo de Merrick, e parecia inexpugnável. Nas seis torres daquela fortaleza viu os estandartes azuis balançando, o que proclamava que se esperava a chegada do senhor ao anoitecer.
Os cascos dos cavalos ressonaram ao cruzar a ponte elevadiça e entrar no pátio de pedras do castelo. Os servos correram para segurar as montarias e oferecer seus serviços aos recém chegados. O conde se aproximou para ajudar Dul a desmontar e depois a acompanhou ao interior do salão. Aproximou-se deles um senhor de idade carregado de chaves, que Dul supôs seria o mordomo, e Christopher começou a dar ordens.
-Que tragam uns refrescos para mim e mi... -na fração de segundo que o conde demorou em escolher o termo mais adequado para designar Dulce, o senhor observou o modo como ela estava vestida, e a eloqüente expressão de seu rosto bastou para revelar que pensava que se tratar de uma rameira, - minha convidada - concluiu Christopher.
Que a confundissem com uma dessas prostitutas que freqüentemente viajavam com os exércitos era a última e definitiva humilhação que Dulce podia suportar. Mortificada, afastou a vista do velho e fingiu inspecionar o grande salão, enquanto o conde continuava dando ordens. O rei Henrique, conforme tinha comentado, tinha-lhe entregado o castelo de Hardin fazia pouco tempo, e nunca antes tinha estado nele. Enquanto Dul observava tudo o que lhe rodeava, seus olhos de mulher sentiram imediatamente que, apesar de ser grande, o castelo de Hardin estava muito mal atendido e conservado. Os juncos que cobriam o chão não eram trocados há anos, das vigas do teto estavam cobertos de teias de aranha, as grosas cortinas estavam cobertas de pó, e os servos sujos.
-Quer algo para comer? -perguntou-lhe Christopher, voltando-se para ela.
Dulce, zangada e ferida em seu orgulho, fez um esforço em convencer o velho mordomo e a todos os sujos servos de que ela não era o que parecia ser. Voltou-se para o conde e respondeu friamente:
-Não, não quero nada. O que desejo é que me conduza para um quarto, preferencialmente algo mais limpo que este salão, e que me permitam tomar um banho e dispor de roupas limpas, se é que algo assim é possível neste... monte de rochas.
Se Christopher não tivesse se dado conta do olhar que o mordomo tinha dirigido a Dul, teria reagido de maneira irada, mas, como tinha visto, procurou controlar seu temperamento.
-Acompanhe à condessa de Merrick para seu quarto, contígua ao meu - ordenou ao mordomo. Depois, dirigindo-se friamente a Dul, acrescentou: - Desça para jantar dentro de duas horas.
Qualquer gratidão que ela pudesse ter sentido diante do deliberado emprego de seu título, ficou eliminada pelo torvelinho de emoções que experimentou diante da menção ao seu dormitório.
-Jantarei a portas fechadas em minha habitação - informou-lhe, - ou não comerei nada.
Este desafio público, totalmente inaceitável diante de cinqüenta servos que assistiam boquiabertos à cena, acrescentou-se ao resto de seu comportamento durante os dois últimos dias, e finalmente convenceu Christopher de que era necessária uma reprimenda mais dura, que não duvidou em levar realizar.
-Dulce - disse em tom sereno e inexpressivo, o que contradizia completamente a dureza do castigo que se dispunha a impor, - enquanto não melhorar sua atitude, está proibida de visitar sua irmã.
Dul empalideceu e Angel, que nesse momento entrava no salão acompanhada de Diego Westmoreland, dirigiu um olhar implorante, primeiro a sua irmã e depois ao homem que estava ao seu lado. Diante da estranheza de Dul, foi Diego quem interveio.
-Christopher, sua ordem também é um castigo para Lady Angel, que não fez nada...
Mas ele desprezou com um gesto o olhar de desconformidade que seu irmão lhe dirigiu.
Recém banhado e barbeado, Christopher se sentou diante da mesa do grande salão, em companhia de seus cavalheiros e de seu irmão. Os servos trouxeram bandejas com saboroso cozido de veado, que já começava a esfriar. Christopher, entretanto, não prestava atenção à comida, que de qualquer forma não lhe parecia apetitosa, mas sim observava os estreitos degraus que desciam em espiral das habitações do piso superior, tratando de decidir se devia subir ou não para obrigar às duas mulheres a descer, pois surpreendentemente Angel tinha decidido unir-se à rebelião de sua irmã e ignorar o anúncio dos servos de que o jantar já estava servido no salão.
-Podem passar sem comer - decretou finalmente Christopher, e tomou sua adaga para cravar a carne.
Muito tempo depois que tinham retirado as mesas montadas sobre cavaletes para empilhá-las contra os muros, Christopher permaneceu sentado no salão, contemplando o fogo da lareira, com os pés apoiados sobre uma cadeira.
Sua intenção de deitar-se com Dulce nessa noite se viu frustrada pela pressão dos inúmeros problemas e decisões que exigiram sua atenção virtualmente até o momento do jantar. Por um instante pensou em subir ao quarto de Dul, apesar do tardio da hora, mas com o estado de ânimo em que se achava o mais provável era que terminasse por submetê-la mediante o emprego da força bruta, em vez de seduzi-la com delicadeza. Depois de ter experimentado o delicioso prazer de senti-la entre seus braços quando estava disposta a isso, agora se mostrava resistente a conformar-se com menos.
Godfrey e Eustace entraram no salão, relaxados e sorridentes depois de terem passados alguns momento com as roliças mulheres do castelo. Imediatamente, os pensamentos de Christopher se dirigiram para questões de diferente natureza. Olhou Godfrey e lhe ordenou:
-Dê instruções às sentinelas da ponte para que detenham todo aquele que tente entrar, e me notifique.
O cavalheiro assentiu com um gesto, mas não pôde evitar um tom de estranheza ao dizer:
-Se pensa em Merrick, não conseguirá reunir um exército e apresentar-se aqui em menos de um mês.
-Não espero nenhum ataque. O que espero é algum tipo de estratagema. Caso se atrevesse a nos atacar se arriscaria a que suas filhas morressem na batalha, seja acidentalmente, por seus próprios homens, ou por parte dos nossos. Visto que nessas circunstâncias é impensável que lance um ataque, não terá outra alternativa que tentar tirar as mulheres daqui. Para fazer, antes terá que conseguir que alguns de seus homens entrem no castelo. Ordenei ao encarregado do castelo que não empregue mais nenhum servo, a menos que saiba com segurança que é do povoado.
Uma vez que os dois cavalheiros tiveram assentido, Christopher se levantou bruscamente e se dirigiu para os degraus de pedra, no lado extremo do salão. De lá, voltou-se para eles, com o cenho franzido e perguntou.
-Diego disse ou fez algo que deu a impressão de que está interessado pela moça mais jovem?
Os dois cavalheiros, mais velhos que Diego, olharam-se e a seguir, voltando-se para Christopher, negando com a cabeça.
-Por que pergunta? - quis saber Eustace.
-Porque esta tarde - respondeu Christopher asperamente - saiu em defesa dela quando ordenei que as mulheres permanecessem separadas. -Encolheu os ombros e aceitou a opinião de seus amigos e se dirigiu para seu próprio quarto.
Autor(a): nathyneves
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Na manhã seguinte, Dul, envolta em um suave batina de lã, contemplou através da diminuta janela de seu dormitório as montanhas rochosas que se elevavam além dos muros do castelo. Dirigiu depois a atenção para o pátio de abaixo e esquadrinhou lentamente os grossos muros que o rodeavam, em busca de alguma forma de escapar ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 26
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beel Postado em 22/02/2009 - 15:49:56
VOLTA A POSTAAAAAAAAAAR
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beel Postado em 13/02/2009 - 18:25:00
Voltaa aa postaar !!
Se vc voltar postar eu comentoo todos os dias,várias vezes !!
Por favoooooor !!
Continuaaaaaaaaaaaaaa -
nathyneves Postado em 13/02/2008 - 17:26:18
Eu irei parar de postar aquii
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=48488462&tid=25782030367557 67535&start=1
ai em cima ta o link da web no orkut
Beijooos -
dull Postado em 07/02/2008 - 00:36:45
Por favor não para de poxtar eu amo sua Web...
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nathyneves Postado em 31/01/2008 - 00:05:54
Vou viajar e só volto depois do carnaval... Beijoos
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mirian Postado em 28/01/2008 - 18:47:35
eu tbm ADORO a sua web..e vou comentar
todo cap para vc nao parar + de postar, OK?
BJOS... -
deborah Postado em 27/01/2008 - 10:11:40
leitora nova!!!!
essa web é lindah, eu to amando de vdd!
To muito curiosa...
Besitos e posta quando der... -
avinha Postado em 26/01/2008 - 00:06:56
nhaaa naum para de postarrr! sua web eh lindaa... *-*
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nathyneves Postado em 24/01/2008 - 01:49:49
Okeey então amanhã eu volto a postaar
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avinha Postado em 23/01/2008 - 21:16:43
ahhh pleaseee naum para de postar mais naum
eh taum linda sua web