Fanfics Brasil - Perdas de Amor - 2 a marca de um cristal [Finalizada]

Fanfic: a marca de um cristal [Finalizada] | Tema: vondy


Capítulo: Perdas de Amor - 2

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— Eu não queria mostrar a ninguém, Dul. É lindo demais. Eu queria guardar essa beleza só para mim. Ciúme. Ciúme das cartas como ciúme dele. Mas você tem o direito, não é? É você quem põe no papel o amor que eu sinto por ele. Acho que você tem o direito de ler a resposta.


Como se estivesse pouco interessada, Dulce folheou rapidamente os papéis que conhecia quase de cor. A letra de Poncho, firme, reproduzia cada uma daquelas palavras que ela havia criado na solidão torturante do seu quarto, perseguida pela voz do inimigo rachado, do outro lado do corredor.


— Então? O que acha?


— Eu? Hum... não sei, parece bom... algum estilo...


— Algum estilo?! O que é isso,Dulce? Você está perdendo a sensibilidade? Aí estão as idéias mais malucas, mais francas, mais lindas que eu já li. Ser amada desse jeito é muito mais do que eu sonhei na vida. E você ainda diz que tem algum estilo!


— Você gostou mesmo,Anny?


— Desculpe, mas eu acho que finalmente você encontrou um rival literário à sua altura. O que ele me escreve é muito mais inspirado do que as cartas que você escreve por mim...


— Hum...


— É tudo tão bom, um sonho tão maravilhoso com Christopher, que eu chego a sentir medo.


— Medo? Amor e medo... parece que não combinam.


— Medo de ser desmascarada por Poncho. Um garoto tão sensível, uma cabeça tão incrível... Quando estamos juntos, ele não me provoca. Conversa, ri e brinca, só. CALEM A BOCA! TODOS VOCÊS!***— Fique tranqüila, Dulce. Aqui a gente pode conversar sossegada. A mãe saiu, comenxaqueca e tudo. Temos a tarde inteirinha pra fofocar à vontade.Dulce experimentou um batom de Anahí, espremendo os lábios.— Precisa trocar este espelho. Nem sei como você consegue se maquiar com esta rachadura...Como é que quebrou?— Sei lá. Quebrou. Só isso.Anahí já havia separado uma pilha de livros e cadernos, mas olhou sorrindo para a amiga.— Você não estava pensandoexatamenteem estudar biologia quando veio para cá, não é?Dulce olhou através do corredor, sorrindo de volta para a amiga, que a aguardava no quarto.Deu uma última olhada no espelho e andou sonhadoramente até à cama de Anahí, onde se jogou,sem se preocupar em tirar os tênis.— Não sou como você, Anahí. Você está sempre interessada em tudo, ligada em todas ascoisas. Eu tenho só uma idéia fixa. Uma idéia fixa que já dura quase um mês. Não consigopensar em nada senão em Christopher. Você não sabe o que isso significa...— Ah...A pilha de livros caiu das mãos de Anahí. A menina ajoelhou-se no chão e começou areempilhá-los apressadamente, como se um rio estivesse por correr ali e pudesse arrastá-losconsigo.— Posso fazer uma idéia, Dulce...— Acho que você não pode. Ninguém pode saber o que é amar alguém como Christopher. Eu...eu acho que estou te traindo, Anahí...— Traindo? Como?E a pilha de livros espalhou-se de novo pelo chão.— Estou escondendo um segredo de você. Christopher adora suas cartas...— Adora? Adora mesmo?— E como! Eu vou ser grata a você o resto da vida por ter me impedido de passar por burradiante dele. Christopher parece tão caído por mim quanto eu por ele. No começo, nos primeirosdias, ele se conteve, como se... como se...— Como se quisesse deixá-la à vontade...— Exatamente. Deixar-me à vontade. Isso acabou fazendo com que o nosso namoro girassequase que só através das suas cartas, Anahí. Daquilo que você escrevia... Mas, depois, ele seabriu. E como se abriu! Ele é um amor, mas é também um gênio. O segredo que eu queria lhecontar são estas cartas dele. Veja.Dulce abriu a bolsa e tirou um macinho de cartas mil vezes relidas.— Hum? Cartas de Christopher?— Eu não queria mostrar a ninguém, Anahí. É lindo demais. Eu queria guardar essa beleza sópara mim. Ciúme. Ciúme das cartas como ciúme dele. Mas você tem o direito, não é? É vocêquem põe no papel o amor que eu sinto por ele. Acho que você tem o direito de ler a resposta.Como se estivesse pouco interessada, Anahí folheou rapidamente os papéis que conheciaquase de cor. A letra de Christopher, firme, reproduzia cada uma daquelas palavras que ela haviacriado na solidão torturante do seu quarto, perseguida pela voz do inimigo rachado, do outro ladodo corredor.— Então? O que acha?— Eu? Hum... não sei, parece bom... algum estilo...— Algum estilo?! O que é isso, Anahí? Você está perdendo a sensibilidade? Aí estão asidéias mais malucas, mais francas, mais lindas que eu já li. Ser amada desse jeito é muito maisdo que eu sonhei na vida. E você ainda diz que tem


Toda a beleza algum estilo!


— Você gostou mesmo, Dulce?— Desculpe, mas eu acho que finalmente você encontrou um rival literário à sua altura. Oque ele me escreve é muito mais inspirado do que as cartas que você escreve por mim...— Hum...— É tudo tão bom, um sonho tão maravilhoso com Christopher, que eu chego a sentir medo.— Medo? Amor e medo... parece que não combinam.— Medo de ser desmascarada por Christopher. Um garoto tão sensível, uma cabeça tãoincrível... Quando estamos juntos, ele não me provoca. Conversa, ri e brinca, só. Toda a beleza


que ele tem por dentro fica para as cartas e para as poesias. Acho que ele sentiu que eu, pessoalmente, não consigo dizer o que você escreve nas cartas.


— É? E você? O que faz?


— Eu dou todo o carinho que posso, mas banco a tímida, sorridente, meio calada, para disfarçar. Eu queria poder falar, abrir a boca e dizer tudo o que eu sinto por ele. Mas eu sei que, na hora, não vou conseguir dizer nada e ele vai se decepcionar comigo. Dulce, eu tenho medo.Medo de que Poncho...


— Está bem!


— Como?


Dulce bateu os livros sobre a mesinha. Agarrou Anny pela mão e arrastou a amiga para a sala.


— O que está havendo, Dulce?


— Você vai falar com Poncho e dizer tudo o que sente. Agora!


— Mas...


Decidida, estendeu o telefone para Anny.


— Pegue. Ligue para ele.


— Ora, mas eu lhe disse...


— Não tenha medo. Eu fico ao seu lado e vou falando. Ê só repetir.


— Dulce, você está vermelha... O que houve?


— Você quer falar com ele, não quer? Pois fale! Eu estarei pendurada no seu outro ouvido. Fale com ele e repita tudo o que eu disser.Colocou o fone nas mãos de Anny e discou ela mesma.


— Dulce! Não...


— Alô.


Do outro lado da linha, a voz de Poncho.


— Eu... Poncho, eu...


—Anny! Oi, meu amor... Eu estava agora mesmo relendo aquele seu poema que...


— Que bom! Relendo o meu poema...


Dulce colou a boca ao ouvido livre de Anahí.


— Repita: Não, não releia o que já sabe, Poncho. Não quero que o meu amor pare no tempo da jura de ontem. Ouça o amor de hoje, que será bem menor que o de amanhã...


— Não, Poncho... não...


— Alô? Anny? O que está havendo?


— Vamos! Repita o que eu disse!


— Não! Eu, eu... Poncho...


Com o rosto em brasa, Dulce arrancou o fone das mãos de Anahí e tapou parcialmente o bocal com uma toalhinha de crochê que enfeitava a mesa do telefone. E falou, inflamada de paixão.


— O que eu escrevo, Poncho, é menos do que eu posso dizer. E o que eu posso dizer,  agora, é menos do que eu sinto por você. Tanta verdade se perde no caminho do coração ao cérebro, do cérebro à boca, da boca à mão, da mão ao papel... Agora eu quero que você saiba tudo o que eu sinto, sem perdas pelo caminho. Sem desperdícios. Quero que você percorra os meus caminhos de volta, dos papéis ao coração. É aqui! É aqui dentro que você tem de morar, meu amor!


— Ah, Anny... A sua voz está tão diferente... A ligação está abafada... Parece outra pessoa...


— É que hoje eu não sou eu, pois sou eu mesma. A mesma do princípio do caminho, sem perdas de amor pela estrada, sem bloqueios, sem vergonhas. Eu sou agora aquele verdadeiro eu, que você ainda não conhece. É esse eu que você deve compreender, conhecer e amar!


— Eu... eu te amo,Anny...


Ao lado da amiga, ouvindo só uma das partes, Anahí começou a chorar.E Dulce falou. Falou, quase sem dar tempo para a resposta do outro lado. Sem tomar fôlego. Envolveu Poncho, virou-o, manipulou-o, excitou-o, passando da frase mais arrebatada ao sussurro mais tímido, como uma pequena gata felpuda que rolasse no colo do dono.


— Dulce! Eu quero te ver. Agora!


— Então venha correndo. Encontre-me na casa de Dulce. A mãe dela não está. Hoje eu quero ser sua, Poncho. Venha me buscar.


De olhos molhados, sem entender nada, Anahí olhava atônita para Dulce.O telefone foi desligado com decisão. Dulce estava de pé, respirando como se tivesse acabado de correr a maratona, com os olhos arregalados e um sorriso cínico, de triunfo, nos lábios.


— Pronto. Ele vem aí, prepare-se. Ê todo seu. Eu vou à livraria da mãe do Chris.


— E eu? O que digo quando ele chegar?


— Aja. Eu já disse tudo.




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Autor(a): megvondy

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Dulce era um fantasma, naquela manhã. O primeiro sinal acabara de soar quando ela chegou ao colégio. Não teve coragem de juntar-se ao tumulto dos estudantes correndo para as classes. Encostou-se à parede, abraçada ao fichário e ao livro de química inorgânica, e ficou vendo esvaziar-se o pátio. Inorgânica. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 151



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  • analima2000live Postado em 16/01/2012 - 11:43:27

    http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=14188

  • lucas2280 Postado em 09/01/2012 - 00:13:16

    Esperando os próximos capítulos.... POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/01/2012 - 00:13:06

    Esperando os próximos capítulos.... POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/01/2012 - 00:13:00

    Esperando os próximos capítulos.... POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/01/2012 - 00:12:52

    Esperando os próximos capítulos.... POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/01/2012 - 00:12:43

    Esperando os próximos capítulos.... POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/01/2012 - 00:12:34

    Esperando os próximos capítulos.... POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/01/2012 - 00:12:27

    Esperando os próximos capítulos.... POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/01/2012 - 00:12:16

    Esperando os próximos capítulos.... POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/01/2012 - 00:12:09

    Esperando os próximos capítulos.... POSTA MAIS!!!


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