Fanfic: A ESCOLHA - AyA ( Adaptada) - FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Ele a empurrou para cima da mesa, jogando-se sobre ela mais uma vez.

— Agora chega! Já se feriu mais do que a mim.

Dito isso, ele ainda permaneceu sobre ela, impondo sua força e poder.

Anahi queria resistir, mas era impossível lutar contra aquele corpo musculoso.

— Deixe as brincadeiras para depois que deixarmos esta casa — sussurrou um dos homens para Alfonso.

— Tem razão. Não vamos desafiar a sorte que até agora sorriu para nós. Já tenho o que quero.

Com um gesto que não pareceu lhe exigir esforço algum, Alfonso colocou Anahi sobre o ombro.

Isso foi fácil demais, ela pensou, recusando-se a dobrar o corpo e tentando manter a cabeça levantada. Seus músculos doíam. A única coisa que conseguiu ver foram as duas criadas amarradas. As duas estavam presas ao pé da mesa, pesada demais para elas se soltarem. Com a noite caindo, as duas só seriam encontradas antes do amanhecer.

Então seria tarde demais para ela...

O desespero a dominou quando sentiu o frio da noite em seu corpo pouco coberto. Mais sombras se moveram no escuro enquanto Poncho a erguia para cima do enorme muro com facilidade. Ouviu o som dos cavalos antes de ver-lhes as silhuetas no escuro. Havia uma viela estreita entre uma casa e outra, por ali escorria a água das duas cozinhas.

Ela foi colocada em cima de um cavalo.

— Pena que eu tenha de amarrá-la desse jeito. Agora vai ter de viajar como se fosse um saco de batatas.

Havia um tom de bom humor na voz de Alfonso que a fez lutar mais uma vez. O esforço, porém, de nada lhe valeu. Ele a posicionou na sela, a cabeça pendendo para um dos lados. Em seguida assobiou e o cavalo se moveu, as patas espirrando a água suja.

Anahi esperneou, tentando chamar a atenção, mas o cavalo não parou, e, os homens de seu pai não deram sinal de vida.

Em vez disso sentiu a mão de seu captor pressionando-a contra o dorso do cavalo. A cabeça começou a lhe doer. Procurou não desmaiar, mas logo seu corpo amoleceu e a escuridão a envolveu.

Alfonso sentiu a mudança no comportamento da prisioneira. Parecia ter se acalmado. Acariciou-lhe as costas, testando-a. Deslizou uma das mãos pelo corpo curvilíneo e, ainda assim ela permaneceu imóvel. Ele não esperara encontrá-la em seu banho. Uma mulher meio despida deitada em sua sela poderia chamar mais atenção do que o previsto. Levou Argyll para debaixo das sombras e olhou em volta.

—  Alfonso, cubra a moça com isto.

Derrick lhe passou um manto. Ele a ergueu, e a apoiou sobre o peito enrolando-a no tecido de lã. Aaron Saviñón o observava com uma expressão séria.

— Trate-a com bondade, Alfonso, ou eu me arrependerei de tê-lo ajudado.

— Eu fico lhe devendo este favor, Aaron. Jamais me esquecerei disto.

Aaron balançou a cabeça antes de seguir para uma das ruas. Alfonso esperou até que ele estivesse a uma boa distância para depois seguir com Derrick para a estrada. Forçou seu cavalo a apressar o passo. Precisava estar bem longe dali quando a primeira luz do dia surgisse. Chegar às terras Rodriguez o quanto antes era de suma importância e todos que o acompanhavam sabiam disso. Somente o som de cascos ecoava pelos campos. A lua crescente lhes oferecia a perfeita escuridão para levarem seu prêmio para casa. O vento trazia consigo folhas secas que ao cair no chão farfalhavam com o pisar dos cavalos, remetendo a outras tantas noivas raptadas na escuridão.

Anahi continuava encostada contra seu ombro. Ele colocou a mão sobre o coração dela a fim de senti-lo bater. Uma profunda satisfação o acompanhou nas horas seguintes.

Ela era dele. Por causa da honra. Pela paz. Pelo resto de suas vidas.