Fanfic: A ESCOLHA - AyA ( Adaptada) - FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Sentiu um arrepio na espinha ao perceber que a noite caíra. Quase todas as cortinas estavam agora fechadas e lampiões iluminavam os corredores.

Era sua noite de núpcias, mesmo que já a tivessem celebrado. E Poncho estava esperando por ela. Sentiu um calor aquecer sua pele enquanto caminhava para o quarto onde passaria a noite com o marido.

Era admirável pensar que bastava meia hora em frente a um bispo para que algo que antes parecia proibido se tornasse aceitável. Muitos chamavam isso de dever, porém ela tinha gostado de estar na cama com Alfonso. Sentiu o rosto em brasas enquanto pensava no ato.

A igreja não se escandalizaria com o que estava para se repetir, mas o seu clã sim. O dilema a fez mordiscar os lábios, preocupada.

Maite parou em frente a uma enorme porta. Empurrou-a, abrindo-a para que Annie entrasse.

— Eu a verei no café da manhã — disse Maite.

— Obrigada.

A porta foi fechada, deixando Annie sozinha no quarto. O aposento era enorme e redondo, por estar localizado em uma das torres. No segundo andar, havia janelas cobertas por cortinas. Curiosa, ela examinou o fino tecido de veludo. Afastou o tecido e se surpreendeu ao ver o caro vidro que havia nas janelas. Tocou-o, maravilhando-se com a textura. Eram janelas enormes que permitiam que o ar fresco entrasse no aposento.

Existia também uma chaminé na lareira para que a fumaça deixasse o quarto. A cama era larga, com um cortinado grosso caindo em seus lados.

Subitamente, Anahi sentiu-se cansada demais para brigar. Deitar-se em uma cama quente era o mesmo que estar no paraíso.

— Seu cabelo é lindo, moça.

Ela endireitou o corpo, sentindo tensão nos músculos. Voltando-se, deparou-se com o homem com quem se casara. O cabelo brilhando à luz das velas, anunciava que ele havia se banhado também. Usava seu Kilt xadrez agora, a espada pendurada ao ombro, logo tirada e apoiada contra a parede perto da cama.

— Eu deveria ter raptado você, Anahi, no dia em que a conheci.

— Isto é loucura. — Ela pretendia que sua voz soasse forte, mas isso não aconteceu.

Poncho deu de ombros e venceu a distância que os separava. A cada passo dele, o corpo de Annie respondia. Uma sensação deliciosa invadiu sua pele, despertando-a. Os seios se tornaram cientes do tecido da camisola os mamilos se enrijecendo com a lembrança de quando Alfonso os tomara na boca.

— Não devia dizer essas coisas — ela murmurou quando ele começou a acariciar-lhe os cabelos.

— Não há ninguém aqui para julgar o que dizemos, Anahi. Às vezes fico me perguntando por que a igreja se preocupa tanto com o que acontece entre um homem e uma mulher. 

— Isto chega a ser uma blasfêmia, Alfonso. — De repente, ela riu.— Você se comporta como um garotão algumas vezes.

Poncho puxou os cabelos dela com delicadeza. — Já que venho puxando o seu cabelo, isso me torna um menino mau? 

— De fato faz. Mas me dê um momento e eu encontrarei uma árvore e arranjarei uma varinha.

A expressão de Poncho mudou. O tora de provocação foi substituído pelo desejo.

— Está frio demais para isso. Além do mais, isso não me deteria. Não estou com vontade de me comportar direito.

Nem ela estava...

Annie estremeceu ao reconhecer que estava concordando com ele. O corpo pulsava tomado por desejos ansiosos por serem satisfeitos. Queria mais do que tivera na noite anterior. Precisava tocá-lo com mais intimidade.

A vontade de tocar em Alfonso era mais forte do que a ansiedade de se livrar dos desconfortos. Deu um passo à frente, e acariciou o peito forte com a ponta dos dedos, traçando uma linha nos vigorosos músculos. Apele era quente e macia, e ela não conseguiu deixar de tocá-lo no mamilo. Ao perceber a reação dele tomou coragem para ser mais ousada. Aproximando-se mais, inclinou a cabeça e beijou levemente o mamilo.

— Doce misericórdia — ele balbuciou e segurou-a pelos cabelos, sem afastá-la.

Encorajada pelos gemidos dele, Annie encheu-se de confiança e provocou-a com a língua.

— Aprendeu depressa — sussurrou ele, ao erguer-lhe o rosto em busca de seus lábios. — Mas não estou reclamando, querida.

O beijo foi apaixonado, exigente, mas lento. Alfonso testou os lábios dela, roubando-lhe a respiração. A língua de ambos se entrelaçaram num doce bailado até que Annie se viu correspondendo com igual paixão à carícia.

— Quero vê-la nua. — A voz de Alfonso soou rouca. Suas mãos deslizavam nos cabelos sedosos. Era uma ordem, mas ditada pelo desejo.

Ela nunca pensara que uma mulher pudesse ter tanto controle sobre um homem forte como Alfonso. Com um sorriso nos lábios, buscou pelos botões da camisola e primeira vez na vida sentiu-se bonita.

— Mais... — ele pediu, quando ela abriu alguns botões. Em vez de atendê-lo, Annie caminhou até a lareira, ciente de que o fogo deixaria o tecido da camisola transparente.

Poncho riu e a capturou, livrando-a da camisola em seguida.

— Ah, assim está bem melhor.

Tomando-a nos braços, levou-a para cama, sem deixar de beijá-la até deitá-la cobrindo-a com seu peso. Ela não recuou e deixou-se sentir toda a plenitude do momento.

— Você me deseja, Anahi?

— Por que está me atormentando?

A expressão dele suavizou. Havia nele algo que a emocionou.

— Sim, eu o desejo, Alfonso.

— Não a desejo apenas, minha querida. É muito mais do que isso.

Ele a penetrou então e desta vez Annie não sentiu dor como na noite anterior.

— Como já lhe disse, cumpro minhas promessas. Anahi optou pelo silêncio. Não havia ponto de seu corpo onde não sentisse prazer. Permitiu-se galgar ao céu, acompanhando-o naquele torvelinho de emoções.