Fanfic: A ESCOLHA - AyA ( Adaptada) - FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso
Anahi sentiu o coração gelar. O cavaleiro que se aproximava era enorme. A bainha da espada refletia os últimos raios do sol. O garanhão era pelo menos dois palmos mais alto que a égua dela. Poderia alcançá-la sem problema algum, se tentasse escapar. Pior ainda, o cavaleiro usava o traje do clã Rodriguez. Com o pai e os irmãos invadindo as terras dos rivais, não havia razão alguma para tratá-la com gentileza. Reparou nos músculos proeminentes que ressaltavam sobre o tecido da camisa. As mangas, enroladas para cima, deixavam à mostra os braços fortes, evidência clara de sua habilidade com a espada. Deu uma olhadela em torno, temendo que aquele Rodriguez houvesse decidido se vingar dos assaltos do pai dela, provocando incêndios em suas terras.
No entanto, não viu fogo algum nas redondezas, voltando, então a atenção para ele. Nem sequer considerara a possibilidade de que um guerreiro Rodriguez também pudesse desfrutar de uma cavalgada em um final de tarde.
— Bom dia, milady. — A voz dele era profunda e bem humorada. Ele ergueu a mão e tirou a boina de lã com um sorriso maroto nos lábios. Vestia um gibão de couro sobre a camisa.
Havia alguma coisa de majestoso e hipnotizante naquele homem. Ucker era um homem forte, e ela não estava acostumada a encontrar homens do mesmo tamanho. Aquele guerreiro agora rivalizava com seu irmão, irradiando força das botas aos cabelos claros. Não havia nada de pequeno ou fraco nele.
— Bom dia — ela respondeu, sem saber bem porque falava com um estranho. Um impulso, naturalmente. Não, era algo mais, tanto que sua pele se levantou em arrepios assim que ele lhe dirigiu a palavra.
O olhar penetrante daquele homem a tocou como uma carícia, testemunhando o rubor subir-lhe às faces. Estremeceu, surpreendendo-se com as curiosas sensações que invadiam seu corpo.
— Está um belo dia para cavalgar.
As palavras dele não pareciam ter um duplo sentido, mas Annie respirou fundo ao imaginar um tipo diferente de cavalgada. Seus próprios pensamentos a perturbaram profundamente. Nunca antes estivera tão consciente dos efeitos da presença de um homem diante de si, porém aquele não era o momento ideal para seu corpo reagir com sensações inconvenientes. E era como se o estranho pudesse adivinhar o que estava pensando. Pelo menos era o que sugeria o sorriso travesso dos lábios dele.
— Não devia me olhar desse jeito, moça.
O tom de Poncho era como se estivesse reprimindo a si mesmo, o que não a aliviou do embaraço, pois sabia o quanto ele tinha razão.
— O mesmo deveria valer para o senhor.
— Tem razão. Mas o que posso fazer quando milady se coloca diante de mim assim tão tentadora? Afinal, sou um homem.
E por alguma razão ela se sentiu mais mulher. O coração bateu mais forte. O corpo era puro sentimento, tão profundos quanto a dura realidade da rejeição de seu pai.
— O senhor é um homem que está longe de sua casa. — Por um momento, o olhar de Annie se prendeu na saia kilt com as cores azul, amarela e laranja do clã Rodriguez. — Eu sou uma Portilla.
— Já imaginava isso, mas a luta não se mantém por nossa culpa.
Ele deixou que seu cavalo finalmente vencesse a distância que os separava.
— Acho que nós dois poderíamos nos dar muito bem. Os olhos de Poncho brilharam diante da promessa.
— O senhor deveria ir embora. Tem razão quando afirma que são os Portillas que procuram briga com os Rodriguez. É melhor não sermos motivo de uma nova briga.
— E milady não gostaria de ver isso acontecer? Estou agradavelmente surpreso.
Poncho continuava a rodeá-la, tanto que para encará-lo, ela precisava virar a cabeça.
— Surpresa que eu não tenha desejo de ver derramamento de sangue? Sendo um Rodriguez não significa que eu seja cruel. Qual é o seu nome? — ele quis saber.
Annie sentiu medo. Ser filha de Franco significava que ela era um prêmio que valia a pena ser conquistado. Cavalgar sozinha até longe do castelo havia sido um erro que talvez tivesse que pagar com o corpo. Obviamente, seu pai não pagaria qualquer resgate para recuperá-la. Além do dinheiro, muitos homens considerariam a perda de sua virtude como a melhor vingança.
— Não lhe direi o meu nome. Basta saber que sou uma Portilla.
— Discordo. É formal demais saber apenas o nome de seu clã. Quero saber qual seu nome de batismo.
— Terá de se contentar com isso, pois não direi mais nada. — Ele franziu a testa, mas Annie forçou-se a se manter firme. Aquele era um flerte perigoso. Seu coração batia descompassado. — Se o senhor for pego em terras Portilla, não serei de grande ajuda.
— E isso a entristece, milady?
— Não. Mas arruinaria o meu jantar, pois a conversa giraria apenas no fascinante relato de como um Rodriguez foi obrigado a voltar para suas terras.
Poncho arqueou a sobrancelha, movendo o cavalo para mais perto dela, passou uma perna por cima da sela e desmontou. Annie sentiu o corpo estremecer. Talvez por constatar que estava certa sobre o tamanho daquele homem.
— Tem certeza? Poderia estar disposto a pressionar a minha sorte se pensar que sente alguma coisa por mim.
— Isso é bobagem. Não vou lhe dizer o meu nome. É um estranho para mim.
Ele abriu um sorriso cheio de segundas intenções.
— Teme que eu possa entrar às escondidas em sua casa e roubá-la se souber de quem é filha?
Poncho deu um passo à frente, mantendo nas mãos as rédeas de seu cavalo. A expressão de seu rosto exibia autoridade e determinação. Teria coragem de raptá-la se decidisse.
— Chega de provocações — disse ela. — Não somos crianças.
— Ah, sim. Isso eu já tinha notado.
Os olhares de ambos se encontraram, e o rosto de Alfonso se contraiu. Talvez ela nunca tivesse sido observada por um homem daquela maneira, mas seu corpo entendia perfeitamente o significado de uma centelha do desejo. Sem reação, ficou parada ali como se tivesse hipnotizada.
— Diga-me o seu nome, moça.
A voz dele ressoou profunda e baixa, porém não havia como deixar de perceber a determinação que havia nela. Anahi balançou a cabeça, temendo que a voz não saísse. Não podia deixar evidente o quanto estava perturbada. Afinal estava diante de um caçador.
— Não direi. Conjecturar sobre o roubo de uma mulher pode ser divertido quando contado em uma roda de amigos, tomando cerveja, mas não resulta em boas uniões. Não nos conhecemos.
— Ah... mas se eu a jogasse sobre minha sela, isso mudaria tudo. Em minha casa teríamos bastante tempo para nos conhecer.
Annie ficou chocada, porém o que a alarmara era justamente aquela centelha que se acendera no momento em que ele se aproximara. O estranho estendeu o braço e acariciou-a no rosto com as costas das mãos.
— Está ruborizada por minha causa?
Ela afastou o rosto, acanhada por ter gostado do carinho. E mais envergonhada ainda por querer mais do que aquilo.
— Não é nada disso! — ela respondeu, contrafeita. Poncho se aproximou novamente.
— Discordo, moça. Sou experiente o suficiente para dizer que há mais por trás disso.
A persistência dele começou a irritá-la.
— Seria capaz de arruinar a minha honra apenas para satisfazer um impulso de momento? Mulheres raptadas não são mais respeitadas quando voltam para suas casas. O seu desejo é tão importante que não se importa com isso?
— O que a faz pensar que eu a devolveria? Talvez eu esteja pensando em casamento.
Annie não conseguiu conter o riso.
— Diz isso como se um homem devesse se casar baseado apenas na atração física. O senhor seria um tolo e sua família o reprovaria por ter tomado uma decisão baseado na luxúria.
— Talvez, mas ainda assim a idéia me atrai com suas possibilidades...
O garanhão subitamente se ergueu no ar. A égua pulou assustada, dançando em círculos. Anahi viu homens de seu pai se aproximando. Ouviu os gritos de reconhecimento quando a perceberam acompanhada. Tentou esporear a égua, após firmar o pé no estribo. Contudo, viu-se empurrada para cima.Poncho não só a tocou, como ainda apertou-lhe a nádega.
— Mas quanto atrevimento!
O sorriso no rosto de Alfonso deixava claro que ele não estava nem um pouco arrependido.
— É algo para se lembrar de mim já que não tive a chance de lhe roubar um beijo.
—: Ora, eu não lhe daria essa chance!
Ele arqueou a sobrancelha, sorrindo levemente.
— Por essa razão mesmo que eu planejava lhe roubar o beijo.
A égua continuava agitada. Agarrando as rédeas com firmeza, Annie procurou dominar o animal. Percebeu que agora não havia mais descontração no rosto daquele Rodriguez enquanto observava os homens de seu clã se aproximando. Em uma fração de segundos, ele montou na sela, apertando as coxas contra o animal com confiança.
— Parece que terei de esperar para descobrir quem você é. — A expressão dele mudou quando a olhou mais uma vez. — Isto é algo de que vou me arrepender.
— Vá embora, ou pensarei que é um tolo.
— O que importa é que se lembre de mim. Até logo, doce Portilla. — Poncho tocou na boina mais uma vez.
O olhar dele se deteve um pouco mais nos lábios de Anahi, antes de partir de volta para suas terras. Homem e animal emanavam a força de uma lenda viva. As pontas da saia kilt esvoaçavam conforme ele galopava colina acima. Ao chegar no topo, parou para virar o rosto em direção a ela mais uma vez.
Annie teve a impressão de que ele sorria, mas não podia ter certeza naquela distância. Os homens de seu pai a rodearam, o linguajar rude quebrando o encanto do momento e fazendo-a voltar à realidade.
— Perdeu o juízo? O que fazia em companhia de umRodriguez?E Alfonso Rodriguez, ainda por cima. — Liam lhe apontou um dedo.
Alfonso Rodriguez?
— Não pode ser... — ela murmurou, olhando para o cavaleiro que sumia à distância. Outro arrepio a envolveu. Desta vez percorrendo seus braços e pernas. O irmão do chefe do clã Rodriguez era um homem ousado, e isso ninguém podia negar. Deixar de lhe dizer o nome dela havia sido o melhor a fazer.
— Nunca pensei que você trairia o seu próprio clã.
Annie deixou de lado os pensamentos e olhou para o irmão.
— Não traí ninguém! Não conheço aquele homem. Nem sequer sabia seu nome até você dizê-lo. Como eu poderia saber qual era a aparência de Alfonso Rodriguez ?
— Não me pareceu que vocês não se conheciam. — Liam cuspiu de lado, o olhar a condená-la.
Ela sentiu-se atingida em seu orgulho, mas de nada adiantaria argumentar com Liam e os outros. Estes sempre o seguiriam, fosse lá o que ele dissesse ou fizesse teria sempre razão por ser o filho primogênito e destinado a se tornar o chefe do clã algum dia.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 240
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maria_cecilia Postado em 26/10/2013 - 01:00:21
aiiiiiiiiiiii vc deveria ter pelo menos terminado ja que parece ta no fim.
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jl Postado em 16/12/2011 - 14:02:21
Haaaaaaaaaaaaaaaaain acabou tão perfeitamente bem *-* Nhaaaaaaaaaaaaaaaack *-*
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jl Postado em 16/12/2011 - 14:02:20
Haaaaaaaaaaaaaaaaain acabou tão perfeitamente bem *-* Nhaaaaaaaaaaaaaaaack *-*
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jl Postado em 16/12/2011 - 14:02:20
Haaaaaaaaaaaaaaaaain acabou tão perfeitamente bem *-* Nhaaaaaaaaaaaaaaaack *-*
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jl Postado em 16/12/2011 - 14:02:19
Haaaaaaaaaaaaaaaaain acabou tão perfeitamente bem *-* Nhaaaaaaaaaaaaaaaack *-*
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jl Postado em 16/12/2011 - 14:02:19
Haaaaaaaaaaaaaaaaain acabou tão perfeitamente bem *-* Nhaaaaaaaaaaaaaaaack *-*
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jl Postado em 16/12/2011 - 14:02:18
Haaaaaaaaaaaaaaaaain acabou tão perfeitamente bem *-* Nhaaaaaaaaaaaaaaaack *-*
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jl Postado em 16/12/2011 - 14:02:18
Haaaaaaaaaaaaaaaaain acabou tão perfeitamente bem *-* Nhaaaaaaaaaaaaaaaack *-*
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jl Postado em 16/12/2011 - 14:02:17
Haaaaaaaaaaaaaaaaain acabou tão perfeitamente bem *-* Nhaaaaaaaaaaaaaaaack *-*
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jl Postado em 16/12/2011 - 14:02:17
Haaaaaaaaaaaaaaaaain acabou tão perfeitamente bem *-* Nhaaaaaaaaaaaaaaaack *-*