Fanfic: A ESCOLHA - AyA ( Adaptada) - FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

—Talvez a senhora me permita trançar o seu cabelo, para que não a atrapalhe durante o nosso trabalho — Sybil ofereceu.

Helen puxou um pequeno banco que estava debaixo da mesa. Annie sentou-se e se rendeu ao pente. Seria rude se não permitisse a criada servi-la.

Mas em parte se emocionava com o tratamento respeitoso das mulheres e o desejo delas em agradá-la. As criadas giravam à sua volta sem qualquer sinal de animosidade, apesar de ela ser uma Portilla.

Sybil era gentil, as mãos ajeitando o cabelo em uma trança no estilo francês que circulava a cabeça. Em seguida, o café da manhã foi servido a ela em uma bandeja de prata. As criadas se alinharam à porta e se curvaram respeitosamente, prontas para atenderem as necessidades da patroa.

— Estou ansiosa em trabalhar — Annie disse, encerrando sua refeição.

Helen e Sybil olharam para o prato, não satisfeitas com o que ela havia comido, mas Anahi já estava de pé.

— Vamos à sala de costura. — Ela se inclinou para pegar a bandeja, pretendendo levá-la para a sala onde trabalharia. Helen, no entanto, lhe tirou a bandeja das mãos.

— Se milady quiser poderá me seguir.

As mulheres que Annie encontrou na sala de costura mal conseguiam conter seus resmungos. Algumas lhe dirigiam olhares críticos.

Quatro rolos de tecido estavam esperando por sua inspeção. Anahi se sentiu tensa com todos aqueles olhos voltados para ela. Aos fundos da sala havia os teares. Agora que o inverno havia chegado a lã seria transformada em fios. Via-se três pequenos teares em um canto da sala, mas ela concentrou a atenção em dois outros maiores.

Suspirou, satisfeita.

Depois de uma semana sem fazer nada, Annie queria voltar a se sentir ela mesma. E fazer algo que a fizesse ganhar o respeito das mulheres.

Pelo menos, colocando o tear para funcionar teria a mente distraída com o trabalho e não repararia nos olhares que a incomodavam. Não era a primeira vez que alguém duvidava de sua habilidade para fazer alguma coisa.

Procurou manter a mente focada no tear. Muitas das mulheres deixaram a sala depois que soou o sino chamando para o almoço. Ela preferiu terminar o que estava fazendo.

Depois que todas saíram, olhou ao redor e não encontrou ninguém a observá-la. Sentiu-se como se estivesse no castelo do pai.

Com determinação, encheu as últimas bobinas de lã e começou a tecer. Pouco depois, testou o tecido avaliando a textura. Estava trabalhando com uma linha azul.

Da mesma cor dos olhos de Poncho...

O pensamento a surpreendeu e sentiu o rosto esquentar. Não apenas isso, mas seu corpo reagiu à mera Lembrança do marido. Sentiu o calor aumentar no rosto e por debaixo da túnica. Tomou consciência de que usava pouca roupa e os seios estavam livres.

Balançou a cabeça, tentando afastar aquelas sensações.

— Tenha cuidado, Anahi. Mostre um talento com o tear e não vai se livrar dele.

Annie pisou no pedal com força demais, fazendo-o ranger. Alfonso se aproximou e deslizou a mão sobre o tecido que ela acabara de tecer.

— Ouvi dizer que um bom número de mulheres detesta este tear. — Havia aprovação em seu olhar.

Annie levantou os olhos, sentindo o elogio como uma criança em busca de afeição.

— É necessário apenas um pouco de prática.

— Neste caso, assegure-se de não perder as refeições. Há tempo demais para tecer. Não precisa ficar sem comer por causa de alguns metros de tecido.

Sybil estava parada perto da porta ao lado de três outras criadas. Todas mantinham os olhos abaixados como se não estivessem escutando, mas era claro que estavam. Elas faziam exatamente o que Anahi sempre vira as criadas de seu pai fazendo. Tentando desaparecer enquanto permaneciam à vista.

— Se perder uma refeição, suas criadas também o perderão.— O tom da voz de Poncho era baixo, mas firme.

— Não preciso ter criadas me seguindo o dia inteiro.

Alfonso franziu a testa.

— Mas eu preciso saber onde você está. Sou seu marido e você não me escapará se as criadas estiverem a seu lado.

— Então é isso? Pensa que vou fugir? Vigiar-me é o mesmo que me prender por correntes.