Fanfic: A ESCOLHA - AyA ( Adaptada) - FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Ele permaneceu em silêncio por um longo momento, seu olhar enfrentando o dela.

— Não é a mesma coisa e eu rezo para que você não passe pela experiência de ter ferros apertando sua pele. Sybil está aqui para assegurar que você não tenha de andar pela neve mais uma vez.

A vergonha fez com que ela dominasse o gênio. Poncho estava ali a observando, uma imagem bem diferente daquela que povoara sua imaginação momentos atrás. O homem que acariciara seu corpo e a apresentara ao clímax da paixão parecia outro. Quem estava ali a seu lado era o guerreiro que lutava contra o clã de seu pai. Não havia misericórdia nele. Somente a determinação de fazê-la se render a ele.

— Não vou permitir que coloque sua vida em perigo. Você não resistiria à neve.

— Não estou pensando em fugir, mas deveria.

Ele a segurou pelo braço, puxando-a para mais perto.

— Por que, Anahi? Diga o que há em mim que a desgosta tanto?

Ela lhe deu as costas e atravessou a sala.

— Anahi...

Ela parou e se voltou para fitá-lo.

— Você não queria me exibir no hall? Pois então, é isso o que planejo fazer.

Como um prêmio.

No caminho passou por homens que a desaprovavam com o olhar.

Ouviu a conversa vinda da sala de refeições antes de entrar. O cheiro de comida quente enchia o ar. Todos silenciaram quando ela apareceu à porta, mas nenhum homem lhe tirou respeitosamente a boina. Alguns chegaram a cochichar alguma coisa com outros. Annie continuou andando até chegar ao outro lado do hall. As cortinas estavam abertas para que a fumaça da lareira saísse. Parou diante delas para admirar o rio que corria atrás do castelo. As margens estavam recobertas por uma sólida camada de gelo. Ficou parada ali de costas para o salão. Lágrimas ardiam em seus olhos, mas ela se recusava a expor a sua fraqueza. Era tolice esperar algo mais da situação em que se encontrava. Em vez disso respirou o ar fresco para clarear suas tolas emoções.

— Sente-se, Poncho. — Christian olhou para o irmão. — arrastá-la para esta mesa não vai melhorar o relacionamento de vocês. Dê um passo de cada vez.

Alfonso olhou para a esposa que estava de costas, o corpo rígido em sinal de desafio. Isso o aborreceu. Ela estava na sala, mas não comia a seu lado. A desobediência à sua ordem lhe feria o orgulho.

— Ela não deve comer a não ser quando estiver ao meu lado — ele instruiu Sybil. Estava sendo cruel, mas isso não o importava.

Sybil curvou-se em respeito antes de escapar para a mesa mais baixa e se reunir com as outras criadas. Todas olhavam ora para Annie, ora para Poncho, enquanto comiam.

— Desculpe-me. — Maite dirigiu a Alfonso um olhar de total desaprovação. Christian estendeu-lhe a mão, mas ela evitou o contato. — Não vou ficar observando aquela jovem ser dominada como se eu fosse um dos cães de caça.

Christian franziu a testa quando a mulher saiu da sala, mas havia compreensão em seus olhos escuros quando voltou o olhar para Poncho.

— Desejo-lhe sorte, Poncho, porque é isso o que precisa.

— Não tenho sido indelicado com ela. — Sua voz soou baixa, mas ainda trazia o sinal de firme determinação.

— Creio que haja uma diferença de opinião entre homens e mulheres quanto a esse assunto. Minha esposa acha indelicado que você tenha raptado Anahi de seu lar. — Christian balançou a cabeça.

— Como se tivesse alguma diferença com a forma como você fez o contrato de casamento com o pai de Maite e ela ficasse sabendo que ia se casar somente depois de tudo assinado e selado. — Poncho esmurrou a mesa, frustrado.

— Eu barganhei com o pai dela porque a união faria bem ao nosso clã.

— E exatamente isso o que estou fazendo.

— Não estou discutindo isso. Se eu desaprovasse sua união já o teria mandado devolver Anahi ao rei com desculpas pelo seu comportamento desajuizado. E com a promessa de que eu o levaria a pedir desculpas pessoalmente.

Poncho olhou o irmão, mas sabia que Christian, como conde de Alcaon, tinha, o poder de forçá-lo a devolver Anahi ao pai.