Fanfic: A ESCOLHA - AyA ( Adaptada) - FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

O amanhecer chegou cedo demais.

Annie esfregou os olhos e resmungou enquanto se sentava na cama. O quarto estava claro, e as cortinas da cama semiabertas. A claridade a incomodava.

O marido deixou a cama, e ela o seguiu com o olhar.

— Você parece uma deusa me tentando a voltar para cama. O rubor cobriu o rosto dela, que se levantou, gostando de ver o sorriso nos lábios do marido.

— Pare de me provocar, Alfonso.

Ela atravessou o quarto e pegou sua túnica. Mas Poncho a enlaçou pela cintura e a trouxe para junto de si.

— Por que eu deveria parar de provocar? Seu rosto fica rosado e seus olhos brilham quando eu faço isso. Planejo provocá-la muito mais.

Ele a abraçou bem forte antes de soltá-la. Vestiu o kilt, em seguida a manta, prendendo-a com o cinto. Seus olhos azuis brilhavam brincalhões e, ao mesmo tempo, com determinação.

— Por quê?

Alfonso pôs a boina de lado na cabeça e voltou a se aproximar dela. Annie ficou ali parada, olhando-o, fascinada. Este era o homem encantador que conhecera nas colinas. O que a surpreendia era estar gostando de ser o objeto das provocações dele.

— Talvez porque gosto do modo como ri quando eu faço essas provocações. É o som que quero ouvir, a toda hora — explicou ele, segurando-a gentilmente pelo queixo.

Anahi desviou o olhar, incerta do que sentir. Ele a puxou para mais perto e lhe acariciou os cabelos, forçando-a a encará-lo.

— Planejo lhe dar mais lições de como ser feliz — informou Poncho, seguindo até a porta. Antes de sair, deu uma piscada para ela.

Anahi ficou sozinha no quarto. Sem qualquer explicação veio-lhe a mente sua casa. Talvez porque aquela era a primeira vez em que desfrutava do sabor da liberdade. Além do mais, sua vida em Red Stone jamais fora agradável. Ainda estava com o orgulho ferido, mas não se sentia mais uma prisioneira.

O futuro ao lado de Alfonso parecia cheio de possibilidades.

Sybil chegou com as duas criadas, afastando-a de seus pensamentos. As jovens passaram a arrumar o quarto enquanto Sybil insistia em trançar os cabelos da patroa.

—- Estou feliz que não tenha tentado fugir à noite passada, milady. Agora não duvidarão mais que a senhora é digna de confiança.

— Eu devia pensar que cada pessoa que foi acordada de seu descanso tenha coisas piores a pensar de mim agora.

Sybil terminou de trançar os cabelos e sorriu.

— Ora, onde pensa que estamos? Na Inglaterra? Um pouco de determinação por parte de uma mulher é uma coisa boa. Se der ao seu marido obediência demais, ele pisará em cima da senhora como se fosse um tapete. E onde isso colocaria o resto de nós, eu lhe pergunto? Cada homem Rodriguez estaria esperando de nós essa cega obediência.

As criadas riram. Sybil deu de ombros.

— Há coisas que homens e mulheres não entendem um do outro.

Annie encarou a simpatia como um oferecimento de paz de uma mulher Rodriguez. A tensão entre ela e as outras criadas sumira e Annie suspirou aliviada.

— Estou aprendendo isso, Sybil. Obrigada por arrumar o meu cabelo. Agora vamos antes que fique tarde para tomarmos o café da manhã.

Alfonso estava sentado à mesa com o irmão e sua família. Aaron parecia sofrer de dor de cabeça e não lhe deu muita atenção. O que chamou a atenção de Annie foi o modo como o marido a olhou. Ele mantinha um sorriso zombeteiro nos lábios como no dia em que haviam se conhecido.