Fanfic: Nosso pedido de Natal adaptada vondy terminada

— Acho que não pensei a respeito. Cada um deles tem a própria personalidade. Expressões faciais. Você sabe, o jeito como os olhos de Zeke se estreitam, ou a forma como Zack olha para nós por sob os cílios quando está satisfeito com alguma coisa. Inflexões de voz. — Ela abriu um armário na sorte, para ver se achava as xícaras. — Postura. Há várias pequenas pistas, se prestarmos atenção e olharmos bem de perto. Ah, achei. — Satisfeita consigo mesma, pegou as xícaras e colocou-as sobre a bancada. Então, inclinou a cabeça para o lado, quando viu que Chris a observava. Examinava-a, na verdade, ela pensou. Como se ela fosse alguma coisa a ser medida e encaixada no lugar. — Há alguma coisa errada?

— Eu queria conversar com você. — Ele se ocupou mexendo o chocolate no fogo.

— Pode dizer. — Dul sentiu que precisava se apoiar na bancada para se estabilizar. — Chris, você está pulando fora ou eu estou enganada?

— Não sei se eu diria dessa forma.

Alguma coisa lhe dizia que ela iria se magoar. Dul se preparou para o que viria.

— E como você diria? — replicou ela, o mais calmamente que conseguiu.

— Estou um pouco preocupado com os meninos. Com a agitação deles ao seu redor. Eles estão ficando muito envolvidos. — Por que isso soava tão estúpido?, ele se perguntou. Por que se sentia tão estúpido?

— Eles estão?

— Acho que nós estamos passando uma impressão errada para eles e seria melhor se recuássemos. — Chris se concentrava no chocolate como se aquilo fosse uma experiência nuclear. — Nós saímos algumas vezes e...

— Dormimos juntos — ela completou, fria agora. Era a última defesa.

Ele olhou em volta, preocupado. Mas ainda podia ouvir o barulho dos pezinhos dos filhos no cômodo acima.

— Sim. Dormimos juntos, e foi muito bom. A questão é que as crianças percebem mais as coisas do que a maioria das pessoas pensa. E começam a ter ideias. Eles se envolvem.

— E você não quer que eles se envolvam comigo. — Sim, ela percebeu, aquilo iria mesmo magoá-la. — E não quer se envolver.

— Acho apenas que seria um erro levar isso adiante.

— Isso está bem claro. As placas de "Não Ultrapasse" já estão bem visíveis. Estou fora.

— Não é bem assim, Dul. — Ele apoiou a colher e deu um passo na direção dela. Mas havia uma barreira que não podia atravessar completamente. Uma barreira que ele mesmo criara. E se não se certificasse de que cada um ficaria em seu próprio lado, a vida que construíra com tanto cuidado poderia desmoronar. — Eu tenho as coisas sob controle aqui, e preciso mantê-las dessa forma. Sou tudo o que eles têm. Eles são tudo o que eu tenho. Não posso estragar isso.

— Não é preciso explicar. — Ela percebeu que sua voz estava rouca e sabia que num instante ficaria trêmula. — Você deixou isto claro desde o princípio. Bem claro. É engraçado que a primeira vez em que você me convida para vir na sua casa seja para me dispensar.

— Não estou dispensando-a, estou tentando reajustar as coisas.

— Oh, vá para o inferno e guarde os reajustes para as suas casas! — Ela disparou cozinha afora.

— Dul, não saia assim! — Mas quando chegou à sala de estar ela já estava pegando o casaco e os meninos desciam correndo as escadas.

— Aonde vai, srta. Saviñón? Você não... — Os dois pararam, chocados ao ver as lágrimas escorrendo pelo rosto dela.

— Sinto muito. — Era tarde demais para esconder o rosto, então ela continuou a caminhar para a porta. — Preciso resolver uma coisa. Sinto muito.

E ela se foi, deixando Chris parado, sem saber o que fazer, enquanto os dois meninos o encaravam. Uma dezena de desculpas passava pela cabeça dele. Enquanto tentava escolher uma, Zack desabou a chorar.

— Ela se foi. Você fez ela chorar e ela foi embora.

— Não tive essa intenção. Ela... — Ele foi até os filhos para pegá-los, mas encontrou um muro de resistência.

— Você estragou tudo! — Uma lágrima escapou dos olhos de Zeke, que estavam ardentes de raiva.

— Fizemos tudo o que tínhamos de fazer e você estragou tudo!

— Ela nunca mais vai voltar. — Zack sentou-se no primeiro degrau da escada e soluçou. — Nunca será nossa mãe.

— O quê? — Frustrado, Chris passou a mão pelos cabelos. — Do que vocês dois estão falando?

— Você estragou tudo! — disse Zeke mais uma vez.

— Escutem, a srta. Saviñón e eu tivemos um... desentendimento. As pessoas se desentendem. Não é o fim do mundo. — Ele gostaria de não estar se sentindo como se fosse o fim do mundo.

— Papai Noel a mandou. — Zack secou os olhos com as costas da mão.— Ele a mandou, exatamente como pedimos. E agora ela se foi.

— O que vocês querem dizer com Papai Noel a mandou? — Determinado a entender tudo aquilo, Chris sentou-se nos degraus da escada. Puxou um Zack relutante para seu colo e trouxe Zeke para baixo para que se juntasse a eles. — A Srta. Saviñón veio de Nova York para ensinar música, não do Polo Norte.

— Sabemos disso. — Zeke colocou a raiva de lado e procurou conforto encostando o rosto no peito do pai. — Ela veio porque mandamos uma carta para Papai Noel, meses atrás, assim estaríamos adiantados e ele teria bastante tempo.

— Tempo para quê?

— Para escolher nossa mãe. — Com um suspiro trêmulo, Zack fungou e olhou para o pai. — Queríamos que ela fosse boa, que cheirasse bem, gostasse de cachorros e tivesse cabelos vermelhos. Nós pedimos, e ela veio. E você devia casar com ela e fazer com que ela fosse nossa mãe. Chris deixou escapar um longo suspiro e rezou para ter sabedoria para lidar com aquela situação.

— Por que não me disseram que estavam pensando em ter uma mãe?

— Não é uma mãe — lhe disse Zeke. — É a mãe. A Srta. Saviñón é a mãe, mas agora ela se foi. Nós a amamos e ela agora não vai gostar mais de nós porque você a fez chorar.

— Mas é claro que ela ainda vai gostar de vocês. — Ela odiava a ele, mas jamais descontaria isso nos meninos. — Mas vocês dois já estão bem crescidos para saber que não é possível conseguir mães através de Papai Noel. — Ele a mandou para nós, do jeito que pedimos a ele. Não pedimos nada além disso, só as bicicletas. — Zack enterrou mais o corpo no colo dele. — Não pedimos nenhum brinquedo, nem jogos. Só mãe. Faça ela voltar, papai! Conserte isso. Você sempre conserta tudo.

— Não funciona assim, camarada. Pessoas não são como brinquedos velhos ou casas antigas. Papai Noel não a mandou, ela se mudou para cá por causa do emprego.

— Ele mandou ela também. — Com uma dignidade surpreendente, Zack desceu do colo do pai. — Talvez você não a queira, mas nós queremos.

Chris viu os filhos subirem as escadas, uma frente unida que o excluía, e foi deixado com um vazio no estômago e com o cheiro de chocolate queimado.

Eu nao vou conseguir terminar de postar a cap agora, tenho q sair.

Vou tentar postar o resto de noite

Mas tem q ter mtoos comentarios ok?

bjss