Fanfic: Nosso pedido de Natal adaptada vondy terminada

— Eu choro com facilidade. Devia me ver depois de um anúncio mais sentimental na tevê. — Dul não conseguiu evitar o comentário sarcástico e se entregou, fazendo a pergunta que não saía de sua cabeça. — Como estão as crianças?

— Mal falam comigo. — Diante do olhar indiferente dela, Chris fez um gesto na direção do sofá. — Você quer sentar? Essa é uma história meio complicada.

— Vou ficar de pé. Na verdade, não tenho muito tempo. Estava de saída.

O olhar de Chris acompanhou o dela e se fixou na mala. Ele cerrou os lábios.

— Bem, não demorou muito.

— O que é que não demorou?

— Imagino que você tenha aceitado o emprego de professora que lhe ofereceram em Nova York.

— As palavras realmente voam. Não, eu não aceitei. Gosto do meu emprego aqui, gosto das pessoas daqui e tenho a intenção de ficar. Estava apenas indo passar as festas de fim de ano fora.

— Você está saindo para passar o feriado fora na véspera de Natal?

— Vou e venho de acordo com minha vontade. Não, não tire seu casaco — ela disse secamente. Estava difícil controlar as lágrimas. — Apenas diga o que tem para dizer e vá embora. Eu ainda pago o aluguel daqui. Pensando melhor, saia agora. Diabos, você não vai me fazer chorar novamente.

— Os meninos acham que Papai Noel mandou você.

— O quê?

Quando a primeira lágrima rolou, Chris se adiantou e secou-a com o dedo.

— Não chore, Dul. Odeio saber que a fiz chorar.

— Não me toque. — Ela se afastou e pegou um lenço de papel numa caixa. Ele estava descobrindo exatamente qual era a sensação de ser partido em dois.

— Me desculpe. — Chris baixou lentamente as mãos e deixou-as cair ao lado do corpo. — Sei como deve estar se sentindo em relação a mim.

— Não imagina nem a metade. — Ela assoou o nariz e lutou para se controlar. — Que história é essa dos meninos e de Papai Noel?

— Eles escreveram uma carta no último outono, pouco antes de a conhecerem. E decidiram que queriam a mãe de presente de Natal. Não uma mãe — explicou Chris quando ela se virou para encará-lo. — A mãe. Eles me corrigem a esse respeito o tempo todo. Os dois tinham ideias bem específicas a respeito do que desejavam. Ela deveria ter o cabelo vermelho e sorrir muito, gostar de crianças, de cachorros e de fazer biscoitos. Eles também queriam ganhar bicicletas, mas isso era algo secundário. O que realmente queriam era a mãe.

— Oh! — Dul precisava se sentar. Deixou o corpo arriar sobre o braço do sofá. — Isso explica algumas coisas. — Equilibrando-se, ela voltou-se para olhar para ele. — E coloca você numa situação interessante, não é? Sei que você os ama, Chris, mas começar uma relação comigo para tentar agradar seus filhos vai muito além da devoção paterna.

— Eu não sabia. Droga, você acha que eu brincaria com os sentimentos deles ou com os seus dessa forma?

— Com os deles, não — disse ela, agressivamente. — Com certeza, com os deles, não.

Chris se lembrou de como ela parecera delicada quando eles fizeram amor. Estava ainda mais frágil naquele momento. Seu rosto não estava com o rubor saudável que costumava ter, ele percebeu com uma pontada de dor. E não havia luz em seus olhos.

— Sei o que é ser magoado, Dul. E nunca teria magoado você de propósito. Eles só me contaram sobre a carta depois que você saiu... Não foi a única que eu fiz chorar naquela noite. Tentei explicar a eles que Papai Noel não trabalha desse jeito, mas nada os demoveu da ideia de que ele mandou você.

— Falarei com eles, se você quiser.

— Eu não mereço...

— Não por você — disse ela. — Por eles. Ele assentiu, aceitando.

— Fiquei imaginando como você se sentiria ao saber que eles a queriam.

— Não me provoque, Chris.

Ele não podia evitar, e manteve os olhos presos ao dela enquanto se aproximava.

— Eles a queriam para mim, também. Foi por isso que não me contaram. Você seria nosso presente de Natal. — Ele levou as mãos aos cabelos dela. — Como se sente a esse respeito?

— Como acha que me sinto? — Ela afastou a mão dele e virou o rosto para a janela. — Dói. Me apaixonei por vocês três quase que à primeira vista, e isso dói. Vá embora, me deixe sozinha.

Chris sentia o coração cada vez mais apertado.

— Pensei que você ia embora. Achei que nos abandonaria. Não me permiti acreditar que você se importasse a ponto de ficar.

— Então você é um idiota — ela resmungou.