Fanfics Brasil - Capitulo 3 - parte 1 Nosso pedido de Natal adaptada vondy terminada

Fanfic: Nosso pedido de Natal adaptada vondy terminada


Capítulo: Capitulo 3 - parte 1

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Capítulo Três


 


MAIS MEIA HORA, pensou Chris, e ele terminaria a parede de gesso na suíte principal. Talvez ainda conseguisse aplicar a primeira camada de reboco. Olhou para o relógio e calculou que as crianças estariam chegando em casa, da escola. Mas era o dia da sra. Hollis e ela ficaria até às 17h. Isso lhe daria tempo suficiente para terminar a parede, limpar tudo e ir para casa. Talvez até presenteasse a si mesmo e às crianças com uma pizza. Chris já não se importava de cozinhar, mas ainda se ressentia do tempo que isso levava — ter que pensar no que iria fazer, preparar, limpar tudo depois. Seis anos como pai solteiro haviam lhe dado uma nova perspectiva sobre o quanto sua própria mãe — que era dona de casa, essa categoria antiquada e rara — trabalhara duro. Ele fez uma pausa e olhou ao redor da suíte principal. Derrubara algumas paredes, levantara outras, recolocara no lugar as antigas janelas — que antes tinham apenas uma lâmina de vidro e agora estavam bem melhor, com vidro duplo. Duas clarabóias deixavam entrar a luz pálida do início de outubro. Agora, a antiga casa possuía três quartos espaçosos no segundo andar, em vez dos quatro cômodos e do corredor excessivamente grande, como era antes de ele começar. A suíte principal contaria com um banheiro bem grande para abrigar uma banheira e um boxe para chuveiro separado. Chris estava avaliando a ideia de separá-lo do quarto por uma parede de tijolos de vidro. Ele já vinha querendo trabalhar com esse material há algum tempo. Se a obra continuasse dentro do prazo, a casa estaria pronta no Natal e seria posta para vender ou alugar no início do ano seguinte.


Na verdade, deveria vendê-la, pensou Chris, passando a mão pela parede de gesso que levantara naquela tarde. Precisava superar aquele sentimento de posse que sentia sempre que trabalhava em uma casa. Deve estar no sangue, supôs. Seu pai ganhara um bom dinheiro comprando propriedades em mal estado, recuperando-as e alugando-as. E Chris descobrira como era prazeroso possuir alguma coisa que ele mesmo reformara, com as próprias mãos. Como a velha casa de tijolos onde Dulce morava agora. Ele se perguntava se ela sabia que o prédio tinha mais de 150 anos, e que estava vivendo em um pedaço de história. Também se perguntava se ela ficara novamente sem combustível. Aliás, ele andava se perguntando um pouco demais sobre Dulce Saviñón. E não deveria, lembrou a si mesmo, e voltou-se novamente para suas ferramentas e para a fita de vedação que pretendia usar. Mulheres significavam problemas. De um modo ou de outro, mas sempre problemas. E bastava um olhar em Dul para que um homem inteligente percebesse que ela não era exceção. Ele não levara adiante a sugestão dela de ir até o auditório e assistir parte do ensaio. Chegara a ir umas duas vezes, mas o bom senso o detivera. Dul era a primeira mulher em muito, muito tempo que mexia com ele. E não quero ninguém mexendo comigo, pensou Chris de cara feia, enquanto aplicava a fita vedante numa fenda da parede. Não podia se permitir isso, lembrou a si mesmo. Já tinha muitas obrigações, muito pouco tempo livre e, mais importante, dois filhos que eram a parte mais importante da sua vida. Sonhar acordado com uma mulher já era ruim. Fazia com que um homem se tornasse negligente com seu trabalho, descuidado e... ansioso. Mas fazer alguma coisa a respeito era ainda pior. Fazer alguma coisa significava ter que encontrar assuntos para conversar e maneiras de entreter a outra pessoa. As mulheres esperavam ser levadas a lugares, e paparicadas. E quando o homem começava a se apaixonar — a se apaixonar de verdade —, elas tinham o poder de arrancar seu coração. Chris não estava disposto a arriscar seu coração novamente, e, com certeza, não iria arriscar o coração dos filhos.


Ele não concordava com esse absurdo de que as crianças precisavam de um toque feminino, ou de amor materno. A mãe dos gêmeos tivera menos apego aos filhos que colocara no mundo do que uma gata tem em relação a sua cria. Ser mulher não garante a existência de sentimentos maternais, apenas significa que aquela pessoa é fisicamente capaz de carregar uma criança dentro do corpo. Mas isso não quer dizer necessariamente que ela vai saber o que fazer quando tiver aquela criança nos braços. Chris parou o serviço de vedação que estava fazendo e praguejou. Não pensava em Angie há anos. Pelo menos não profundamente. E agora que ela voltava à sua mente percebia que ainda era um ponto doloroso, como uma antiga ferida que não estivesse bem cicatrizada. Era isso que conseguia, pensou, ao deixar uma determinada ruivinha mexer com ele. Aborrecido consigo mesmo, Chris arrancou o último pedaço de fita vedante do rolo. Precisava se concentrar em seu trabalho, não numa mulher. Determinado a terminar o que começara, desceu as escadas pisando firme. Tinha mais fita vedante na picape. A luz ao ar livre estava mais suave, com a proximidade do anoitecer. Dias mais curtos, ele pensou. Menos tempo. Chris já descera as escadas e caminhava em direção à calçada quando a viu. Dul estava parada bem na entrada do terreno, olhando para a casa, com um leve sorriso no rosto. Usava uma jaqueta de camurça em um tom laranja brilhante e jeans desbotados. Pedras cintilantes pendiam de suas orelhas e nos ombros ela carregava uma pasta que parecia já ter um bom tempo de uso.


— Oh! Olá. — A surpresa brilhou nos olhos dela quando o encarou, o que logo o deixou desconfiado. — Esta é uma das suas propriedades?


— Isso mesmo. — Ele passou por ela para chegar à picape, e desejou ter se lembrado de prender a respiração. O perfume de Dul era sutil, mas cheio de efeito.


— Estava apenas admirando. O trabalho em pedra é maravilhoso. Parece tão robusto e seguro, tão aconchegante no meio de todas essas árvores. — Ela respirou fundo. Já havia um leve aroma de outono no ar. — Esta será uma bela noite.


— Parece que sim. — Chris achou a fita que estava procurando e voltou-se, girando o rolo nas mãos.


 — Ficou sem combustível de novo?


-  Não. — Ela riu, obviamente divertida consigo mesma. — Gosto de andar pela cidade a esta hora do dia. Na verdade, eu estava indo para a casa da sua irmã. Fica algumas casas mais à frente, certo? Os olhos dele se estreitaram. Não gostava da ideia de que aquela mulher em quem vinha pensando tanto estivesse próxima de sua irmã.


— Sim, isso mesmo. Por quê?


— Por quê? — A atenção dela estava concentrada nas mãos dele. Havia alguma coisa a respeito delas. Duras, calosas. Grandes. Dul sentiu uma agitação rápida e muito agradável na boca do estômago.


— Por que, o quê?


— Por que está indo à casa de Mira?


— Oh! Pensei em levar para Kim algumas pautas musicais que tenho.


— Isso está certo? — Ele se apoiou na picape e examinou Dul de cima a baixo. O sorriso dela era cordial demais, decidiu. Atraente demais. — É parte das atribuições do seu cargo fazer visitas à casa dos alunos para levar pautas musicais?


— É parte da diversão. — O cabelo dela se alvoroçou com a brisa fresca e ela o colocou novamente para trás. — Nenhum emprego vale o esforço ou as dores de cabeça que provoca se não pudermos nos divertir. — Ela virou-se para olhar a casa. — Você se diverte, não é mesmo? Pegando alguma coisa e tornando-a sua?


 


Ele começou a dizer alguma coisa ácida e, então, percebeu que ela tocara bem no ponto.


— Sim. Nem sempre parece divertido, como quando tenho que arrancar telhados e o material isolante acaba fazendo com que chova em minha cabeça. — Ele sorriu levemente. — Mas, no fim, é divertido, sim.


— Vai me deixar ver? — Ela indicou a casa com a cabeça. — Ou você é como um desses artistas temperamentais que não gosta de mostrar o trabalho até a última pincelada?


— Não há muito para ser visto. — Então, ele deu de ombros. — Mas é claro que você pode vir quando quiser.


— Obrigada. — Ela começou a caminhar na direção da casa, mas quando olhou por sobre o ombro viu que ele continuava parado junto à picape. — Você não vai me mostrar? 




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Autor(a): thaaavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 283



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  • stellabarcelos Postado em 30/10/2015 - 00:51:09

    Que história linda! Que amor lindo! Amei muito! Super emocionante

  • ThataDulcitah Postado em 13/12/2011 - 16:52:39

    aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa chorei com o final! Nenaaa gracias! essa web foi perfeita perfeita perfeita! eu entrei de madruga p/ ler mas minha net tinha caido, só li ontem o fim, li chorando! q tal um epílogo?haha ia chorar litros vendo os chicos chamarem a Dul de mamãe!awn :')

  • thaaavondy Postado em 12/12/2011 - 10:26:40

    lucas2280, infelizmente a web acabou bem q eu gostaria de continuar postando mas n da mais valeu por acompanhar a web

  • lucas2280 Postado em 09/12/2011 - 20:22:15

    Esperando os próximos capítulos... A web é muito boa!!! POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/12/2011 - 20:22:08

    Esperando os próximos capítulos... A web é muito boa!!! POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/12/2011 - 20:22:01

    Esperando os próximos capítulos... A web é muito boa!!! POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/12/2011 - 20:21:54

    Esperando os próximos capítulos... A web é muito boa!!! POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/12/2011 - 20:21:48

    Esperando os próximos capítulos... A web é muito boa!!! POSTA MAIS!!!

  • lucas2280 Postado em 09/12/2011 - 20:21:41

    Esperando os próximos capítulos... A web é muito boa!!! POSTA MAIS!!!

  • cherry Postado em 07/12/2011 - 23:48:57

    nao sei o qe dizer.... ameii sua web, tava lindo tudooooo


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