Fanfic: . Apenas Amigos - d&c

– Já chega! - ele disse suspirando – Eu sei o quanto você ficaria feliz se eu e a Dulce saíssemos, mas isso não vai acontecer, então pare de ficar falando disso. - disse irritado o bastante para que as sobrancelhas de Alexandra se aproximassem mostrando uma ruga de repreensão.
– Falo isso porque me preocupo com você morando sozinho naquela casa. - ela rebateu – Você esta magro, aposto que nem anda comendo direito. E suas roupas? Quem esta cuidando de suas roupas? E...
– Mãe, - ele disse em um tom forte a interrompendo – minhas roupas estão cuidadas o bastante na lavanderia e não estou magro a ponto de estar com desnutrição.
– Eu sei, mas...
– Mãe, - ele voltou a interrompê-la agora com um tom mais gentil – pare de se preocupar comigo. Não eu mais um menino, não quero que fique se preocupando mais do que deveria.
– É impossível, eu sou uma mãe. - ele sorriu.
– Se lhe deixa mais sossegada, Dulce esta ao seu lado na campanha “Vamos cuidar de Christopher”.
Os olhos de sua mãe se encheram de carinho enquanto falava.
– Aquela meninas é mesmo um doce. Seria tão bom se vocês... - ele interrompeu novamente.
– Mãe! Chega!
– Tudo bem, tudo bem. Não vou falar mais nada... Por enquanto.
Christopher balançou a cabeça.
– Escute filho, vamos fazer um almoço aqui em casa. Estamos convidando somente a família. Sabe como é, Alfonso, seu primo vai ser casar e pensamos em reunir a família toda antes do casamento.
– Alfonso me deixou uma mensagem na secretária falando algo sobre estar indo para o altar com Anahi.
– Ela é um amor de pessoa. Formam um belo casal. Enfim, você vem certo? Digo.. para o almoço em família.
Sem escapatória ele assentiu:
– Claro. - Se eu não tiver viajado até lá...
– Oh, você não vai. - disse ela otimista – é no próximo fim de semana. Chame Dulce pra vir almoçar conosco.
– Se você prometer não falar nada sobre me arranjar uma namorada...
Alexandra riu, mas continuou sem dizer uma única palavra.
Christopher não teve a chance de abordar nada sobre seu pai, até o momento em que Alexandra terminara a sobremesa.
– Estava uma delicia não? - ela disse empurrando o prato sujo de pudim.
– Sim, estava. E então mãe, o papai anda tendo alguns momentos de lucidez ainda? - começando a abordar o assunto.
– Muito pouco. - ela admitiu com pesar – A maioria das lembranças são do passado. A cabeça dele esta funcionando como um filme onde certas partes a imagem esta completamente escura e em outras, muito raras, esta um pouco mais nítida. Acredita que mês passado, estávamos sentados no jardim quando de repente ele disse “Amanhã é um dia importante pro meu garoto. Sabe que hora vai ser?”. Confesso que entendi com muita dificuldade. Acho que ele esta se referindo a sua formatura. - sua mãe lhe confidenciou – Foi a última coisa lucida que ele disse. As vezes ele inventa de pedir as chaves do carro para ir trabalhar.
Christopher forçou um sorriso. Fazia anos que havia se formado...
“Meu garoto”... seu pai sempre tinha lhe chamado assim. Bom pelos menos até a doença aparecer...
– O que o medico tem falado sobre o papai? - perguntou da maneira mais eventual possível.
– O de sempre filho... - ela disse desanimada
– O que é “o de sempre”?
– Que o Mal de Alzheimer não tem cura, apenas tratamento, e mesmo com o tratamento os sintomas vão... piorando.
– Mas o papai esta bem? Digo, em termos geral... apesar da sonda?
Alexandra não teve tempo de responder, pois a enfermeira vinha trazendo Luiz, de cadeira de rodas ao encontro deles.
– Trocado e alimentado. - ela disse um pouco antes de se retirar com um sorriso educado.
– Olá querido. Venha, nos faça companhia. - Luiz permaneceu quieto, olhando para o chão, parecendo distante.
– O médico explicou, Christopher, - ela começou tentando manter a voz neutra - que com o passar dos anos, conforme os neurônios morrem a e quantidade de neurotransmissores diminuem, aumenta a dificuldade em reconhecer e identificar, além é claro, da execução dos movimentos.
– Tudo o que eu acabei de presenciar. - ele disse observando o seu pai, que apesar de estar presente materialmente parecia não se importar nem compreender o que estava escutando. Sentiu seu próprio coração bater com força e um nó se formar em sua garganta.
“Meu garoto.”













; Leitoras :3

Nat, é triste mesmo, só quem tem parentes com essa doença sabe... Ah, e o segredo é saber que esta escrevendo para que leitoras lindas, gostosas, poderosas, simpáticas, gatas, e maravilhosas vão ler *-* oaisoaisoaisoaisoais