Fanfic: Um novo recomeço Vondy terminada

Eu havia me mudado para aquele apartamento a um mês. No dia da minha mudança uma senhora e sua sobrinha estavam saindo do elevador e entrando no apartamento visinho ao meu. Aquela criança era encantadora, ela entrou correndo pelo meu apartamento alucinada com os moveis que eram transportados de um lado para o outro. Olhar para aquela criança tão inocente e alegre abalou meu coração, ele só havia sentido essa emoção uma única outra vez, a muito tempo atrás.

Realmente havia se passado muito tempo, mas ainda doía muito olhar para trás lembrar daquela noite. Já foi bastante ruim ser o alvo e uma armadilha, ser drogado, ter suas roupas arrancadas para que sua namorada o visse assim e pensasse que você a tinha traído. Mas o pior de tudo foi olhar pro rosto do amor da sua vida e ver misturadas sensações de horror, nojo e tristeza. Saber que ela sofreu fui horrível mas a falta de confiança dela em mim, ela não ter acreditado em mim e não ter querido me ouvir foi muito dolorido também. Eu sei que tudo apontava para mim como culpado, mas ela nunca deveria ter desconfiado de mim, do meu amor, principalmente.

Desde aquela noite eu não sinto mais prazer na companhia de ninguém, nem mesmo dos meus amigos. Assim que aquele fato aconteceu ninguém acreditou em mim. Mesmo eles continuando a falar comigo eu não consegui mais olhar para eles e ver o que eles pensavam de mim, o responsável pela partida dela.

Nunca mais consegui fazer com que meu coração se sentisse em paz, feliz. Ate aquela criança entrar correndo no meu apartamento. Quase batendo em um dos moveis que era levado da sala para o quarto. Sua tia vinha logo atrás tentando se desculpar pela atitude de sua sobrinha, a única coisa que eu pensava naquele instante era tirar a garota de la antes que ela se ferisse.

Eu a levei para o corredor ainda ouvindo as desculpas e promessas de que a criança não me importunaria mais, mas eu não prestava atenção, o que me prendia naquele momento eram os olhos castanhos tão profundos que a garota tinha. Tão pequena e parecendo ter tanta coisa ocorrido na sua vida. Os cabelos eram da mesma cor dos olhos, lisos com as pontas se transformando em cachos. Uma pele lisinha e bem branquinha e um rosto angelical que me fazia lembrar da Dulce.

Graças a sua tia e as idéias dela, meu apartamento ficou pronto e muito mais que decente em um mês. Ela tinha feito com que eu não conseguisse mais me separar dela, todos os dias nós nos víamos, ou eu a levava para o parque ou ela ia ao meus apartamento ou eu ia ao apartamento delas. A tia dela havia se tornando um grande amiga minha, ela não me julgava pelo que tinha acontecido, era bom voltar a ter alguém que confiava em você depois de quatro anos.

Sempre que nós estávamos brincando, a Manu falava da mãe. Da saudade que sentia, do orgulho que ela tinha dela e do quanto ela a amava, principalmente. Com certeza era conseqüência do amor que a mãe tinha por ela.  Ela era o tipo de criança que todos desejavam como filha, inclusive eu. Eu iria amar se ela fosse minha filha, ate mesmo porque de coração, ela já era.

No dia que se sucedeu meu trigésimo dia no novo apartamento, ela e a tia haviam preparado um festa surpresa no apartamento delas para comemorar. Elas haviam preparado um bolo e vários docinhos, alem de duas faixas, uma sobre um mês d eminha mudança e outra de boas vindas da sobrinha da Alma, a mãe da Manuela, para casa. Nos estávamos esperando por ela para que pudéssemos começar a pequena comemoração.  A Manu estava no meu colo quando escutamos a chave virando na porta e logo em seguida abrindo.

Naquele instante meu coração parou de bater por um minuto quano a vi parada em minha frente. Ela continuava linda. Os cabelos ruivos continuavam cacheados num tom brilhante e parecendo feito de seda. Seus olhos eram castanhos e profundos assim como os da filha. Sua pele continuava macia e aveludada e seu rosto, mesmo com uma expressão chocada, continuava angelical. E seu corpo magnífico estava mais modelado, mais parecido com o de uma mulher, os seios firmes e mais cheios, as curvas definidas. Agora eu entendi por que os olhos da Manu me pareciam tão conhecidos, eu já os tinha visto antes. Eu amava aqueles olhos que podiam transmitir todas as emoções que a dona sentiam, mas que também podiam se tornar misteriosos escondendo tudo.

Eu não podia acreditar que a minha Dulce havia voltado depois de tanto tempo, era surpreendente. Mas os mais surpreendente era que ela era a mãe da minha Manu.