Fanfic: You Could Be Happy

POV’s Ucker

Encarei sonolento o teto do quarto. Havia claridade lá fora, o sol entrava por uma fresta da janela. Espreguicei-me lentamente, colocando a primeira camisa que vi na minha frente, me sentido faminto. Desci as escadas rapidamente, ouvindo um som indistinto vir da cozinha. A Rose estava ouvindo música latina de novo?

- Oi Rose – falei desanimado, sentando-me na mesa, enquanto a mulher a minha frente desligava o som.

- Bom dia meu menino, dormiu bem? – ela perguntou sorridente, enquanto me abraçava. Nessas horas eu me perguntava o porquê minha mãe não havia contratado alguém, hum como posso dizer, mais jovem

- Rose que parar de me agarrar, você tá – hesitei por um momento – bagunçando o meu cabelo – a fitei, passando o dedo entre os fios. Ela me encarou sorrindo. Tanto ela, como eu, sabíamos que meu cabelo era naturalmente bagunçado

- Você devia cortar esse cabelo

- Vai sonhando – respondi exasperado, colocando um pedaço de bolo em minha boca

- Sua mãe deixou isso aqui, ela saiu mais cedo, disse que tinha que fazer umas compras – ela falou me entregando um pedaço de papel. Olhei contrariado, sem o mínino interesse em ler – Hum, típico – comentei ao ler a última linha – A garota já acordou?

- Ah, sim, mas não quis comer nada – a observei sentar do meu lado, abaixando o tom de voz – Sua mãe me contou o que houve com ela, não me surpreende que a garota esteja tão magra

- Como se isso fosse algo tão anormal assim de acontecer – comentei irônico, revirando os olhos, querendo encerrar aquele assunto – Minha mãe falou que horas voltava?

- Ela falou que antes do almoço estaria em casa – a ouvi falar, voltando aos seus afazeres domésticos

- Ótimo – comentei azedo, enquanto mastigava devidamente – Perfeito!

POV’s Dulce  

            Ouvi uma batida seca na porta. A encarei por alguns segundos, antes de pronunciar um “Pode entrar” desanimado. O garoto a minha frente parecia mal-humorado, o que para mim não era nenhuma novidade naquele pouco tempo de convivência forçada na mesma casa. Observei seus olhos fitarem os meus por alguns segundos e a face deixar transparecer intranqüilidade.

- Eu vim pegar algumas coisas, hoje tem ensaio da banda

- Ah, claro! – falei, levantando da cama rapidamente – Você quer alguma ajuda?

- Não – ele respondeu seco, enquanto vasculhava algumas gavetas

- Ok – falei, mais para mim mesma enquanto ouvia passos apressados na escada

- Oi Dulce - ouvi uma voz risonha próxima de mim

- Oi – hesitei por um momento, tentando lembrar o seu nome – Tyler? – o vi acenar com a cabeça e depois novamente sorrir

- Eai, como você passou a noite? – o encarei por um momento, os braços cruzados, a postura confiante e séria, que definitivamente não combinava com ele

- Bem, eu acho – comentei, sem jeito

- Sabe, hoje é sábado, a gente podia – o ouvi falar, com a voz rouca. Acabei sorrindo, não podia negar que ele era no mínimo, engraçado

- Tyler, cara será que dá pra parar de pensar um pouco com os seus hormônios e me ajudar a levar essa bateria pra garagem – ouvi o moreno reclamar

- Hey Ucker, pra que tanto stress cara?

- Não é stress, os caras daqui a pouco estão ai pro ensaio – o moreno respondeu pegando uma parte da bateria e a carregando para fora do quarto

- Sabe, eu gosto do The Killers – ele falou, olhando diretamente para minha camisa. Cruzei os braços, desconfortável.

- E então, qual é o nome da banda? – perguntei, mudando de assunto

- Goldfish – ele disse rindo – eu sei, é bizarro!

- É, diferente! – comentei, também rindo

- Diferente e bizarro – ele falou pegando partes da bateria restantes – Se você quiser ver a gente ensaiando hoje, vamos estar na garagem

- Hum, acho que eu não sou bem vinda – falei, fazendo uma careta- Mas, obrigada pelo convite

Ele pareceu repensar por um momento o que havia acabado de ouvir, e depois sorriu como se tivesse constatado algo

- Ah, saquei, você tá falando do Ucker né? – ele me encarou por um momento, esperando algum tipo de confirmação – Ele é assim mesmo, meio mal-humorado, às vezes eu desconfio que ele é gay, mas, acho que no fundo ele só quer passar uma imagem de rebelde. Pode ir lá, sabe eu, ou melhor dizendo, os caras da banda vão adorar – ele deu um sorriso malicioso, depois parou, permanecendo sério – É que não aparece muitas meninas nos ensaios, ainda mais bonitas. A última que apareceu lá tinha bigode, na real eu nem sei ela era de fato uma menina – sorri ao ouvir a última frase – Enfim, se você quiser ir

- Obrigada pelo convite Tyler e bom ensaio – o observei descer as escadas e encostei a porta, despencando literalmente na cama, sem a mínina vontade de levantar.

ta ai, 2º capitulo... dedicado a analaninha que me deu os 2 primeiros comentarios aqui *-*