Fanfic: A dança da sedução adaptada Vondy terminada
Os dois se separaram, com a rapidez de crianças pegas em flagrante roubando biscoitos da lata.
Cinco segundos transcorreram no mais profundo e enervante silêncio.
— Preciso... vou ao escritório — gaguejou Fernando, por fim.
Deu meia-volta e se afastou com passos apressados. Christopher passou a mão pelos cabelos louros.
— Céus! Tudo o que eu queria agora era que o chão se abrisse para me engolir!
— Estamos pisando em granito. — Dulce tentou brincar, enquanto se apoiava nas costas de uma cadeira, esperando que a cozinha parasse de rodar. — Tudo bem. Meu pai sabe que já beijei homens antes.
— Estava prestes a fazer muito mais do que apenas beijá-la, e na mesa da cozinha de sua mãe!
— Sei disso. — Dulce não conseguia controlar as batidas do coração, enquanto observava o olhar de Brody, ainda cheio de desejo. — Que pena! Papai precisava entrar justo agora...
— Isso não teria acontecido se você não me provocasse.
Christopher respirou fundo e procurou por um copo que encheu de água gelada. Desejava atirá-la no rosto, para esfriar o ânimo, mas acabou bebendo.
— Provoquei? — Dulce desejava continuar sentindo a maciez dos lábios dele. — Quando?
— Fez com que eu a tocasse, massageasse, e você gemeu de modo sensual...
— Não gemi. Foram murmúrios de alívio, não de excitação. Estava com dor nas costas. Dê-me uma xícara, porque agora foi você quem me provocou.
— Eu?! Foi para Nova York durante uma semana e nem me avisou.
— Desculpe — replicou Dulce com ironia. — Meus pais sabiam onde me encontrar. — Aceitou a xícara que ele lhe entregou e serviu-se de café. — Eu não sabia que tinha de dar satisfações a você.
— Contratou-me para executar um trabalho, não foi? Uma tarefa grande e complicada, e deixou claro que pretendia supervisionar tudo, passo a passo. Entretanto, muita coisa foi feita na última semana, e você nem deu o ar da graça!
Dulce tomou um grande gole de café, tentando controlar a irritação.
— Se teve problemas, meus pais poderiam ter-lhe dito onde encontrar-me. Por que não perguntou?
— Porque... — Precisava haver uma razão, pensou Christopher, desesperado. — Meus clientes em geral são adultos o suficiente para deixar comigo o número de um telefone quando viajam, sem que eu tenha que recorrer a seus pais.
— Desculpa esfarrapada, Uckermann. Entretanto, no futuro, deverá consultar minha família durante minha ausência. Fui clara?
— Certo. — Christopher enfiou as mãos nos bolsos. — Mimada...
— Mas sensata — retrucou Dulce.
Aquela era uma discussão tola, pensou. E embora gostasse de uma briga, tinha horror a se tornar ridícula.
— Tive de ir a Nova York — explicou, tentando acalmar-se. — Quando deixei a companhia de bale, dei minha palavra ao diretor que, caso precisassem de mim, eu iria. Cumpri a promessa. Vários dançarinos, inclusive os principais, estavam gripados e de cama. Dançamos machucados, doentes, mas há ocasiões em que não é possível levantar da cama. Dei-lhe uma semana. Fiz oito apresentações, enquanto as bailarinas doentes se recuperavam e outras adoeciam.
Encostou-se no balcão, tentando recuperar a serenidade.
— Meu parceiro de dança e eu não nos conhecíamos, por isso foram necessários longos e repetidos ensaios. Fazia meses que eu não dançava. Estava fora de forma e tive de redobrar os exercícios. Isso tudo não me deixou tempo e energia para me preocupar com um projeto que, achei, estava em boas mãos. Jamais me ocorreu que precisaria de mim nesse estágio da obra, quando tínhamos acabado de conversar a respeito. — Respirou fundo, tomando fôlego. — Espero ter esclarecido tudo.
— Sim. Posso pegar uma faca?
— Para quê?
— Cortar o pescoço por ter agido como um louco.
— Por que não espera até chegar em casa? — Dulce tomou outro gole do café, sentindo-se mais tranqüila. — Minha mãe detesta sangue espalhado na cozinha.
— E é provável que seu pai também não aprecie vê-la fazer sexo em cima da mesa.
— Não sei. Nunca conversamos a esse respeito.
— Não tive a intenção de agarrá-la daquele jeito.
— E de que jeito queria me agarrar? — perguntou Dulce, segurando a xícara.
— De nenhum jeito! — Christopher arrancou-lhe a xícara da mão e tomou um gole. — Percebeu que isso já está se complicando? O trabalho, eu, você...
— Sou muito organizada e sei colocar tudo nos devidos lugares. Alguns consideram essa a minha maior virtude, e a mais entediante também.
— Aposto que sim. — Entregou-lhe a xícara de volta. — Dulce...
Ela sorriu.
— Christopher...
Ele riu um pouco e, com as mãos de volta nos bolsos, começou a andar pela cozinha.
— Fiz muitas bobagens na vida. Com Connie, minha esposa, e com Jack. Me esforcei muito para mudar isso. Meu filho tem apenas seis anos. Sou tudo que ele possui, e não posso ter outras prioridades.
— Se pensasse diferente, não o admiraria tanto. Christopher voltou-se e a encarou.
— Não entendo você.
— Que tal organizar sua agenda para pensar um pouco nesse problema?
— Que tal irmos a um motel à tarde e fingir que não existe nenhum problema?
Para surpresa dele, Dulce riu.
— Bem, é uma alternativa. Por mim, podemos fazer as duas coisas. Mas vou deixar a decisão para você.
Christopher relanceou o olhar para o relógio na parede.
— Preciso acordar Jack. Talvez você possa ir até a obra amanhã na hora do almoço. Comprarei sanduíches e mostrarei o que fizemos até o momento.
— Certo. — Dulce inclinou a cabeça de modo inocente. — Quer me dar um beijo de despedida?
Christopher olhou para a mesa da cozinha e de volta para Kate.
— Melhor não. Seu pai pode ter uma arma em casa.
Mas Fernando Saviñón não estava pondo balas em um revólver. Depois que Christopher saiu, Dulce foi encontrá-lo no escritório, estudando o plano de aulas para o semestre. O que Dulce não sabia era que fazia dez minutos que ele não saía da mesma página.
Ela atravessou o aposento em silêncio e parou junto à janela. Depois pegou uma xícara de café e colocou-a ao lado
do pai, abraçando-o por trás e pousando o queixo em seu ombro.
— Tudo bem, papai?
— Tudo bem, obrigado.
Dulce esfregou o rosto no dele e contemplou pela janela o jardim bonito e bem-cuidado. Por um instante, refletiu que pediria à mãe que a ajudasse a arrumar o jardim da escola.
— Christopher ficou com medo que você atirasse nele.
— Não tenho armas.
— Foi isso que eu disse. Também disse que você sabe que já beijei homens antes. Sabe disso, não é, paizinho?
Dulce só o chamava pelo diminutivo quando queria convencê-lo de algo. Ambos sabiam disso.
— O que sei é que quando entrei na cozinha, ele estava com as mãos na sua... estava agarrando minha filhinha.
— E sua filhinha estava com as mãos nele também — replicou Dulce, rindo de leve, dando a volta e sentando-se no colo do pai.
— Não acho que a cozinha seja o lugar adequado para... — Fernando calou-se, sem saber como continuar.
— Tem razão, é claro — concordou Dulce com um tom de voz comportado. — A cozinha foi feita para se cozinhar. Por certo nunca vi você e mamãe se beijando lá. Teria ficado horrorizada.
Fernando fez força para não rir.
— Cale-se.
— Sempre pensei que, se entrasse na sala e me parecesse que vocês estavam se beijando, na realidade estariam praticando respiração boca-a-boca. É preciso ser previdente.
— É você quem vai necessitar de socorros médicos já, se não parar com isso.
— Antes que isso aconteça, deixe-me perguntar-lhe: gosta de Christopher como pessoa?
— Sim, é claro, mas isso não significa que darei gritos de júbilo cada vez que entrar na cozinha e deparar com... o que vi há pouco.
— Bem, não acontecerá mais. Fernando apoiou a testa na da filha.
— Dulce...
— Fui ensinada a não esconder nada de você e mamãe. O que sinto e o que faço. Eu gosto de Christopher. Ainda não sei bem quanto, mas gosto.
— Seus atos sempre foram reflexo de seu íntimo, mas com uma boa dose de bom senso.
— E neste caso também não será diferente.
— E ele, o que sente por você?
— Também não sabe. Vamos ter que descobrir juntos.
— Não sabe? — repetiu Fernando Saviñón, semicerrando os olhos. — Bem, então é melhor que se decida logo, ou...
— Papai! — Dulce piscou os olhos diversas vezes, fazendo o papel da menina inocente e preocupada. — Vai bater nele por minha causa? Posso ficar olhando?
— Menina, é você quem vai precisar de respiração boca-a-boca logo, logo, porque estou perdendo a paciência...
— Adoro você. — Dulce beijou o pai na testa. — Durante anos criou sozinho uma filha, antes de conhecer mamãe. Sabe o que é isso?
Fernando pensou em sua Freddie, que fora um bebê e que já tinha seus próprios filhos. Suspirou, murmurando:
— Sei, sim.
— Como não me sentir atraída por essa faceta de Christopher Uckermann se me orgulho tanto de você por isso?
A expressão de Fernando foi cômica.
— Não dá para discutir com você! — Apertou Dulce de encontro ao peito. — Diga a Christopher que não pretendo comprar um revólver... ainda.
Autor(a): thaaavondy
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+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
No dia seguinte Dulce foi até o prédio em reforma na hora do almoço, e depois disso as visitas diárias tornaram-se um hábito. Levava sanduíches, refrigerantes e café para Christopher e os operários. Isso podia ser considerado uma espécie de suborno, e era assim que Christopher pensava. Essas gentilezas tendiam ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 813
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stellabarcelos Postado em 11/09/2015 - 01:15:11
Gente que história linda! Nunca ia imaginar que era tão linda assim! Quase chorei no final! Muito amor! Parabéns
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kmusica Postado em 08/01/2012 - 02:32:42
Pena Que A Web Chegou Ao Fim Adorei Essa Web É Uma Das Melhores Parabenssssssssssss
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kmusica Postado em 08/01/2012 - 02:32:41
Pena Que A Web Chegou Ao Fim Adorei Essa Web É Uma Das Melhores Parabenssssssssssss
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kmusica Postado em 08/01/2012 - 02:32:41
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kmusica Postado em 08/01/2012 - 02:32:41
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dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:33
Não acredito que acabou :\ Essa web foi tão linda, amei cada capítulo dela, foi uma história emocionante e envolvente. Eu também não me importaria se você postasse ela até o final de seus dias kkkk' com certeza estarei acompanhando suas outras webs (; beeijão.
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dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:32
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dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:32
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dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:31
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dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:31
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