Fanfic: A dança da sedução adaptada Vondy terminada
Capítulo VI
A sexta-feira não estava sendo um bom desfecho para a semana de trabalho, concluiu Christopher. Primeiro um de seus homens telefonara para avisar que a gripe daquela temporada o atingira e o deixara de cama. Ao meio-dia, tivera de mandar outro operário para casa, porque estava tão gripado que nem conseguia levantar um martelo.
Como os outros quatro homens que compunham sua equipe estavam em outra obra do outro lado do rio, em Maryland, ele ficara sozinho para lidar com o inspetor da prefeitura a respeito dos encanamentos e algumas mudanças que teriam de ser feitas.
O pior de tudo, e o que mais o irritara, fora ficar sozinho com o pai durante grande parte do dia.
Victor Uckermann estava com metade do corpo debaixo da pia da cozinha. As velhas botas tinham recebido novas solas dezenas de vezes. Teimoso como era, o velho só concordaria em comprar um novo par quando aquelas virassem pó.
Não preciso de nada além do necessário, era o que Victor diria, uma frase que usava sempre, para tudo. E tudo tinha que ser ao seu modo, matutou Christopher, procurando justificar o próprio ressentimento.
Ele e o pai nunca havia se dado bem.
— Desligue essa coisa barulhenta — ordenou Victor. — Como um homem pode trabalhar com esse som infernal?
Sem responder, Christopher foi até o aparelho de som portátil e desligou-o. Qualquer música que ouvisse seria considerada horrível pelo pai. E Victor praguejava e resmungava enquanto trabalhava, motivo pelo qual Christopher ligara o rádio.
— Que idéia estúpida diminuir esta cozinha! Perda de tempo e de dinheiro. Espaço para o escritório... Conversa fiada! Quem precisa de escritório para ensinar um bando de garotinhas mimadas a ficar na ponta dos pés?
Brody tentara ao máximo trabalhar longe da cozinha, mas chegara o momento de ficar ali também, portanto respondeu:
— Tenho tempo, e a cliente tem dinheiro.
— Sim. Os Saviñón têm muitos recursos. Porém, isso não é motivo para jogar dinheiro pela janela, é? Deveria ter dito a sua cliente que é um erro diminuir a cozinha.
Christopher deu uma martelada e disse a si mesmo para ficar calado, mas não conseguiu.
— Não acho que esteja fazendo um erro. É desnecessário uma cozinha tão grande aqui. No passado foi projetada para servir dezenas de pessoas. O que uma escola de dança vai fazer com uma cozinha de restaurante?
— Escola de dança! — resmungou Victor com pouco-caso. — Não dou um mês para durar! E aí como ela vai vender este prédio todo recortado? Pias da altura de crianças nos banheiros! Terá que quebrar tudo de novo! Fiquei surpreso com o fato de o homem da prefeitura não achar ridículo.
— Quando se ensina crianças deve-se ter acomodações próprias para elas.
— Basta a escola primária para isso, não acha?
— Mas não ensinam bale na escola.
— Pois vou lhe dizer uma coisa — sibilou Victor, aborrecido com o tom de voz do filho. Como Christopher, também lutava consigo mesmo para ficar calado, mas não conseguia. Pôs a cabeça para fora e disse: — Sua obrigação vai além de pegar o dinheiro dos clientes, rapaz. Deve conhecer o bastante da profissão para ensinar-lhes o que é certo.
— A não ser que eu concorde com a opinião deles — retrucou Christopher.
Victor sentou-se no chão, o boné azul e desbotado pendendo da cabeça coberta por cabelos grisalhos e oleosos. Seu rosto era quadrado e muito enrugado, entretanto na juventude fora um honrem bonito. Os olhos eram verdes como os do filho.
— Precisa aprender a não responder a seu pai.
— Já pensou em não falar tudo que pensa, pai? — retrucou Christopher, começando a sentir a dor de cabeça que sempre o dominava quando ficava muito tempo ao lado de Victor Uckermann.
O pai levantou-se. Era muito alto e esbelto. Mesmo aos sessenta anos conservava um físico musculoso.
— Quando tiver vivido tanto quanto eu, e adquirir a minha experiência profissional, poderá me responder.
— Você diz isso desde quando eu tinha oito anos — observou Christopher. — Acho que posso dizer que já tenho bastante experiência. Este é o meu trabalho, projetado e executado. É feito como acho que tem que ser. — Encarou o pai. — O cliente tem o que deseja. Contanto que Dulce Saviñón fique satisfeita, tudo bem.
— Pelo que ouvi dizer, tem feito mais do que só satisfazê-la no trabalho.
Mal dissera aquilo, Victor arrependeu-se. Não tivera intenção de falar assim, mas escapara. Deus! O filho sempre o tirava do sério, pensou com irritação.
Christopher segurou com força o martelo. Por um longo momento, desejou gritar ao pai uma série de palavras amargas. Por fim, respondeu:
— O que existe entre mim e Dulce Saviñón só diz respeito a nós dois.
— Moro nesta cidade também, assim como sua mãe. Se falam de minha família, sou atingido. Você tem um filho para criar, e não deve ficar circulando com uma moça elegante para provocar comentários.
— Não ponha Jack na conversa. Deixe meu filho fora disso!
— Jack é meu sangue também, e nada mudará isso. Manteve-o na cidade grande todo aquele tempo para poder dar suas voltas, sabe Deus aonde, mas agora regressou. Na minha cidade não vou permitir que me envergonhe, nem ao menino.
Dar voltas, pensou Christopher com raiva e amargura. Sim, em hospitais, médicos e especialistas. Depois, andar por aí para tentar esquecer a própria dor e fazer o que era certo: cuidar de uma criança que perdera a mãe aos dois anos de idade.
— Não sabe nada a meu respeito. O que fiz, faço, ou o que sou — falou por entre os dentes cerrados, e determinado a não perder o controle. — Porém, você sempre deu um jeito para distorcer as coisas e me culpar.
— Se tivesse sido ainda mais duro, talvez você agora não estivesse criando um filho sem mãe.
A mão de Christopher tremeu, quase deixando o martelo cair. Tentando apoiar-se, feriu o dedo em um estilete.
Victor deixou escapar um grito abafado ao ver o sangue espirrar, e agarrou um lenço. Preocupação e aborrecimento mesclaram-se ao comentário:
— Não presta atenção quando maneja ferramentas, rapaz?
— Saia daqui! — exclamou Christopher, apertando a mão sobre o ferimento e dando um passo atrás. Estava para per der o controle e tinha medo das próprias reações. — Pegue seu material e saia da minha obra.
— Vamos no meu caminhão. Vai precisar levar alguns pontos.
— Disse para sair daqui. Está despedido. — O coração de Christopher batia de modo desordenado. — Pegue suas ferramentas e vá embora.
Envergonhado, Victor atirou os objetos na bolsa, e ao sair murmurou:
— De hoje em diante não temos mais nada para falar um com o outro.
— Nunca tivemos — sussurrou Christopher, mais para si mesmo.
Um post para agradeçer os comentarios que vcs tem feito.
É mto bom saber que vcs estao gostando da web.
Comentem mtooo para q eu poste o resto
Se tivr varios comentarios posto mais amanha
Bjss
Obrigada mesmo pelos comentarios
Autor(a): thaaavondy
Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 813
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stellabarcelos Postado em 11/09/2015 - 01:15:11
Gente que história linda! Nunca ia imaginar que era tão linda assim! Quase chorei no final! Muito amor! Parabéns
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kmusica Postado em 08/01/2012 - 02:32:42
Pena Que A Web Chegou Ao Fim Adorei Essa Web É Uma Das Melhores Parabenssssssssssss
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kmusica Postado em 08/01/2012 - 02:32:41
Pena Que A Web Chegou Ao Fim Adorei Essa Web É Uma Das Melhores Parabenssssssssssss
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kmusica Postado em 08/01/2012 - 02:32:41
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kmusica Postado em 08/01/2012 - 02:32:41
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dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:33
Não acredito que acabou :\ Essa web foi tão linda, amei cada capítulo dela, foi uma história emocionante e envolvente. Eu também não me importaria se você postasse ela até o final de seus dias kkkk' com certeza estarei acompanhando suas outras webs (; beeijão.
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dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:32
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dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:31
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dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:31
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