Fanfic: A dança da sedução adaptada Vondy terminada

Christopher esperou que fossem embora e então sentou-se no chão. Precisava tomar algumas decisões, pensou. E logo. Era um problema estar muito ligado a Dulce, e o filho a adorava. Podia agüentar algumas mágoas, mas recusava-se a magoar Jack. A única coisa sensata a fazer era sentar e ter uma con­versa com Dulce. Era hora de pôr tudo em pratos limpos, concluiu.

Além disso, precisaria ter uma conversa com o menino e saber o que pensava e sentia.

Primeiro Jack, pensou Christopher. Talvez seu filho visse Dulce apenas como uma amiga e, ao contrário, ficasse aborrecido perante a idéia de ela tornar-se alguém muito importante em sua vida. Desde que nascera foram apenas ele e o pai. A dupla.

Christopher se assustou ao perceber movimento no quarto.

—  Se não ligasse esse rádio tão alto, não seria pego de surpresa — falou Victor Uckermann às suas costas.

—  Gosto de trabalhar ouvindo música — respondeu Christopher, mas ergueu-se e desligou o rádio, de modo obedien­te. — Deseja alguma coisa?

Não conversavam desde a cena na cozinha dos Saviñón. Os dois homens olharam-se com desconfiança.

—  Tenho algo a dizer — começou Victor.

—  Então diga.

—  Fiz o melhor que pude a seu respeito. Não é justo que me acuse do contrário, quando me esforcei para ser um bom pai. Talvez tenha sido severo demais, mas era um menino indisciplinado e precisava de rédeas curtas. Tinha uma fa­mília para sustentar e fiz isso do único modo que conhecia. Talvez ache que não passei tempo suficiente com você... —

Victor fez uma pausa e enfiou as mãos nos bolsos. — Pode ser que sim. Não tenho jeito para essas coisas, e não sei agir como age com seu filho. Mas, verdade seja dita, você tam­bém não era uma criança tão agradável como Jack. Ele é a sua melhor obra. Quem sabe devesse ter dito essas coisas no passado, mas é melhor tarde do que nunca.

Christopher nada disse por um longo tempo, tentando recu­perar-se do choque que as palavras do pai tinham provoca­do em seu íntimo. Por fim, falou, escondendo a emoção:

—  Acho que foi o maior discurso que já fez em sua vida.
A expressão de Victor endureceu.

—  Bem, já acabei e vou embora.

— Pai... — Christopher apoiou a furadeira a um canto. — Gostei muito de ouvi-lo.

Victor soltou um suspiro, como se sentisse um profundo alívio.

— Então é bom terminar tudo que tenho a dizer. Quem sabe não devesse ter feito a cena que fiz outro dia, na frente do menino e da... srta.Saviñón. Sua mãe me passou um sermão.

Christopher encarou-o, surpreso.

—  Mamãe?!

—  Sim. — Victor olhou para o chão, fingindo observar as ripas brilhantes de madeira. — Ela não costuma fazer isso, mas quando faz, parece um anjo vingador. Ainda mal fala comigo. Disse que a envergonhei.

—  Dulce também me passou um sermão.

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