Fanfic: A dança da sedução adaptada Vondy terminada

Era como construir uma casa. Christopher concluiu que as fun­dações de seu relacionamento eram sólidas. E já tinha uma planta desenhada na mente. Ele, Dulce, Jack e os filhos que teriam depois. Uma casa precisava de muitas crianças. En­tão, era hora de começar a tirar o desenho do papel, por assim dizer, e arregaçar as mangas.

Talvez Dulce não estivesse pronta para casar ainda, pen­sou, com a escola de bale abrindo as portas. Quem sabe precisasse de certo tempo para pôr as idéias em ordem e ajustar-se ao plano de ser mãe de um menino de seis anos. Podia dar-lhe mais um tempo, refletiu Christopher.

Ficou imóvel, olhando para sua casa que surgia na coli­na à frente e que parecia estar esperando pelo próximo pas­so do dono. Não podia esperar demais, ponderou. Quando começava a construir, gostava de ir até o fim. E queria Dulce ao seu lado, no projeto mais importante de sua vida.

A primeira coisa a fazer, decidiu, enquanto caminhava até a caixa do correio, era conversar com Jack a respeito. O filho precisava sentir-se seguro, confortável e feliz. O meni­no adorava Dulce, e talvez ficasse um pouco apreensivo so­bre as mudanças que aconteceriam com o casamento, mas poderia tranqüilizá-lo, pensou Christopher.

Conversariam à noite, depois do jantar, decidiu. Não agüentava mais a necessidade de acelerar os acontecimen­tos. Quando tivesse se entendido com Jack, pensaria no modo de revelar seus planos a Dulce.

Retirou a correspondência da caixa, e ia lê-la no cami­nho de volta para a picape, quando Dulce o interceptou.

— Não esperava vê-la por aqui a esta hora do dia — dis­se, surpreso, jogando as cartas no banco da caminhonete.

Dulce saiu do próprio carro e inclinou-se para pegar do chão o pedaço de corda que Mike depositara a seus pés. Simulou uma breve luta com o cão, do tipo cabo-de-guerra, onde cada um puxava para um lado, e depois atirou o obje­to para longe, a fim de manter o animalzinho ocupado por um certo tempo.

Observando-a brincar com tanta alegria e simplicidade, Christopher mal conseguia esperar para despejar tudo que lhe ia no coração.

—  Senti sua falta na escola — disse ela.

—  Algum problema?

—  De jeito nenhum! Sem problemas. — Aproximou-se e deslizou as mãos pelo peito de Christopher, um gesto habitual que nunca deixava de excitá-lo. — Nem me deu um beijo de despedida.

—  A porta de seu escritório estava fechada. Imaginei que estivesse ocupada.

—  Então me dê um beijo agora. — Encostou os lábios nos dele, mas arqueou as sobrancelhas ao notar que Christopher não se empenhava na carícia. — Poderia caprichar mais...

—  Dulce, o ônibus escolar vai chegar dentro de instantes.

—  Mas pode fazer melhor — repetiu ela, encostando-se ao seu corpo com força.