Fanfics Brasil - Capitulo 2 - parte 3 A dança da sedução adaptada Vondy terminada

Fanfic: A dança da sedução adaptada Vondy terminada


Capítulo: Capitulo 2 - parte 3

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Dulce o acompanhou ao porão, o que Christopher não espera­va que ela fizesse. Não gritou nem pulou quando um camundongo passou correndo por eles, nem quando viram uma cobra morta há muito tempo que, por certo, viera de­vorar os parentes do ratinho.


Sabia que as mulheres do tipo frágil em geral soltavam gritinhos ou se retraíam, apavoradas, diante de qualquer animal que rastejasse ou corresse. Porém, Dulce apenas fran­ziu o nariz, pegou um caderninho no bolso da jaqueta e fez umas anotações.


Christopher anunciou que a velha caldeira estava arruinada e passou a desfiar os prós e os contras de usar gás ou eletricida­de, embora achasse que, para Dulce, estivesse falando grego e fosse melhor passar as informações para o pai dela. Quando externou essa idéia, ela respondeu com frieza educada:


— Meu pai é compositor e professor universitário. Crê que entenderia mais do que eu só porque é homem?


Christopher pareceu pensar por um instante e respondeu:


— Sim.


— Então sua opinião é incorreta. Pode me enviar as in­formações, mas pelo que me explicou, estou inclinada a optar pelo aquecimento a vapor. Parece mais simples e mais eficiente, já que os canos e radiadores já estão instalados. Desejo conservar o máximo possível da aparência original do prédio e, ao mesmo tempo, torná-lo habitável e atraen­te. Também quero que verifique as chaminés e faça os re­paros que achar necessários.


Christopher não ligou muito para o tom de voz gelado, pois concordou com a opinião. Disse:


— Você é quem manda...


— Certo.


— Está com teias de aranha nos cabelos, patroa.


— Você também. Por favor, providencie uma dedetização e a limpeza do porão. Precisa de uma iluminação me­lhor. Poderá ser utilizado como adega e despensa. Precisa­mos aproveitar todos os recursos.


— Ótimo — aprovou Christopher, pegando uma caderneta e um lápis e fazendo suas próprias anotações.


Dulce dirigiu-se à escada, sacudiu o corrimão vacilante e acrescentou:


— Não é preciso embelezá-la, mas quero que seja segu­ra para ninguém correr o risco de cair e rolar os degraus.


— Tudo será feito dentro dos preceitos de segurança. Não trabalho de outra forma.


— É bom saber disso. Agora deixe-me mostrar-lhe o que desejo fazer no andar principal.


E sabia mesmo o que queria, concluiu Christopher. Talvez fosse até um pouco detalhista demais para o seu gosto. Entretanto, precisava dar-lhe crédito pela intenção de mo­dernizar o edifício e conservar suas excentricidades e charme de épocas passadas. Não conseguia visualizar uma escola de bale ali, mas, sem dúvida, ela sim.


Dulce continuou falando sobre a iluminação e os reparos que desejava. Queria que a cozinha fosse reformada, tornan­do-a menor e mais eficiente e usando o espaço extra para fazer um escritório.


Os outros cômodos que, ao longo dos anos, haviam tido diversas utilidades, seriam vestiários, com balcões e armários.


— Parece muita sofisticação para uma escola de bale de cidade pequena.


Dulce ergueu as sobrancelhas.


— Não é, não. É o correto. Agora, estes dois banheiros... Parou diante de duas portas contíguas.


— Se quer aumentar, posso abrir uma parede entre os dois.


— Não. É melhor deixar dois banheiros Christopher baixou o caderno de notas e encarou-a


— Pretende matricular meninos? — Sorriu de modo ma­licioso. — Acha que as mães da cidade vão deixar os filhos fazer piruetas e volteios?


— Já ouviu falar em Barishnikov? Davidov? — Dulce estava muito acostumada com o preconceito machista so­bre o bale e não ficou irritada. — Aposto em um dançarino bem treinado contra qualquer atleta em um teste de força e resistência.


— E quem usa o tutu? — brincou Christopher, referindo-se ao saiote das bailarinas.


Dulce suspirou com paciência, sabendo que teria de enfren­tar aquele tipo de comentário em uma cidade do interior.


— Para sua informação, os bailarinos são homens de ver­dade. Quer saber de uma coisa? Meu primeiro namorado foi premier danseur, que quer dizer primeiro bailarino de um corpo de bale, dirigia uma Harley e pulava mais alto do que Michael Jordan. Mas Jordan não usa malhas, não é mesmo? Só shorts.


— Uniforme de basquete — corrigiu Christopher.


— É tudo convenção, não acha? Quanto aos banheiros, ficam os dois, mas totalmente reformados, desde azulejos nas paredes até pias baixas para crianças. E quero tudo branco.


— Entendi.


— Vamos prosseguir — comandou Dulce, acenando para a escada no final do corredor. — Próximo andar. Meu apar­tamento.


— Vai morar aqui? Em cima da escola?


— Morar, respirar, comer e trabalhar aqui. É assim que se transforma um sonho em realidade. E tenho idéias bem definidas sobre meu cantinho particular.


— Tenho certeza disso — resmungou Christopher.


 


Idéias específicas e boas, concluiu Christopher uma hora mais tarde. Podia não concordar com certos detalhes do andar principal, mas sem dúvida precisava admitir o bom gosto no outro andar. Dulce queria conservar os moldes originais e restaurar os entalhes de madeira, declarando que se des­cobrisse quem os pintara de branco, arrastaria para o meio da rua e daria um açoites.


Christopher não teve escolha senão concordar.


Certas partes da madeira estavam danificadas e ele gos­tou da perspectiva de restaurá-las sozinho, fazendo-as ficar novas como as demais. Dulce desejava conservar as enormes tábuas do assoalho, e Christopher faria o mesmo, se a casa fosse sua. A medida que fazia a vistoria, viu-se invadido pela mesma excitação da proprietária em ressaltar de novo todo o grande potencial do velho prédio. Deixar sua marca em um imóvel que lá estava, firme, passando de uma geração para a outra.


Houvera um tempo, pensou Christopher, em que só trabalha­ra com as mãos e o cérebro, deixando o coração de lado. Fazia um serviço bem-feito e recebia o pagamento. Mas o amor-próprio e o orgulho tinham surgido depois, e isso o fizera aprimorar-se e tornar-se um verdadeiro artesão. Fa­zer algo bonito para durar era seu objetivo. Construir uma vida.


Voltando o pensamento para o trabalho atual, concluiu que tinha nas mãos uma grande oportunidade e não via a hora de começar a trabalhar. Mesmo que isso significasse lidar com Dulce Saviñón e ficar irritado...


Esperava, caso fechassem o negócio, que ela não fosse uma dessas clientes que ficavam aparecendo e rondando toda hora, fazendo perguntas e bisbilhotando. Em especial, concluiu de má vontade, se estivesse usando aquele maldi­to perfume tão sexy...


Lembrou-se do item "banheiros". As antigas banheiras iriam permanecer, e novas pias, brancas, seriam colocadas. Os ladrilhos ficariam para depois, quando ele trouxesse as amostras para serem escolhidas.


Porém, quando chegaram na parte da cozinha e Dulce co­meçou a dar as ordens, Christopher foi firme:


— Pretende cozinhar de verdade aqui, ou apenas usar o microondas?


— Cozinhar. Sei fazer isso muito bem.


— Então será preciso um trabalho sólido — retrucou ele com brusquidão. — Vai precisar de um ambiente eficiente. A pia deverá ficar sob a janela, e não nessa parede. — Apon­tou para o local. — A geladeira e o fogão ficarão ali para não precisar correr de um lado para o outro.


— Sim, mas... — ela tentou interrompê-lo.


— Ali ficará a copa — continuou Christopher, como se não estivesse ouvindo —, com um belo balcão ligado à cozinha. Vamos colocá-lo ali... — Pegou uma trena no bolso. — Sim! E terá espaço para alguns tamboretes, de modo a ter lugar para trabalhar, sentar e circular sem desperdiçar espaço.


— Estava pensando em pôr uma mesa...


— Então vai ficar sempre dando voltas nela, sem neces­sidade.


— Talvez.


Dulce lembrou-se da mesa na copa dos pais, onde sem­pre conversavam pela manhã. Estava sendo sentimental, concluiu, precisava ser mais prática.


— Deixe-me tomar todas as medidas e da próxima vez trarei desenhos. Poderá estudá-los e tomar sua decisão de­pois.


— Certo,Uckermann! Temos tempo. O andar principal é meu maior interesse.


— Vou levar algum tempo para fazer o projeto e trazer um orçamento. Mas já vou avisando que vai ser caro, e um trabalho de quatro meses.


Dulce já chegara a essa conclusão, mas ouvir aquilo do empreiteiro foi um choque. Pensou um instante e acabou suspirando.


— Está bem. Faça o que for necessário e, caso decida contratá-lo, quando estará disponível?


— Em pouco tempo. Conseguirei a licença na prefeitu­ra para a reforma e comprarei uma parte do material. E provável que comece a reforma na primeira semana do ano.


— Que beleza! Apresente o orçamento, Sr. Uckermann, e verei se fecharemos negócio.


Ela o deixou tomando medidas e fazendo cálculos, e desceu para ficar no alpendre. Podia ouvir o rumor do tráfego na rua principal, a menos de um quarteirão da casa. E sentia também o odor agradável da fumaça que saía de al­guma lareira ou fogão a lenha na vizinhança. O gramado na frente da casa estava um desastre, com ervas daninhas por todos os lados e uma árvore quase morta.


Do outro lado da rua estreita erguia-se um outro edifí­cio de tijolos que fora transformado em prédio de aparta­mentos. Era antigo, bem cuidado e muito quieto, àquela hora da tarde.


Pensou no que Christopher dissera sobre o trabalho sair caro. Ainda bem que economizara bastante na época dos espetá­culos de bale. Por sorte não levara uma vida extravagante nos últimos anos. E tinha o jeito da mãe para os negócios, sem dúvida. As economias haviam crescido, e ainda tinha o dinheiro da herança dos avós. E se sentisse que os recur­sos estavam diminuindo muito depressa, poderia fazer al­gumas apresentações com a companhia de bale, porque essa porta ficara aberta.


Na verdade, pensou Dulce, com todas as semanas de re­forma pela frente, até que seria aconselhável trabalhar e ganhar mais algum dinheiro. Estava acostumada a ter uma vida agitada e produtiva. Uma vez iniciadas as obras, nada haveria a fazer ali, enquanto os operários transitassem o tempo todo.


Seria fácil, pensou, ir à Nova York para trabalhar e vol­tar para a casa dos pais, onde ficaria instalada até o término das obras. Ensaiar, atuar e regressar para sua cidade. Sim, sorriu consigo mesma, essa talvez fosse a melhor solução no momento.


Mas, de imediato, queria ver seu plano começar a tor­nar-se realidade.


— Dulce? — Christopher surgiu com a jaqueta na mão. — Está frio aqui fora.


— Um pouco. Esperava que nevasse. Quase aconteceu no outro dia.


— Contanto que a neve não chegue a um metro.


— O quê?


— Nada. Continue a pensar em seus projetos.


Com um gesto automático, colocou a jaqueta sobre os ombros de Dulce, erguendo os longos cabelos para ajeitar a gola. Pareciam fios de seda em suas mãos, pensou consigo mesmo.


Ainda sentia a maciez da cabeleira negra, quando ela voltou a cabeça e o encarou.


Bem, pensou Dulce com os olhos brilhantes, afinal ele estava interessado. E sentiu o coração acelerar.


— Por que não vamos até a esquina tomar um café? — Voltou a dar o primeiro passo, como se fosse um teste para os dois. — Podemos discutir... o tamanho do balcão da co­zinha.


Christopher voltou a sentir a mesma excitação sensual que ela provocara na loja de brinquedos.


— É a mulher mais bonita que já conheci.


—  Como me pareço muito com minha mãe, agradeço em meu nome e no dela. Quanto a você... também é muito bonito. Mal consigo tirar os olhos de seu rosto — acrescen­tou com ousadia.


Christopher sentiu a garganta seca. O que acontecera com as mulheres desde que saíra de circulação? Quando haviam começado a seduzir os homens em alpendres no meio da tarde? Seus pensamentos ficaram sem resposta.


Sentia o vento frio de dezembro fustigar-lhe o rosto, mis­turado ao calor intenso nas veias.


Tentando proteger-se, segurou-a pelos braços. A jaque­ta deslizou dos ombros delicados, e ele sentiu a rigidez dos músculos bem exercitados sob o tecido da blusa.


Os olhos de Dulce eram da cor de grafite, pensou Christopher. Misteriosos como uma noite sem luar. Bastaria inclinar a cabeça ou, ainda melhor, erguê-la do chão, e encontraria a maciez dos lábios sensuais e arrogantes. Mas ocorreu-lhe a idéia fantástica de que poderia queimar a boca como se a encostasse em ferro em brasa, e isso era muito perigoso.


— Não estou acostumado a receber elogios.


Dulce ergueu-se na ponta dos pés e deu-lhe um leve e rápido beijo nos lábios. As mãos fortes apertaram-lhe os braços, quase fazendo-a gritar. Achando graça da tensão dele, voltou a tocar o solo com o pés.


— Você não pode fazer isso.


Assim dizendo, Christopher a soltou e abaixou-se para pegar a caixa de ferramentas, maldizendo o tremor nas mãos, que não conseguia controlar.


— Não concordo, mas não vou forçar mais. Gostaria de reencontrá-lo, se lhe convier. Mas independente disso, como ambos gostamos deste prédio e aprovo quase todas as suas idéias, espero que possamos trabalhar juntos.


Christopher soltou o ar dos pulmões.


— Você é uma figura e tanto, Dulce!


—  E verdade, sou mesmo. Não me desculpo por ser assim. Vou esperar ansiosa para ver os desenhos e ouvir o preço. Se precisar voltar para tirar mais medidas, sabe onde me encontrar.


— Sim, sei.


Dulce permaneceu onde estava, vendo-o caminhar para a calçada e entrar na picape. Ficaria surpreso se ouvisse o som trêmulo do suspiro que deixou escapar, pensou, assim que ele partiu. E se assustaria também se a visse, de modo lento, sentar no degrau do alpendre e ficar sonhando acordada.


Dulce sentiu um frio intenso. Mas era devido à emoção. Esperou até se acalmar e sentir as batidas do coração volta­rem ao normal.


Christopher Uckermann.


Não era estranho que um homem que só vira duas ve­zes pudesse causar um efeito tão devastador? Não costu­mava ser tímida com o sexo oposto, admitiu com franque­za, mas era muito seletiva.


Entretanto, depois de dois encontros... Não! Precisava ser honesta consigo mesma, pensou. Depois de um encon­tro, desejava fazer amor com Christopher! A segunda vez que o vira só servira para reforçar essa idéia e aguçar o desejo que a deixava confusa.


Então, concluiu consigo mesma, faria a coisa certa. Iria se acalmar, clarear a mente, e começar a pensar na melhor maneira de satisfazer esse desejo.


 




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Autor(a): thaaavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 813



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  • stellabarcelos Postado em 11/09/2015 - 01:15:11

    Gente que história linda! Nunca ia imaginar que era tão linda assim! Quase chorei no final! Muito amor! Parabéns

  • kmusica Postado em 08/01/2012 - 02:32:42

    Pena Que A Web Chegou Ao Fim Adorei Essa Web É Uma Das Melhores Parabenssssssssssss

  • kmusica Postado em 08/01/2012 - 02:32:41

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  • dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:33

    Não acredito que acabou :\ Essa web foi tão linda, amei cada capítulo dela, foi uma história emocionante e envolvente. Eu também não me importaria se você postasse ela até o final de seus dias kkkk' com certeza estarei acompanhando suas outras webs (; beeijão.

  • dulyuckervondy Postado em 08/01/2012 - 00:11:32

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