Fanfic: Laços de vingança - AyA | Tema: RBD
CAPÍTULO I
Anahí estava junto da janela de vidro, imóvel como uma estátua. Seus grandes olhos verdes ardiam, e todos os músculos do corpo acusavam a tensão acumulada por doze horas. Somente a disciplina rígida com que fora educada possibilitava o controle da exaustão. Havia sido uma longa noite e um amanhecer devastador. E cada minuto de agonia havia sido gravado para sempre em sua alma. A enfermeira que a acompanhava agora debruçou-se sobre o berço de seu sobrinho recém-nascido e mostrou-o com um sorriso amplo.
Provavelmente não sabia, Anahí pensou entorpecida, olhando para a moça com o rosto inexpressivo, os músculos congelados numa máscara. Então, ela deixou de sorrir, mas Anahí não notou. Sua atenção era toda para o sobrinho, um bebê de cabelos negros e olhos muito escuros.
Não havia nada de Dulce nele. Era moreno como os habitantes do Mediterrâneo, a ascendência estrangeira claramente estampada nos traços. E estava chorando. Parecia tão infeliz! Anahí imaginou se, de alguma forma estranha e inexplicável, ele sabia que a mãe estava morta. Morta. Ela encolheu-se involuntariamente ao pensar na palavra e começou a caminhar muito devagar pelo corredor, já quase sem forças para sustentá-la.
Nos dias de hoje as mulheres já não morriam de parto. Pelo menos era o que ela imaginava. E Dulce ainda não era sequer uma mulher na opinião da irmã. Aos dezoito anos, ainda estava tentando atravessar a fronteira entre a infância e a idade adulta. Uma menina de ouro, bela, inteligente e tudo mais que uma jovem pode desejar... até Christopher Herrera entrar em sua vida e destruí-la. Uma imensa amargura a invadiu. Era uma emoção tão intensa que chegava a amedrontá-la.
— Srta. Puente...
O som daquela voz a fez parar. O sotaque carregado era como um peso sobre seu peito. Devagar, Anahí ergueu a cabeça e o viu parado a alguns passos de distância. Um homem impossível de se ignorar. Devia ter mais de um metro e oitenta, e o terno bem cortado emoldurava músculos definidos e ombros largos. O tecido falava de riqueza. Ele possuía a graça natural e perigosa de um animal selvagem e a autoridade ameaçadora de um homem nascido para comandar.
Incrédula, Anahí o viu estender a mão morena.
— Por favor, permita-me oferecer minhas mais sinceras condolências pela morte trágica de sua irmã.
Anahí retrocedeu um passo, enojada pela ameaça de qualquer espécie de contato físico.
— O que está fazendo aqui? — perguntou com voz trêmula.
— Você deixou um recado urgente com minha secretária.
— Dulce me fez telefonar, mas eu não pedi que viesse, sr. Herrera . Pedi a presença de seu irmão.
— Christopher está na Grécia. — Alfonso a encarava com olhos negros e frios como uma noite de inverno. — Já o informei sobre a morte de sua irmã, e ele está profundamente consternado.
Um riso histérico brotou da garganta de Anahí.
— É mesmo? — ela perguntou entre a ironia e a incredulidade.
— Gostaria de ver meu sobrinho — Alfonso respondeu, ignorando a demonstração de hostilidade.
— Não! — Anahí reagiu com violência. Odiava Alfonso Herrera como jamais odiara outro ser humano, e seu ódio havia sido nutrido durante vários meses. Agora o sentimento era como um câncer a devorá-la, consumindo todas as outras emoções.
— Você não tem mais direitos que eu...
— Direitos? — ela repetiu ultrajada. — Ainda se atreve a falar de direitos depois do que fez a Dulce? Você não tem nenhum direito sobre o filho de minha irmã!
— Você está perturbada — Alfonso constatou com tom calmo, apesar da tensão evidente.
Anahí sabia que as pessoas não falavam com Alfonso Herrera dessa maneira. Era um homem fabulosamente rico e poderoso. Sua família fazia apenas aquilo que ele determinava, e sua palavra era lei. Não esperava oposição. A mídia sempre publicava histórias terríveis sobre os tolos que ousavam desafiá-lo nos negócios. Mas Anahí não tinha medo. Daria vinte anos de sua vida para ter o poder de ferir Alfonso Herrera como ele havia ferido sua irmã.
— Você a matou... assassinou-a friamente. Espero que agora esteja satisfeito! — Anahí o acusou.
— Srta. Puente — Alfonso chamou, segurando-a pelo pulso ao perceber que ela pretendia dar-lhe as costas.
— Tire a mão de mim, seu porco!
— Não fosse por seu evidente estado de desequilíbrio e pela dor que a dilacera, eu exigiria um pedido de desculpas. Componha-se, antes que eu perca a paciência!
Furiosa, abalada com o contato físico e com o olhar penetrante do grego, Anahí o esbofeteou sem pensar nas conseqüências de sua atitude. Alfonso a soltou e emitiu uma exclamação incrédula enquanto levava uma das mãos ao rosto.
— Nunca mais se aproxime de mim! — ela disparou, assustada com a própria violência. Jamais havia agredido alguém antes!
Sem esperar para saber qual seria a reação de Herrera , ela atravessou o corredor e deixou o hospital.
Estava tão profundamente chocada que não sabia sequer para onde ir. Dulce estava morta. Ainda não conseguira aceitar tão dura realidade. Seus pais haviam morrido num acidente automobilístico quando Anahí tinha dezessete anos. Não tinham nenhum dinheiro, e Dulce era apenas uma menina de onze anos.
— Cuide de Dulce — sua mãe havia repetido várias vezes antes de morrer. Mary Puente ainda repetia o nome da filha caçula quando fora interrompida pelo último suspiro.
Anahí deixara a escola, desistira de qualquer tipo de investimento no próprio futuro e passara a preocupar-se com as necessidades da irmã. Convencera a prima de seu pai a aceitá-las em sua casa e, com Gina por perto, as autoridades do serviço social desistiram de levar Dulce. Anahí havia trabalhado como garçonete. Todos os dias, quando voltava para casa, ainda tinha de cozinhar, lavar, passar e cuidar de todas as tarefas domésticas de Gina, que a tratava como uma empregada barata e, como se não bastasse, ainda ficava com quase todo o dinheiro que Anahí ganhava servindo as mesas de um bar.
Assim que completara dezoito anos, Anahí havia encontrado outras acomodações. Fizera o possível para dar à irmã um lar repleto de amor e segurança, transformando-a em sua prioridade absoluta. E Dulce aproveitara. Ruiva, dona de pernas longas e bem torneadas, ela lembrava a beleza das garotas da Califórnia. E Anahí não podia deixar de sentir orgulho. Não fora fácil fazer a irmã extrovertida e cheia de vida concentrar-se na necessidade de estudar e trabalhar para progredir num mundo tão competitivo.
Mas Anahí havia conseguido. Dulce concluíra o colégio com notas excelentes e fora para a universidade estudar idiomas. Anahí sentira o orgulho que qualquer mãe teria experimentado, e conseguira outro emprego no horário noturno para impedir que a irmã passasse qualquer tipo de privação. Tudo havia sido perfeito antes de Christopher Herrera aparecer.
— Conheci um grego fabuloso! — Dulce anunciara ao telefone. — Ele é lindo, rico e louco por mim...
— Parece bom demais para ser verdade — Anahí murmurara hesitante, desconcertada com o entusiasmo da irmã. Seus namorados costumavam aparecer e desaparecer em seguida sem que ela fizesse qualquer comentário sobre eles. Linda desde o início da adolescência, Dulce conquistara dezenas de rapazes.
— Vou levá-lo para conhecê-la em breve — Dulce havia prometido.
Autor(a): theangelanni
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Mas semanas se passaram antes que Anahí finalmente pudesse conhecer Christopher, um jovem de vinte e cinco anos, de uma beleza quase infantil e de um charme descuidado. Seus olhos castanhos e brilhantes acompanhavam cada movimento de Dulce, e ele falara com Anahí como se estivesse diante da mãe da namorada, e não da irmã mais velha. Chri ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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a_somic___ Postado em 22/12/2011 - 00:14:26
Estou lendo e amando , posta mais , a e quero saber se a Anahi se casou ?
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sobrenatural Postado em 19/12/2011 - 00:38:47
posta mais pf... amando a web... o Alfonso e u fdp meu da vontade de bate nele tadinha da Any...
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sobrenatural Postado em 14/12/2011 - 22:20:18
siim so nao comentei antes pq estava dando erro. possso ate nao comentar mas vou estar lendo. posta mais bjs