Fanfic: O amor é cego (adaptada vondy)-cancelada | Tema: rebelde

— Que droga, primo! Onde vocês se meteram?

            Dulce estremeceu de surpresa ao ouvir o comentário irritado de Chavez, sobrepondo-se à voz suave de Christopher, que parou abruptamente de ler, à chegada da figura verde-amarelada.

            — Então estavam aí! Deus do céu, faz quinze minutos que estou rodando a procura de vocês. Estamos atrasados. Fiquei de levar Dulce de volta depois de uma hora.

            — Não acredito que já tenha passado uma hora — disse ela, desapontada. — Estava adorando a leitura de Christopher.

            — A permissão foi só de uma hora? — Christopher perguntou com um sorriso amarelo, fechando o livro. — Por que tão pouco tempo?

            — Quanto você acha que Alma permitiria se, supostamente, só íamos dar um passeio de carruagem? — perguntou bravo Christian, enquanto Christopher pegava a mão de Clarissa para ajudá-la a se levantar.

            — É, você tem razão — ele concordou, suspirando.

            — Que livro é esse? — Christian perguntou, mudando de assunto. — É um Pope?

            — Isso mesmo. Dulce não consegue ler por causa da falta dos óculos, por isso resolvi ler para ela — respondeu Christopher meio constrangido.

            Chavez não podia acreditar que tal gesto partisse de seu primo Christopher, mas não teceu comentário algum para não deixá-los embaraçados. Em vez disso, dando-lhes às costas, apressou-os:

            — Vamos, a carruagem está à nossa espera e não vejo hora de chegar em casa e trocar essa casaca ridícula.

            Christopher passou a mão de Dulce sobre seu braço e seguiram o primo.

            — Obrigada, Christopher. Você tem uma linda voz e a escolha do livro não poderia ter sido mais perfeita. Adorei sua leitura.

            — Obrigado, mas minha intenção era ler um pouco e depois conversarmos. Achei que ficaríamos juntos por mais tempo.

            Christopher parou de falar para ajudá-la a contornar um obstáculo, que pareceu a Dulce ser o tronco de uma árvore antiga, depois prosseguiu:

            — A que festa você vai hoje à noite?

            — Na dos Devereaux.

            — Vou fazer o possível de vê-la lá então.

            — Na verdade — Dulce ponderou —, é melhor você desistir dessa idéia. Alma já disse que se você aparecer em outra festa que estivermos, não me deixará ficar sozinha nem por um minuto. Creio que ela desconfiou que estivemos juntos nos jardins de Prudhomme. Lamento muito.

            — Não precisa se lamentar, nem se desculpar. Vou dar um jeito.

            Antes que Dulce pudesse dizer qualquer outra palavra, eles já haviam chegado junto à carruagem e Christopher gentilmente a ajudou a subir.

            — Até a noite.