Fanfic: Casamento em Acapulco - AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Para Annie, a noite já estava estragada antes mesmo de começar.

No meio do concerto, quis voltar para casa. Naquele exato momento,

Alfonso talvez estivesse relatando todo aquele caso sórdido ao pai dela. A

palidez de seu rosto convenceu Derrick de que ela não estava se sentindo

bem. A preocupação e a atenção dele a deixaram com um sentimento de culpa. Não queria se aproveitar disso.

Sentindo ainda o beijo suave de boa-noite que Derrick lhe deu nos lábios, Eriça bateu de leve na porta do estúdio. Entrou. Soltou chispas de raiva quando viu Alfonso sentado numa cadeira em frente ao pai dela.

- O concerto já terminou? - perguntou Franco, franzindo a testa ao consultar o relógio.

- Não. Derrick recebeu um telefonema importante exigindo a presença dele - Annie mentiu. - Eu resolvi voltar para casa, em vez de continuar assistindo ao concerto sozinha.

- Um telefonema de negócios a esta hora? - perguntou Franco.

- Você sabe como é, papai - ela respondeu, dando de ombros.Estudava o

rosto pensativo do pai para ver se descobria o que ele e Alfonso tinham

discutido. - Eu já estou acostumada com esse tipo de coisa.

- É uma pena ter que acostumar-se a uma coisa dessas - disse Alfonso.

A expressão sarcástica dele abriu-se num sorriso. Annie então soube que

ele tinha adivinhado por que ela voltara mais cedo.

- Eu aprendi a aceitar isso, sefior.

Ele ergueu uma sobrancelha e então, com desinteresse, desviou o olhar.

- Está ficando tarde, sefior Portilla, e eu já tomei muito de seu tempo.

- De modo algum, de modo algum - Franco levantou-se juntamente com Poncho, afastando com um gesto de mão o pedido de desculpas. - Eu. . . - ele lançou um olhar para Annie. - Eu gostei muito de nossa conversa.

- Eu acompanharei don Alfonso até a porta, papai - ela se apressou a dizer quando o pai começou a contornar a mesa de trabalho.

A expressão pensativa dos olhos azuis dele assustou-a um pouco.

A conversa devia ter sido a respeito dela, pensou Annie.

- Sim, faça isso, minha filha - ele assentiu e já foi se despedindo de Alfonso.

Annie não quis olhar para Poncho até que a porta do estúdio se fechasse atrás deles. Então se virou para ele, o vestido longo de chiffon esvoaçando.

- O que você lhe contou? - murmurou, furiosa.

- O que você acha que eu lhe contei? - replicou Poncho, o olhar examinando com insolência o rosto dela.

- Você não contou nada sobre nós, contou? - Annie estava alarmada com a indiferença dele.

- Eu disse que esperaria pela sua decisão - lembrou-a com frieza.

- Eu sei o que você disse.  Mas nunca acreditei em você e portanto não

vou acreditar agora!

- Não me provoque, Anahí.

- Eu quero saber o que você lhe contou - ela repetiu. - Que coisa falsa e maldosa você lhe disse, para predispô-lo contra mim?

Os olhos de Poncho se apertaram.

- Seu pai tem um código rígido e próprio de conduta, dentro do qual vive

e espera que todos vivam. Duvido muito que alguém consiga influir nesse

código, muito menos um estranho.

- Espera mesmo que eu acredite que você não disse nada a nosso respeito? - Annie falou com rispidez.

Sentiu seus ombros serem agarrados com força. O olhar glacial de Alfonso tirou-lhe o fôlego. Achava-o desumano nesse momento.

- Você se atreve a questionar a minha integridade, quando os seus lábios ainda estão quentes com os beijos de outro homem? ele perguntou com os olhos verdes em brasa.

- Alfonso! - ela exclamou, ofegante, sentindo-se impotente para se libertar daquelas mãos de aço.

Ele a puxou rudemente de encontro ao seu peito e a cabeça dela foi jogada

para trás com a violência desse gesto.

- Você só usa o meu nome quando deseja alguma coisa - Poncho rosnou. - Mas vou-lhe ensinar a usá-lo corretamente!

-você está me machucando! - Annie protestou com voz fraca.

- O que é que está procurando? - os dentes dele brilharam num sorriso sarcástico. - O contato suave do seu amante? Você gostaria que as mãos

dele tivessem tocado na sua nudez antes que as minhas?

Os dedos de Poncho se enterraram ainda mais na carne macia de Annie.

- Alfonso! - ela gemeu de dor, as lágrimas brotando-lhe dos olhos.

- Você quer ser livre, não é?  Quer se livrar da minha presença, do meu

nome.  Mas eu não vou deixá-la ir, Anahí. Você vai pagar pela sua irresponsabilidade.

Poncho então a beijou de uma forma selvagem. Annie viu tudo escurecer. Sentia-se incapaz de resistir, do mesmo modo que se sentia incapaz de retribuir aquele beijo rude e feroz. Quando ele afastou a boca, as emoções dela estavam tão feridas quanto os seus lábios inchados. Os dedos de Poncho se afrouxaram um pouco nos ombros dela. Então a soltou de vez. Depois recuou um passo, assumindo uma expressão arrogante.

- Eu a apanharei amanhã, às duas horas da tarde - disse, num tom autoritário. - Espero a sua resposta, então.

- Vá para o inferno! - murmurou Annie, pressionando o dorso da mão contra a boca que latejava. Um sorriso cínico repuxou os lábios de Alfonso.

- Infelizmente, com você as coisas têm que ser assim.

- Então por que exige tanto de mim? - ela protestou,

- Você é minha esposa - respondeu Poncho, e virou-se para ir embora.

Annie ficou parada durante algum tempo, enquanto seu organismo se

recobrava do choque daquele eontato brutal. Então a porta do estúdio se

abriu, e ela se virou e olhou para o pai.

- O-o que don Alfonso queria? - perguntou, procurando não parecer muito

interessada.

Franco olhou para ela pensativo.

- Ele veio me falar a respeito de uma propriedade minha: você. Pelo menos foi o que ele disse. Pediu minha permissão para vê-la.