Fanfic: Casamento em Acapulco - AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

No dia seguinte foram ver a exposição. A mostra era interessante, mas a

atitude impessoal de Alfonso durante a visita havia acabado com todo o

encanto. Annie se lembrou com saudades de quando ele a levara para conhecer Acapulco. Tinha aprendido muita coisa e se divertira muito.

- Aonde vamos agora? - perguntou ela.

- Para onde gostaria de ir?

- Para mim tanto faz. - Apressou o passo, e começou a andar na frente

dele. Queria também demonstrar indiferença.

Se esperava que ele tentaria alcançá-la, Annie se enganara.

Chegaram a uma pracinha onde havia muita movimentação. Fingindo uma curiosidade que estava longe de sentir, ela caminhou naquela direção. Alfonso que a seguisse, se quisesse.

Um sorriso suavizou as linhas do rosto dela, quando se virou para Poncho e exclamou:

- Olhe! Acho que vai haver uma corrida de tatus!

Ao se aproximar da multidão, sentiu a mão dele em suas costas. No centro do circulo de pessoas estava o ponto de partida da corrida. Os treinadores dos tatus estavam acabando de entrar no círculo, carregando seus estranhos animais encouraçados, de pequenas orelhas e longas caudas.

- Eu não assisti à corrida anual da primavera - comentou Annie, virando-

se para Poncho. - É um acontecimento e tanto. Havia mais de vinte e cinco

mil pessoas presentes.

Os treinadores estavam agora agachados no centro. com uma mão seguravam a cauda de seu tatu, e com a outra seguravam a couraça.

- Qual você acha que vai ganhar? - ela riu com alegria, distraída demais que estava com os tatus, para notar o brilho enigmático dos olhos de Alfonso. - Eu escolho aquele do lado direito. Veja como ele está se debatendo para fugir!

- Eu escolho aquele quietinho que está ao lado do seu - disse Alfonso. - Ele é sensato e não desperdiça as energias à toa.

- Ele provavelmente está assustado demais para se mexer - comentou Annie dirigindo-lhe um olhar travesso. - O meu vai ganhar fácil dele!

Deram a ordem para soltar os tatus. O que Anahí havia escolhido saiu disparado na frente, mas parou poucos metros adiante. O de Alfonso correu, correu e acabou vencendo.

Quando ela se virou, sorridente, para admitir a derrota, foi empurrada de encontro a ele pela multidão. O súbito contato com o corpo de Poncho fez com que suspirasse de susto. Ele a apoiou, puxando-a mais para perto de si.

- Faz muito tempo que eu não vejo você rir com tanta naturalidade, Anahí

- então a afastou com delicadeza, conduzindo-a de volta ao carro. - O que

acontece com os tatus agora? - perguntou, mudando o rumo da conversa para um assunto menos pessoal.

Annie  conteve o impulso de se jogar de novo nos braços dele.

- Eles são terríveis como animais de estimação, por isso são soltos de novo nos lugares onde foram apanhados.

Poncho  concordou com um gesto de cabeça e ficou distante de novo.

Annie vinha sentindo uma estranha agitação nos últimos três dias. Não sabia o que estava acontecendo com ela. Havia mandado Donna para casa e fechara a butique há mais de uma hora. Não havia necessidade de voltar para casa, uma vez que tinha a noite livre.

O sol estava se pondo no horizonte e isso parecia aumentar a melancolia que ela sentia. Começou a andar sem destino. Os bares, ainda vazios, exibiam suas mesas ao ar livre. Ainda era cedo para a vida noturna. Anahí normalmente não bebia, a não ser em reuniões sociais.

No entanto, sentou-se a uma das mesas e pediu um copo de vinho. Estava

brincando com o copo, quando ouviu uma voz familiar.

- Ora, ora, ora, se não é a srta. Portilla! Sozinha e sem o seu Romeu.

Seu estômago revirou quando ela olhou para trás.

- Derrick!

- Eu não sabia se você iria me reconhecer - disse ele, com uma expressão sarcástica no rosto.

Annie não via Derrick desde o dia do incidente com Alfonso, em que ela o rejeitara. Sentiu os olhos arderem ao ver a aspereza dele.

- Pensei que o grande don Alfonso ocupasse todo o seu tempo agora - escarneceu Derrick.

Ela se encolheu.

- Não faça isso, por favor, Derrick - baixou a cabeça para esconder uma lágrima.

Ele soltou uma imprecação. No momento seguinte, Annie ouviu os passos de Derrick se afastando. Então se levantou e saiu atrás dele.

- Derrick! - chamou, ofegante.

Ele hesitou, mas depois se virou bruscamente. Seu rosto estava rígido e tenso pela raiva que sentia.

- Anahí, não há mais nada a dizer. Além disso, eu não preciso da sua compaixão!

- Eu sinto a sua falta - ela murmurou, parada diante dele.

Por um segundo, uma luz brilhou nos olhos de Derrick. Mas logo depois fez uma expressão de repúdio.

- Você não pode ficar com os dois. Já fez a sua escolha.

- Mas não foi a escolha que eu queria fazer - falou sem que pudesse evitar.

Ele a fitou em silêncio, então passou a mão nos cabelos castanhos e espessos.

- Você não está falando coisa com coisa - resmungou. Virou-se para ir embora.

Annie segurou-o pelo braço.

- Sei que não estou dizendo coisa com coisa - murmurou.- Eu só queria poder lhe explicar.

O contato da mão dela pareceu sensibilizá-lo. Derrick se virou, segurando-

a pelos ombros e puxando-a para os seus braços. Beijou os cabelos dela e a apertou com mais força.

- Eu devo estar louco - murmurou. - Quando a vi sentada aqui, deveria ter-me afastado.

- Fico feliz que não tenha feito isso - disse Annie, suspirando. O abraço sufocante estava aliviando a dor no coração dela.

- Por quê? Annie, por quê? - Derrick segurou o rosto dela entre as mãos.

Ela fechou os olhos para não o fitar diretamente. A coragem lhe faltou quando chegou a hora de explicar o problema.

- Se eu lhe contasse tudo - falou com dificuldade - Você só me odiaria

ainda mais.

- Eu deveria odiá-la. Na verdade, pensei que você me -amasse tanto quanto eu te amava. Achei que você estava pensando seriamente em se casar comigo. Este último mês, quando as pessoas me contavam aonde você ia com aquele. . . aquele. . .

Annie tocou nos lábios dele para silenciar aquela torrente descontrolada de palavras. Derrick respirou fundo para recuperar o controle.

- Eu estava quase convencido de que não sentia mais nada por você - ele prosseguiu, com um suspiro triste.

- Eu também pensei que estivesse melhor - Annie não conseguiu afastar a tristeza de seu sorriso.

Ouviram o som de um barco de turistas se aproximando. Derrick a soltou. Annie afastou-se com relutância, desejando que estivessem a sós, para que ele a abraçasse com força e ela se esquecesse de Alfonso. Derrick segurou-lhe a mão.

- Vamos andar um pouco? - perguntou baixinho.

- Eu. . . acho melhor não irmos - Annie balançou a-cabeça.