Fanfic: Casamento em Acapulco - AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

- Humm - ele murmurou, olhando pensativo para ela. – Derrick James tem agido como uma espécie de playboy. Ama as mulheres e depois as deixa. Isto significa que a reputação dele frente aos olhos de seu pai pode ser um problema. É sobre isso que queria me falar? Queria que eu usasse o meu charme para convencer Franco de que Derrick é o homem certo para você?

- Não, eu. . . Bem, acho que papai não está se incomodando com isso - agora que era hora de dizer a Peter por que estava lá, Anahi perdia a coragem. - Papai não vai criar problemas.

- Mas alguma outra coisa vai - ele a incentivava a falar. Ela respirou

fundo e disse:

- Sim - suspirou. - Você se lembra. . . foi há quase dois anos. . . eu havia insistido para que papai e eu tirássemos umas férias juntos. . .

- Em Acapulco? Sim, eu me lembro - disse Peter sorrindo. Se bem me

lembro, você veio até aqui para me pedir que o convencesse. E foi muito

bom, considerando-se a melhora que houve no relacionamento de vocês dois. Acho que essa foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Pena

que vocês nunca tivessem passado férias juntos, antes.

- Mas tio Peter, a coisa não foi bem assim. Tudo aquilo foi um fiasco, um

desastre terrível. - Annie tinha a voz trémula.

Ela olhou distraída para os livros de Direito atrás da mesa dele, não conseguindo mais reprimir as lembranças. Narrou os fatos que tinham

ocorrido, embora intimamente Anahi revivesse cada momento com profunda emoção. Num tom frio e sem emoção.

A ideia das férias tinha surgido de uma necessidade obsessiva de atrair toda a atenção do pai para ela. Achava que só poderia ter sucesso se separasse o pai dos negócios. Durante vários anos, Franco contratara acompanhantes femininos para Annie, para acompanhá-la a algum local de veraneio exclusivo. Mas ele mesmo nunca ia com ela,pois não queria deixar os negócios.

Reunindo os esforços de todos à sua volta, Anahi havia conseguido que o pai concordasse, embora no início com certa relutância, em tirar ferias. A primeira indicação de que os planos dela não iam dar certo foi a reserva que o pai fizera para três pessoas. Explicou-se dizendo que Christian nunca havia tirado férias desde que começara a trabalhar para ele, há quatro anos.

Anahi só percebeu tudo depois, num luxuoso hotel de Acapulco. Para Franco Portilla, férias significavam dirigir os negócios a distância. A primeira reação dela foi de raiva. Depois resolvera desdenhar a companhia dos dois.

Christian a seguiu fielmente naquela primeira tarde, quando Anahi saiu correndo do hotel e se dirigiu às praias ensolaradas de Acapulco. Ela sentiu mais raiva ainda quando descobriu que Christian iria agir como uma espécie de guarda-costas, uma ama-seca masculina não muito diferente das damas de companhia que seu pai lhe impusera no passado. No momento em que pisou na areia dourada, ela compreendeu que seu pai devia apreciar muito a dupla função de Christian: secretário dele e companheiro de Anahi, isto tudo em troca das férias pagas num local luxuoso de veraneio. Era um pensamento perfeitamente adequado para um homem como Franco Portilla.

- Coitado de você. Chris. - ela murmurou, olhando fixamente para o vasto mar azul.

- Por que coitado de mim? - perguntou ele calmamente, parando ao seu lado. Christian segurava o paletó no ombro. A brancura da camisa dele, aberta no pescoço, acentuava a palidez da pele.

- Você trabalha há tanto tempo para papai e esta é a sua recompensa: é obrigado a ficar à disposição dele e ainda tem que me pajear - Annie suspirou, sentia quase tanta pena dele quanto de si mesma.

- Eu não me incomodo - disse Christian, dando de ombros.

- Pois deveria se incomodar! - respondeu irritada. - Por que você deve ser responsável pela filha de Franco Portilla? Eu sou filha dele. quer ele queira ou não! - Uma lágrima brotou dos olhos dela, quando a indignação se transformou em desespero. - Oh, Chris,por que ele não pode ser como os outros pais? Será que estou querendo demais, pedindo-lhe que passe duas semanas comigo? Será que não tenho direito nem a duas semanas?

- Ele náo é como os outros pais, Annie, porque é Franco Portilla - respondeu Christian com calma. Estava acostumado às rápidas mudanças de humor de Annie. - Você precisa compreendê-lo como ele é, e não como gostaria que fosse.

- Em outras palavras, aprecie o sol e a alegria de Acapulco, mas não faça onda - disse Annie em tom de zombaria. - Esqueça-se de que tem direito ao tempo dele.

- À maneira dele, seu pai gosta muito de você.

- Eu não vou desistir - disse com determinação. Tinha o queixo levantado

em desafio. - Papai não vai conseguir me ignorar por muito tempo.

- Não faça nenhuma bobagem - Christian. avisou.

Annie não respondeu, mas havia um brilho malicioso e desafiador em seus olhos. Enganchou a mão no braço dele.

- Vamos caminhar perto da água - ela ordenou.

- Nós não podemos ir muito longe - disse ele, conduzindo-a em direção às pequenas ondas que quebravam na praia. - Seu pai deve estar nos esperando.

- E daí? - Anahi escarneceu. - Eu o estou esperando há muito tempo. Agora, ele que espere por mim, para variar!

Aquela rebeldia deixou Christian preocupado, mas Anahi preferiu ignorá-lo.