Fanfics Brasil - 42 DE VOLTA AO AMOR - AyA ( Adaptada) FINALIZADA

Fanfic: DE VOLTA AO AMOR - AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: 42

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- Não importa neste momento. Eu não iria lhe pedir que tentasse lembrar. Tinha outra coisa em mente.
Ela ergueu a cabeça, fitando-o com um quê de apreensão no olhar.
- Relaxe. E preste atenção. - Ele tornou a ajeitar-lhe a cabeça à posição anterior e retomou a massagem. - Está ouvindo o murmurinho do riacho?
- Sim.
Poncho queria tanto beijá-la que o anseio em seu peito era quase incontrolável. Mas conteve-se. Era cedo demais. Ela lembrara de como cavalgar naquela égua, de como saltar a cerca, controlar a montaria e acalmá-la. Tinha que acreditar que o restante voltaria à tona também. Apenas precisava dar-lhe tempo.
E recusava-se a ouvir a voz em sua mente, avisando-o de que o tempo era o que Annie menos tinha.
- Apenas escute o murmurinho da água - disse-lhe com suavidade. - Não pense em mais nada.
Continuou massageando-lhe a cabeça, seu toque leve, os dedos movendo-se gentilmente por entre as mechar onduladas e sedosas. A respiração dela abrandou-se, logo o corpo relaxou contra o dele. Ficaram sentados daquela maneira por algum tempo, Alfonso desejando poder aquietar sua mente com a mesma facilidade com que a fazia se acalmar. Mas era impossível alcançar aquele estado de relaxamento envolvendo-a assim em seus braços. Desejava-a tanto que mal podia se conter.
Mas era necessário pelo bem de Annie.
Enfim, ouviu-a sussurrando:
- Mal posso acreditar.
- No quê?
- A dor de cabeça passou. - Ela afastou-se um pouco virando-se para fitá-lo com um ar surpreso nos expressivos olhos azuis. - Costumam durar tanto mais.
Poncho assentiu, mas estava preocupado. Dores de cabeça nunca tinham feito parte dos múltiplos sintomas que Anahí sofrera antes.
- Quando essas dores de cabeça começaram?
- Pouco antes de eu ter deixado a clínica. Mas pioraram bastante assim que cheguei aqui. Acho que comecei a ter dores assim fortes na noite em que passei de carro diante desta fazenda pela primeira vez. Imagino que sejam causadas pelo estresse, pelo anseio de querer tanto me lembrar das coisas e não ser capaz. É o bastante para deixar qualquer um com dor de cabeça.
- Poderia ser. - Poncho respirou fundo e esperou que suas palavras não lhe desencadeassem nova dor. - Mas talvez não. Ouça, você esteve tão doente... E você mesma disse que passou dois anos em coma. Mão acha que seria mais prudente nos certificarmos de que essas dores não são algo mais sério?
Ela mordeu o lábio inferior, e Alfonso estendeu a mão, afagando-lhe a face.
- Não vou pressioná-la, está certo? O que decidir estará bem para mim. Mas estou preocupado com você, sabe?
- Sim, eu sei. - Annie soltou um longo suspiro, olhando para o céu de anil acima. - Eu acordei um mês atrás, numa cama de hospital. Michele, a enfermeira, pareceu que iria desmaiar de puro choque quando abri os olhos e lhe falei. Não percebi isso de imediato. Quero dizer, eu estava tão confusa e assustada, sem saber quem eu era ou o que fazia ali. Foi só depois de umas duas semanas que me dei conta de que algo... não estava certo.
- Fisicamente, você quer dizer?
- Não. Eu me sentia bem, ficava mais forte a cada dia. Era a maneira como eles agiam.. Dr. Barlow e as enfermeiras. - Ela estudou-lhe o rosto preocupado enquanto falava. - Não me entenda mal. Na verdade, tratavam-me feito uma rainha lá. Mas insistiam em dizer que eu não tinha família, nem amigos e que não havia razão para ter pressa de sair. E isso simplesmente me pareceu errado, estranho, como se estivessem escondendo algo de mim. Fiquei bastante... desconfiada.
Poncho sorriu. Por um instante, vira um brilho familiar naqueles olhos castanhos.
- Nancy Drew - murmurou.
- O quê?
- Nada. Prossiga, por favor. Quero saber de tudo.
Respirando fundo, ela se deitou na relva macia, colocando as mãos sob a cabeça.
- Eu me dei conta de que nunca tinha visto nenhum outro paciente na clínica.Dr. Barlow me disse que eu tinha sofrido um acidente e que havia passado dois anos em coma. Explicou-me que aquela clínica destinava-se exclusivamente ao tratamento de pacientes como eu, com o mesmo tipo de problema. Mas quando pedi para ver outras pessoas internadas ali, conversar com elas, o médico ficou... estranho. Arranjou pretextos para me desencorajar da idéia, compreende?
Poncho assentiu, imaginando como a antiga Annie teria reagido às respostas vagas, evasivas, do médico. E também se perguntava a respeito daquele tal dr. Barlow, gravando seu nome.
- E, então, o que você fez?
- Eles me davam um sedativo para me ajudar a dormir a cada noite. Assim, numa noite eu não o engoli. Quando a enfermeira saiu, eu me levantei da cama até o banheiro anexo e joguei a pílula no vaso sanitário, dando descarga. Então, esperei até que o lugar mergulhasse em absoluto silêncio. Saí do meu quarto e dei uma olhada ao redor da clínica. - Annie sentou-se na relva, seus olhos adquirindo uma expressão preocupada. - Havia outros pacientes ali, sem dúvida. Em todos os quartos em que verifiquei. Mas estavam todos desacordados e ligados a aparelhos. - Mordeu o lábio inferior. - Isto vai soar bastante estranho, Alfonso.
Ele quase abriu um sorriso. Tê-la ali, contando-lhe algo bastante estranho, era quase tão bom demais para ser verdade. Perdera a conta das vezes em que ela começara uma frase daquela mesma maneira no passado.
- Conte-me assim mesmo.
- Eu acho que fui a única paciente naquele lugar que chegou a acordar do coma.
- Tem certeza.
- Não. Quero dizer, não pude verificar a clínica inteira. Mas realmente não vi ninguém acordado. Era como se estivessem ali para... morrer. E comecei a pensar em como todos pareceram surpresos quando despertei. E em com ficavam me chamando de Jane e dizendo que não tinham nenhuma informação sobre meu passado. Que eu havia lhes dito que não tinha ninguém quando cheguei lá, antes de ter entrado em coma. De repente, eu simplesmente não acreditava em mais nada daquilo.
- Então, acha que estiveram mentido para você?
- Sim. E havia algo acontecendo naquele lugar. Tenho certeza disso.
- Você os confrontou?
- Não quis correr o risco. Se eu estivesse certa e lhes contasse sobre minhas desconfianças, jamais teriam me deixado sair daquele lugar.
- Assim, você fugiu?
- Não por algum tempo. Primeiro, fiz com que me levassem para caminhar todos os dias. Até que pudesse conhecer a planta da clínica. Deixaram-me, inclusive, sair para o pátio algumas vezes. Foi quando, enfim, tiveram que me dar as roupas com que eu havia chegado. Quando achei o pedacinho amassado de um envelope no forro da jaqueta, através do bolso furado, eu soube que tinha de vir até aqui. Era a minha esperança de descobrir a verdade.
Poncho afagou-lhe os cabelos, continuando ao perceber que ela não objetava.
- Não deve ter sido fácil, viajar por toda essa distância... sem saber o que você encontraria aqui.



Annie deu de ombros.
- Eu entrei na sala de descanso das enfermeiras e roubei o cartão de crédito da bolsa de Michele, junto com os óculos escuros e um chapéu ridículo. Ela me apanhou em flagrante.
Poncho ficou tenso.
- Céus... - Mas logo reconheceu o brilho aventureiro nos olhos de Annie. Não o vira por um longo tempo. Não desde muito antes do acidente e de sua suposta morte. Na verdade, não o vira desde que tinham sido adolescentes.
- Eu tive que amarrá-la e prendê-la num armário. Foi algo lamentável, eu sei, mas não tive escolha.
- Talvez a antiga Anahí não tenha desaparecido por completo, afinal.
- Por que diz isso?
- Porque esse teria sido exatamente o tipo de coisa que você faria antes.
- É mesmo?
Poncho assentiu, estudando-lhe o rosto bonito, querendo-lhe perguntar se aquela nova Annie nutria algum sentimento por ele. Imaginando se coisas como desejo ou atração física haviam-lhe sobrevivido na memória junto com a habilidade de cavalgar e a tendência de ver mistério em tudo. Mas não a questionou a respeito. Talvez porque tivesse medo de ouvir a resposta.
- Então, você acha que era mais ou menos uma prisioneira lá?
- Eu não sei. Talvez. Achei melhor não esperar para descobrir.
- E é por essa razão que ficou com tanto pavor de médicos?
- Sim. Eles são solidários entre si, sabe? Se eu for me consultar com alguém, talvez seja enviada de volta para aquela clínica.
- E você acha que eu permitiria?
Ela apenas o encarou, sem dizer nada.
- Teriam que passar por cima do meu cadáver para tirarem você de mim outra vez. E mesmo que conseguissem, ainda teriam o resto da família para enfrentar. Você está a salvo conosco. Ninguém poderá lhe fazer mal algum agora que está em casa.
Anahí suspirou e mordeu o lábio inferior. Observando-a, Alfonso soube que estava perto de conseguir convencê-la.
- Ajudaria se eu lhe dissesse que o médico que tenho em mente é o mesmo que cuidou de sua mãe quando você nasceu? E que cuidou dela outra vez mais tarde, quando seus pais morreram?
Annie fechou os olhos de repente.
- Meus pais estão mortos - declarou, num tom grave.
- Oh, eu não tive a intenção de despejar-lhe a notícia desse jeito. Sinto muito. Não parei para pensar...
- Foi enquanto eu... eu estava... ausente?
Poncho tomou-lhe as pequenas mãos nas suas.
- Você esteve ao lado deles, querida, amparando-os. O seu pai travou uma batalha contra um câncer durante um ano. Ele morreu quando você ainda estava na faculdade, e sua mãe teve um ataque cardíaco fulminante duas semanas depois. Foi quase como se não pudesse mais ter vivido sem ele.
Annie piscou, afastando as lágrimas que lhe afloraram nos olhos.
- Talvez não.
- Eu sei exatamente como ela estava se sentindo.
Poncho viu-a baixando o olhar até seus lábios e esqueceu-se do tempo que passara, inclinando-se para a frente beijou-a de leve.
Uma expressão surpresa passou pelos olhos de Annie, mas um momento depois, fechou-os, e os lábios de ambos se tocaram outra vez. Alfonso envolveu-a com seus braços intensificando o beijo, acariciando-lhe os lábios com infinita ternura. Até que ela se afastou, estremecendo, tornando a baixar a cabeça, massageando as têmporas.
- Annie?
- Nós... devemos voltar. - Ela se levantou da relva.
Poncho censurou a si mesmo. Não deveria ter feito aquilo. Estava indo depressa demais.
- Sinto muito. Não tive a intenção de...
- Não. Está... tudo bem. - Annie ergueu os olhos, fitando-o, e ficou evidente que a dor de cabeça voltara. Mas Poncho também pôde observar um rubor de prazer nas faces que não estivera ali antes.
- Falarei com esse médico que você mencionou, se você achar que devo. Mas apenas se... - Ela se interrompeu, engolindo em seco.
- O quê?



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- Se você estiver do meu lado.Será que Annie não sabia que ele estaria a seu lado vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana se dependesse de sua vontade?- Claro que estarei - prometeu. Pegou-lhe a mão delicada, conduzindo-a até o trecho em que os cavalos pastavam.O que estava acontecendo com ela? Era assustador e abalava-a ao extrem ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 373



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  • jl Postado em 06/02/2012 - 14:01:51

    AAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* QUe final mais perfeito *-* Tudo certo no final *-*

  • jl Postado em 06/02/2012 - 14:01:50

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  • jl Postado em 06/02/2012 - 14:01:49

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  • jl Postado em 06/02/2012 - 14:01:48

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  • jl Postado em 06/02/2012 - 14:01:48

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  • jl Postado em 06/02/2012 - 14:01:47

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  • jl Postado em 06/02/2012 - 14:01:46

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  • jl Postado em 06/02/2012 - 14:01:45

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  • jl Postado em 06/02/2012 - 14:01:44

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