Fanfic: DE VOLTA AO AMOR - AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Anahí recolhera-se ao quarto logo depois do jantar, e, já sentindo sua falta, Poncho sentara-se na sala de estar, perguntando-se o que fazer em seguida. Como conseguiria dormir, sabendo que ela ocupava o quarto ao lado do seu? Como se conter para não ir até lá naquela noite, mesmo que fosse para observá-la adormecida.
Vozes na varanda despertaram-no dos pensamentos. A feminina, que não reconheceu em princípio, disse com impaciência:
- Por que não me fala logo do que se trata tudo isto?
A voz possante de Kuno respondeu:
- Vai descobrir em breve.
A porta se abriu, e Alfonso demorou a ver os dois parando junto à entrada da sala, Kuno e a mulher que o rejeitara e lhe partira o coração alguns anos antes,Claudia Alvarez. Continuava bonita, com mechas de cabelo castanho-claro cascateando-lhe pelos ombros e seus traços delicados. Mas havia mudado. Usava roupas caras e sofisticadas, contrastando com os jeans e camisetas de antigamente. Os sapatos tinham saltos de aspecto letal, e eram da mesma cor da pequena bolsa que carregava. Usava maquiagem impecável, os lábios pintados no exato tom de vermelho das unhas compridas. Era como se antiga Claudia tivesse sido o diamante bruto e agora tivesse sido lapidada à perfeição. Mas Poncho ponderou que gostara da mais da antiga versão anterior. Fora mais autêntica na época.
Kuno se esforçava para parecer zangado, mas não conseguia ocultar a dor em seus olhos.
- Droga, Kuno, por que seu irmão esteve ligando para a mansão o dia inteiro e por que você me arrastou até aqui?
- Para a mansão, hein? Dar o golpe do baú realmente transformaram a vida de uma garota, não é?
- Não vim aqui para ser insultada! - exclamou Claudia, furiosa, mas Poncho teve a impressão de ver um indício de dor em seus olhos também.
- E, então, o seu milionário já está com o pé na cova ou algo assim? Não a fez assinar um acordo pré-nupcial, não foi? Seria uma pena se acabasse descobrindo que se vendeu a ele a troco de nada, não acha?
- Cale-se! - Ela se virou abruptamente para sair mas Kuno segurou-lhe o braço em por um momento, ficaram entreolhando-se, faíscas praticamente explodindo entre ambos.
Alfonso pigarreou, e os dois, enfim, olharam em sua direção.
- Solte-a, Kuno. O assunto não é sobre vocês dois. Deixe isso para lá, sim?
O irmão respirou fundo e soltou-a.
- Espere aqui. - Adiantou-se até a escadaria, subindo os degraus depressa, e Poncho soube que iria buscar Annie.
Claudia soltou um profundo suspiro, mas adiantou-se mais pela sala, deixando a bolsa na mesa de centro e olhando para e escadaria por onde Kuno desaparecera. Virou-se para Poncho, a raiva em seu rosto amenizando-se.
- Olá Claudia. Faz tempo que não a vejo.
Ela assentiu, mas não lhe encontrou o olhar.
- Eu teria passado por aqui. Apenas achei que seria... constrangedor.
- E teve razão.
- Seu irmão teria me esganado se me visse
- E você pode culpá-lo?
- Não posso mudar o passado. Por que Kuno não consegue simplesmente esquecer o que aconteceu?
- E você esqueceu?
- Bem, eu fiz muitas coisas de que me arrependi.
- E não ter aparecido para seu casamento com Kuno foi uma delas?
- Eu não disse isso. - Claudia começou a andar, inquieta, pela sala, olhando na direção da escada. - Você sabe do que se trata isto?
- Sim.
- E não vai me dizer?
- Você não acreditaria em mim. Acho melhor esperar mais um momento e ver por si mesma. Mas, primeiro, tenho que avisá-la a tomar cuidado com o que disser.
Claudia soltou um suspiro de impaciência.
- Isto é ridículo. Eu vou embora.
- Ouça, espere só um pouco e eu...
- Diga ao seu irmão que, quando ele quiser agir como adulto, se esse dia chegar, poderá me ligar. - Irritada, apanhou a bolsa da mesa e adiantou-se até a porta. - Até lá...
- Espere um minuto - chamou-a Kuno, seus passos ecoando na escada. - Pode ter abandonado seu noivo no altar, mas não abandonaria a sua melhor amiga, não é?
Enquanto Kuno e Annie acabavam de descer, Claudia estava de costas para a escada, a mão na maçaneta da porta.
- O que está acontecendo? - perguntou Annie, confusa. - Quem é ela?
Claudia gelou onde estava. A bolsa caiu ao chão, mas não pareceu notar. Virou-se lentamente e, quando seu olhar pousou em Annie, ficou pálida como cera. Seus lábios se moveram, mas nenhum som saiu. E quando cambaleou, Poncho adiantou-se para ampará-la, mas Alfonso foi mais rápido, colocando-se ao lado dela. Não foi necessário. Claudia não desmaiou. Segurou-se com força ao encosto de uma cadeira e ficou ali, com o olhar fixo em Annie, como se estivesse vendo um fantasma. Na verdade, devia achar que se tratava de um.
- A..Annie?
Ela assentiu, ainda sem compreender, e Claudia, enfim, adiantou-se devagar pela sala, sacudindo a cabeça em incredulidade. Alfonso conteve a respiração, desejando que o irmão tivesse tido o bom senso de avisar a ex-noiva a não mencionar a doença de Anahí... mas não o fizera. Era óbvio que ela não estivera nem um pouco preparada para aquilo. Quando se aproximou de Annie, tocou-lhe as mãos como se não pudesse acreditar que era real. Então, envolveu-a junto a si, todo o verniz da sofisticação esquecido.
- Como isto é possível? Eles disseram que você entraria em coma, que não sobreviveria por mais um mês... Eu não... - De repente, soltou-a, dando um passo atrás. Mordeu o lábio inferior, baixando a cabeça.
Alfonso estreitou o olhar, tentando digerir o que acabara de escutar. Mas foi Kuno quem falou:
- Você sabia, não é, Claudia ? Sabia que Annie não havia morrido naquele acidente de carro. Não é?
Os ombros dela tremiam agora, mas não respondeu.
- Fale, droga!