Fanfic: `Me Apaixonei Pelo Cara Errado!` 1ª, 2ª, e 3ª Temp.

Eu: Bom... (Me sentei na cama do lado dele.) Preciso te contar uma coisa.

Rodrigo; O quê?

Eu: Há mais ou menos dois anos atrás, eu tive um problema no útero.

Rodrigo: Como assim? Que tipo de problema?

Eu: Cistos. Tive cistos no ovário...

Rodrigo: Por que não me disse nada?

Eu: Não queria preocupar ninguém. Além era um assunto meu.

Rodrigo: Poxa Júlia, sou seu marido deveria compartilhar seus problemas comigo. Você está com esse problema de novo? Por isso foi ao médico?

Eu: Não, é outra coisa. O médico me disse que eu não poderia engravidar tão facilmente depois desse problema e que se acontecesse eu teria muitos problemas na gestação. Só que...

Rodrigo: Que?

Eu: Eu to grávida.

Rodrigo: O que?

Eu: É isso o que ouviu. Fui ao medico e ele me disse que eu estava de um mês.

Rodrigo: Nossa.

Eu: E agora? O que a gente faz?

Rodrigo: Como assim o que a gente faz?

Eu: Eu não quero o bebê. E não quero passar por tudo de novo. Eu to com medo.

Rodrigo: Vai dar tudo certo amor.

Eu: E se não der.

Rodrigo: Não deu tudo certo quando você engravidou da Sophie?

Eu: É diferente Rodrigo.

Rodrigo: Não é meu amor. Vai dar certo sim. Vou estar com você.

Eu: Eu não quero o bebê. (Disse chorosa.)

Rodrigo: Não tem mais o que fazer. (Passei as mãos no rosto.) E nunca que eu vou deixar você abortar o nosso filho.

Eu: Eu não tenho coragem de fazer uma coisa dessas. To com medo, to assustada.

Rodrigo: Vou estar do seu lado.

Eu: Jura?

Rodrigo: Juro. (Disse me dando um selinho. Sonha, passei a maior parte da gestação sozinha ele não parava em casa nunca, e eu cai numa depressão, a essa altura eu já tinha aceitado o bebê. Em um domingo milagroso, pois ele estava em casa.)

Sophie: Mamãe tem um neném aqui? (Apontou minha barriga enorme.)

Eu: Tem sim anjo.

Sophie: Como ele foi para ai?

Rodrigo: O papai que colocou ai.

Sophie: Como?

Eu: Com uma agulha. (Menti.)

Sophie: Aquela de injeção?

Eu: É, bem cumprida.

Rodrigo: E grossa também.

Eu: Engraçadinho. (Ele riu.)

Sophie: Doeu?

Eu: Bastante. (Ela fez uma caretinha.)

Sophie: Papai não teve dó da mamãe?

Rodrigo: Ela que pediu.

Sophie: Mas o que tinha na agulha mãe?

Eu: Um monte de sementinhas.

Sophie: Iguais as do morango?

Eu: É só que essas fazem crescer nenéns.

Sophie: Posso pedir para o meu namorado colocar sementinha em mim? (Acabei rindo.)

Eu; Não meu amor. Só os adultos podem colocar essas sementinhas uns nos outros.

Rodrigo: Que historia é essa de namorado?

Sophie: Há papai, eu tenho um namorado. (Deu de ombros.)

Rodrigo: Você é muito nova menina.

Sophie: Sou uma mocinha. Não é mamãe?

Eu: É meu amor. Mas já disse que você e o Gustavo tem que pensar em brincar, não em ser namorados.

Sophie: Há, mas estamos brincando de ser namorados. (Neguei.)

Eu: O menina enroleira, igualzinha seu pai.

Sophie: Minha vovó Dora diz o mesmo. Mas minha vovó Laura diz que eu pareço com você. Com quem eu pareço afinal?

Rodrigo: Com os dois.

Sophie: Quando meu irmãozinho vai nascer?

Eu: Ainda falta um mês amor. (Passamos o resto da tarde juntos. O que era um milagre. Durante a madrugada acordei sentido muita dor e sangrando muito, quando cheguei ao hospital fui internada as pressas.)

Ivan: Não da pra segurar mais, seu bebê vai nascer hoje.

Eu: Ta.

Ivan: Pronta?

Eu: Com medo.

Ivan: Vai dar tudo certo. Ta sentindo muita dor?

Eu: Um pouco.

Ivan: Vamos induzir seu parto pra ser mais rápido. Aguenta a dor ta.

Eu; Pode deixar. Eu aguento. (Ele sorriu.)

Ivan: Volto logo. (Assenti.)

Eu: Mãe quem ficou com a Sophie?

Laura: Sua sogra meu amor. Você ta bem?

Eu: To, só estou um pouco preocupada com a Sophie.

Rodrigo: Ela ta bem. Tenta descansar. (Meu pré parto não durou muito, logo que cheguei no quinto dedo de dilatação eles me levaram para a cirurgia já que o bebê entrou em sofrimento. A sala estava tão silenciosa, estavam todos tão tensos que estava me deixando angustiada. E só piorou quando o bebê não chorou, e ai sim começou o desespero das enfermeiras e médicos.)

Eu: O bebê ta bem?

Ivan: Ta sim fica calma. (Depois de os procedimentos comigo terminaram me mandaram para o pós parto e eu apaguei. Quando acordei estavam meus pais e o Rodrigo no quarto. E o Ivan.)

Eu: Ele não ta bem né?

Laura: Anjo, ele nasceu prematuro e...

Eu: A Sophie também nasceu. Meu bebê ta bem né?

Laura: Não amor. Ele não ta bem.

Eu: O que ele tem? Ivan?

Ivan: Ele nasceu com problemas pra respirar. Fizemos de tudo Júlia.

Eu: Eu nem vi meu bebê. (Disse chorosa.)

Laura: Anjo. (Disse me abraçando.) Não fica assim.

Eu: Mamãe eu quero o meu bebê. Eu nem vi ele.

Laura: Eu sei, mas... (Suspirou.) Não fica assim meu amor... (Chorei por horas dias, meses. Não me conformava com a morte do bebê. O que eu mais temia aconteceu. O pior eram as roupinhas, as fotos de quando estava gravida. E a Sophie me perguntando quando que o irmãozinho chegaria. Isso tudo me fazia sofrer demais. Eu e o Rodrigo nos distanciamos ainda mais. Cinco meses depois.)

Rodrigo: Chega Júlia. Não aguento mais. Para de chorar...

Eu: Me deixa em paz.

Rodrigo: Não deixo não. Já fazem cinco meses que o bebê morreu e você ainda ta assim.

Eu: Vai para o inferno me deixa em paz.

Rodrigo: To preocupado com você. Com essa depressão que você caiu.

Eu: Isso tudo é culpa sua.

Rodrigo: Minha?

Eu: Você disse que estaria comigo que estaria do meu lado, que cuidaria de mim. Mas você sumiu, me largou sozinha. Você é o culpado de tudo.

Rodrigo: Não tenho culpa de nada.

Eu: Tem sim. Seu desgraçado me deixa em paz. Eu quero ficar sozinha.

Rodrigo: E a Sophie você não pensa nela. Faz cinco meses que não vejo você brincando com ela. Ela acha que você não gosta mais dela. Isso é justo com a menina. Ficar chorando ai não vai trazer o Gabriel de volta. Só vai fazer mal á você e a nossa filha.