Fanfic: Casamento por conveniência. (Terminada) | Tema: Vondy.

Alguns minutos depois, o médico apareceu.

— Ah! Sr. Uckermann.

— Ela está bem? — perguntou Christopher

— Sim. Ela ficará bem. É jovem e tem excelente saúde. Mas ob­viamente passar por um aborto não é uma situação fácil para uma mulher, independentemente da idade gestacional. Ela está muito aba­lada. O senhor vai precisar ser muito paciente e atencioso para ajudá-la a passar por isso. A melhor solução é outro bebê.

— Agora? — Christopher olhou para ele fixamente.

— Não, imediatamente não. Ela precisará de algumas semanas para superar isso, tanto física quanto emocionalmente.

Christopher assentiu.

— Sinto-me culpado por não estar aqui.

— Não faça isso. Essas coisas acontecem. Não sabemos por quê, mas acontecem. E não afetou de forma alguma a capacidade de ela ter outros filhos. Mesmo assim, quando uma mulher sabe que está grávida e passa nem que seja alguns dias sabendo que outro ser vivo está crescendo dentro dela, a sensação de perda é imensa.

— Entendo — concordou Christopher. — Posso vê-la?

— Sim. Não sei se ela já terá acordado, mas pode entrar e falar com ela. Não discutam até ela melhorar. Essas coisas sempre são marcadas por muita culpa.

— Obrigado, doutor. — Christopher apertou a mão dele. — Por tudo que o senhor fez pela minha esposa.

— Eu não fiz nada além de resolver o problema. — Ele apertou o ombro de Christopher e despediu-se de Henrique e Alexandra. Christopher preparou-se para entrar no quarto de Dulce.

— Vamos embora agora, querido. Seu pai está cansado e deve descansar. Se o médico der alta para Dulce hoje, leve-a para Eaton Square. Chega de deixá-la sozinha.

— Claro. Vá para casa. Papai, durma um pouco — disse Christopher. — E obrigado aos dois pelo que fizeram. Eu... — A voz dele estava embargada.

— Não foi nada. Consideramos Dulce uma filha — disse Dona Alexandra. — Veja se consegue consertar as coisas entre vocês, Christopher, e não — ela implorou — deixe o orgulho e a estupidez atrapa­lharem, filho. — Ela deu um beijo nele. — Você vai ver. Se Deus quiser, tudo ficará bem.

Christopher abriu a porta do frio quarto de hospital e olhou para Dulce, deitada imóvel, como uma boneca, na cama. Ao se aproximar da cama, Christopher pegou uma de suas mãos, tocando-a carinhosamente, sentindo uma forte emoção ao pensar em tudo que ela passara. Como devia ter ficado assustada, acordando e tendo que enfrentar uma ex­periência terrível no meio da madrugada, sozinha, obrigada a telefo­nar para os pais dele. E o que teria acontecido se não tivesse ligado? E se o constrangimento a tivesse vencido e ela ficasse sangrando até a manhã seguinte? E então?

Christopher encolheu os ombros e pôs-se ao lado da cama, observando o adorável e pálido rosto de Dulce emoldurado por seus cabelos cain­do pelos lados dos ombros. Ele soltou a mão dela, com medo de atrapalhá-la, e foi tomado por uma sensação de ternura. Ela parecia uma menina, deitada ali tão quieta. Mas era uma mulher.

Sua mulher.