Fanfic: Casamento por conveniência. (Terminada) | Tema: Vondy.

E naquele instante, Christopher decidiu-se que jamais a deixaria ir.

Dulce acordou com uma sensação de dor no abdômen. Com os olhos ainda fechados, estremeceu. Então, aos poucos, os aconteci­mentos da noite anterior foram tomando forma em seu cérebro seda­do e lentamente ela abriu os olhos.

— Minha Dulce.

Ela ouviu a voz de Christopher, piscou e olhou para ele, com os lábios se abrindo em um "oh". Ele tinha vindo, afinal. Estava ali, não a tinha abandonado e ficado em Nova York, como temera.

Christopher pegou a mão dela e se inclinou para baixo, tocando leve­mente os lábios nos dela.

— Você está aqui — ela falou.

— Sim, estou. E não tenho intenção alguma de ir para qualquer outro lugar.

Dulce registrou as palavras dele em silêncio, e deixou que ele pe­gasse sua mão, sentindo-se mais calma com o movimento dos dedos dele.

— Sinto tanto sobre o bebê — ela falou, lutando contra uma re­pentina emoção. — Eu devia ter...

— Dulce, nada disso foi culpa sua.

— Mas foi. Se eu...

— Não. Não vou permitir que você assuma qualquer responsabili­dade sobre isso. Se alguém aqui tem culpa, sou eu — ele respondeu. — Eu devia estar cego para não notar algo diferente naquele dia, no restaurante. Talvez você até fosse me contar, mas eu nem percebi.

— Bem, agora não tem mais importância — ela disse. — É tarde demais.

— Shhh. Você não pode se aborrecer. Teremos tempo para falar sobre isso quando você melhorar. Vou verificar se o médico vai lhe dar alta hoje.

Ela balançou a cabeça e fechou os olhos, sem se importar realmen­te com o que aconteceria dali para a frente, sentindo uma grande tristeza pelo bebê que jamais teria em seus braços, aquela pequena porção de vida com a qual já sonhava viva e chutando. Ele — porque ela tinha certeza de que era um menino — se pareceria com o pai...

Lágrimas silenciosas correram de suas pálpebras bem fechadas e desceram por suas bochechas.

Christopher a observava, sem poder ajudar. A única coisa que podia fazer era secar as lágrimas com o polegar. Havia muito pouco a fazer, mas ele resolveu que jamais permitiria que ela ficasse sozinha nova­mente para sofrer.