Fanfics Brasil - C-2 Jogos Vorazes (original)

Fanfic: Jogos Vorazes (original)


Capítulo: C-2

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Quando eu era mais jovem, eu assustei minha mãe até a morte, as coisas que eu exclamaria sobre o Distrito 12, sobre as pessoas que regram nosso país, Panem, de uma cidade distante chamada de Capitol. Eventualmente eu entendi que isso iria apenas nos trazer mais problemas. Então eu aprendi a segurar minha língua e mudar minhas feições para uma máscara de indiferença para que ninguém pudesse jamais ler meus pensamentos. Faço meu trabalho silenciosamente na escola. Tenho apenas pequenas conversas polidas no mercado


público. Discuto um pouco mais que negócios no Hob, que é um mercado negro onde eu faço a maior parte do meu dinheiro. Até em casa, onde eu sou mesmo agradável, fujo de discussões sobre assuntos enganadores. Como a colheita, ou a carência de comida, ou os Hunger Games. Prim podia começar a repetir minhas palavras e então onde nós estaríamos?


Na floresta espero a única pessoa com quem eu posso ser eu mesma. Gale. Eu posso sentir os músculos do meu rosto relaxando, meu passo apressando enquanto eu subia as colinas para o nosso lugar, uma orla de pedra com vista para o vale. A visão dele me esperando lá me trouxe um sorriso. Gale diz que eu nunca sorrio exceto na floresta.


"Hey, Catnip," diz Gale. Meu nome real é Katniss, mas quando eu disse para ele pela primeira vez, eu mal tinha sussurrado. Assim ele pensou que eu tinha dito Catnip. Então quando esse lince louco começou a me seguir nos arredores da floresta procurando esmolas, tornou-se o apelido oficial dele para mim. Eu finalmente tive de matar o lince porque ele assustou a caça. Eu quase me arrependi porque ele não era má companhia. Mas eu consegui um preço decente pelo seu couro.


"Olhe o que eu peguei," Gale segura um pedaço de pão com uma flecha o atravessando, e eu rio. Era um pão de padaria de verdade, não o plano e estúpido pão de forma que nós fazemos das nossas rações de grãos. Eu o pego em minha mão, retiro a flecha, e o seguro perto do meu nariz, inalando a fragrância que faz minha boca encher de saliva. Pão ótimo como esse é para ocasiões especiais.


"Mm, ainda quente," eu digo. Ele deve ter estado na padaria de madrugada para consegui-lo. "Quanto te custou?"


"Só um esquilo. Acho que o velho estava se sentindo sentimental essa manhã," diz Gale. "Até me desejou sorte."


"Bem, nós todos nos sentimos mais próximos hoje, não?" Eu disse, nem sequer me importando de girar meus olhos. "Prim nos deixou um queijo." Eu o puxei.


Sua expressão de iluminou de prazer. "Obrigado, Prim. Nós teremos uma festa de verdade." De repente ele cai no sotaque de Capitol, enquanto imita Effie Trinket, a mulher loucamente alegre que chega uma vez ao ano para ler os nomes no pódio. "Eu quase esqueci! Feliz Hunger Games!" Ele arranca algumas amoras silvestres dos arbustos que nos rodeia. "E que as chances -" Ele lança uma uva em um alto arco na minha direção. Eu a peguei com a minha boca e quebrei a pele delicada com os meus dentes. A aspereza doce explode pela minha boca. "- esteja sempre em seu favor!" Eu terminei com igual entusiasmo. Nós temos que brincar sobre isso porque a alternativa é ficar assustado fora de seu juízo. Além disso, o sotaque de Capitol é tão fingido, quase qualquer coisa soa divertida nele.


Eu assisto enquanto Gale tira sua faca e corta o pão. Ele podia ser meu irmão. Cabelo escuro liso, pele cor de oliva, nós até temos os mesmos olhos cinzentos. Mas não somos parentes, pelo menos não próximos. Maior parte das famílias que trabalham nas minas se assemelham dessa forma.


É por isso que minha mãe e Prim, com seus cabelos claros e olhos azuis, sempre parecem fora de lugar. Eles estão. Os pais da minha mãe são parte de uma pequena classe de comerciantes que fornecem para os oficiais, Pacifistas, e o ocasional cliente de Seam. Eles administram uma loja farmacista na parte mais legal do Distrito 12. Uma vez que ninguém pode se dar ao luxo de médicos, boticários são nossos remédios. Meu pai conheceu minha mãe porque numa caçada ele iria de vez em quando coletar ervas medicinais e vendê-las na loja dela para misturá-las em remédios. Ela deve ter realmente o amado para deixar a casa dela para o Seam. Eu tento lembrar isso quando tudo o que eu posso ver é uma mulher que se senta, vazia e inatingível, enquanto suas crianças ficam só pele e ossos. Eu tento perdoá-la pelo meu pai. Mas para ser honesta, eu não sou do tipo que perdoa.


Gale arruma as fatias de pão com o queijo macio, cuidadosamente colocando as folhas de manjericão em cada enquanto eu esvazio os arbustos de suas uvas. Nós ficamos atrás em um esconderijo nas rochas. Desse lugar, nós somos invisíveis mas temos uma clara visão do vale, que está transbordando com vida de verão, verduras para recolher, raízes para escavar, pescado iridescente na luz do sol. O dia é glorioso, com um céu azul e brisa suave. A comida está uma maravilha, com o queijo gotejando dentro do pão quente e as uvas estourando em nossas bocas. Tudo seria perfeito se isso fosse realmente um feriado, se todo o dia fosse vagar nas montanhas com Gale, caçando pela ceia da noite. Mas em vez disso nos temos de ficar de pé na praça às duas horas esperando pelos nomes que são chamados.


"Nós poderíamos fazer, sabe," Gale diz quietamente.


"O quê?" Eu pergunto.


"Deixar o distrito. Fugir. Viver na floresta. Você e eu, nós podemos fazer," diz Gale.


Eu não sei como responder. A idéia é tão ridícula.


"Se nós não tivéssemos tantas crianças," ele acrescenta quietamente.


Eles não são nossos filhos, é claro. Mas eles poderiam ser. Os dois irmãos pequenos e irmã de Gale. Prim. E você pode também acrescentar nossas mães, também, porque como elas viveriam sem nós? Quem saciaria aquelas bocas que estão sempre pedindo por mais? Com ambos caçando diariamente, ainda há noites que a caça tem que ser trocada por banha de porco ou cordões de sapatos ou madeira, ainda tem noite em que nós vamos para cama com nossos estômagos roncando.


"Eu nunca quero ter filhos," eu digo.


"Eu poderia. Se eu não vivesse aqui," diz Gale.


"Mas você vive," eu digo, irritada.


"Esqueça," ele rebate de volta.


A conversa ficou toda errada. Partir? Como eu poderia deixar Prim, que é a única pessoa no mundo que eu certamente amo? E Gale é devotado a sua família. Nós não podemos partir, então por que nós estamos falando sobre isso? E mesmo se nós pudéssemos... mesmo se


pudéssemos... de onde essa coisa de ter filhos veio? Nunca teve nada romântico entre Gale e eu. Quando nós nos conhecemos, eu era uma magrela de doze anos, e embora ele seja apenas dois anos mais velho, ele já parecia um homem. Levou um longo tempo pra nós mesmo tornássemos amigos, para parar de discutir sobre todo negócio e começar a ajudar um ao outro.


 



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Autor(a): fuckingperfect

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