Fanfic: Cidade Cinza

 "Em cada buraco de um coração, há um vazio."

                Na semana seguinte mal nascera e com o essencial nas malas, José Neto e Carla Schnabel escrevem um bilhete com palavras curtas avisando que voltariam vivos. Sem datas, lugares ou mais detalhes.

                Nas bancas de jornal o rosto de Carla estava estampado nos principais jornais da cidade, as manchetes tinham títulos exagerados como: “Mulher psicopata está à solta por São Paulo”, “Grande São Paulo tem uma nova ameaça”, “Jovem de vinte e um anos com problemas mentais está desaparecida.”, “Homem banca herói mas não consegue capturar mulher desaparecida” entre outros títulos que fizeram esboçar sorrisos quase glorificantes em Carla, a não ser pela pitada de ódio que se apoderava das suas entranhas.

                 O que a  mulher temia acontecera mais rápido do que o imaginado: seu desparecimento ganhara grande repercussão em São Paulo. Telefonemas anônimos dizendo que ela estaria no Brokilin, contavam os jornais. Quando Zeca pegou o jornal, leu a entrevista que Álvaro Bueno deu a imprensa pouco tempo depois de perder Carla e ele de vista quando os perseguia, a dias atrás. Zeca riu quando leu a forma que Álvaro descreveu o assalto cometido por Carla e das palavras “maníaca, perigosa e pantera traiçoeira” que ele usou para se referir a ela.

                 “Temos que sair desse bairro” dizia Carla a Zeca depois de amaçar o jornal e atirá-lo ao chão, “fui vista aqui por muita gente, eles devem estar me caçando pelo Brokilin inteiro”. O rosto de Schnabel fora coberto por grande óculos escuro e seu cabelo, que andava solto, estava preso num formato de rabo de cavalo.

                   Os anseios eram inevitáveis. Estar com Carla era o suficiente para Zeca, o garoto estava feliz. Ignorava os telefonemas de Dona Fátima, deixando-a mais preocupada. Em uma rua movimentada Carla e ele decidiam o que fazer juntos, e o que não fazer.

                   Inesperadamente um policial os surpreende e os questiona os porquês se eram turistas e o que procuravam, pois estavam a mais de uma hora parados perto de uma agencia bancária. Carla tinha um plano, ele havia maquinado desde que chegara à porta do local, juntos, inventaram uma desculpa que convencera o policial.

                    Algum minutos depois, e a vítima perfeita acabara de entrar na agencia, para, evidentemente sacar notas de valor. Uma senhora de estatura baixa e cabelos esbranquiçados não sabia o que a esperava na saída, tão indefesa e inocente quanto uma criança. E quando finalmente saiu da agencia bandaria foi abordada por Zeca, o jovem discretamente põe-se na frente da senhora e anunciou o assalto, de longe, Carla observava atenta a tudo.