Fanfic: Cidade Cinza

"O caminho pode ser longo, mas se vale a pena, você o enfrenta." 

—Filha, Carla, minha querida, ouça o que eu tenho a dizer. – começou Carmen após uns minutos em silêncio. —Antes de qualquer coisa, eu amo você e sinto muito por deixar você pensar tudo isso de mim... Você é a melhor filha que uma mãe poderia ter, seu pai e eu temos orgulho de você. Mesmo ele nunca tendo dito isso, eu sei que ele tinha orgulho da filha dele...

—Lamentações não alunam o que passou. – disse Carla encarando o teto, passando a impressão de estar entediada diante daquilo.  —Todas as mentiras que me contou foram descobertas, só acho que nunca mais me verá depois de hoje, irei provar minha sanidade e não terei mais que fugir de nada nem ninguém. Serei livre. Acho bom a senhora se ajudar e contar toda a verdade para as autoridades, os psiquiatras e seja lá quem for que me quer presa no sanatório, hospício, como se tivesse distúrbios graves. E que saber? Sempre soube que era normal e...

—Chega! Pelo amor de Deus! – gritou Carmen de repente assustando a todos. —Você é doente, filha, tem perda de memória devido à doença, cria histórias dentro da própria mente. Eu sabia que viria, filhinha, você não lembra, mas me disse que voltaria hoje, essa data de hoje, e eu me preocupei em chamar os doutores, eles já estão a caminho...

—Doutores? – sussurrou Carla.

                   Lá fora, um homem e uma mulher vestidos de branco desciam da van na qual estava escrito “Casa Santa Maria”. Um carro de polícia na outra calçada escoltava os mesmos por algum motivo não mencionado por Carmen.

                  Imóveis, Carla e Zeca observavam pela janela Carmen abrir a porta para os dois desconhecidos.

—Estou cercada. Eles querem me levar. – afirmou Carla. —Vamos sair daqui, mas ela não pode saber que eu estou saindo... Bem, vamos ficar aqui e provar pra eles que quem é louca e ela.

—Me diz como vai provar isso... – pediu Zeca.

—Pegar os exames verdadeiros, vem comigo...

                   Juntos entraram no escritório da casa, Carla abriu as gavetas, desvirou-as e no mesmo lugar estavam os exames.

  —Veja! A alucinada da minha mãe me enganou esse tempo todo, com a mente doentia dela... – Carla entregou-os a Zeca.

                    José leu com atenção os papeis e à medida que ia se aproximando das beiradas finais do mesmo sua expressão de espanto ia crescendo.

– Impressionante como você pensa uma coisa de uma pessoa e ela faz questão de te provar – disse entregando os papéis nas mãos da mulher.