Fanfic: Cidade Cinza

"Nossas loucuras definem quem nós somos."

              A garota ruiva poia-se na frente de Zeca e do garoto oposto, como se seu corpo fosse uma barreira. Enquanto o caos se estalava no posto, Carla observava tudo com um olhar plácido a tudo. Os outros grupos foram amontoando-se formando um grande círculo de gritos. Não demorou muito a discusão verbal se tornou física, Zeca usou os punhos, causando aparecimento de sangue no rosto do líder dos pálidos, ele caiu no chão desacordado, os amigos ao verem seu líder derrotado, ergueram as mãos ao ataque dos amigos de Zeca. Uns contra os outros,  algumas das meninas de lado, junto com outros meninos tentavam apaziguar a situação. Pessoas que não tinham nenhuma relação com aqueles grupos surgiram com a intenção de se responsabilizar por mais feridos. Zeca fora atingido por socos de um menino do grupo rival, seu nariz sangrou. Um garoto rival apareceu armado com um pegaço de barra de aço e atacou um amigo de Zeca pelas gostas. Algumas garotas foram atingidas no rosto por tapas e socos, Zeca tentava devender suas amigas e amigos mesmo nariz sangrando e muito machucado.

            A alguns metros dali Carla continuava a observar o tumulto dos adolescentes. Havia alguns cabos soltos pelo chão do posto, um deles estava desencapado, Carla abriu a torneira e molhou as mãos. 

  —Ei! – berrou Carla.

           Poucas pessoas olharam, mas eram o suficiente para, pouco a pouco concentrarem mais olhares a Carla. Após mais gritos de Carla, Zeca olhou e viu o cabo na mão de Carla, a ponta do mesmo livre de qualquer proteção de capa ou plástico, o posto de gasolina era abandonado mas certeza de que não corresse energia ali ninguém tinha.

—Se essa palhaçada não acabar eu me mato aqui mesmo! – berrou Carla, com olhos neutros.

—Calma cara, não preci...

—Calma nada! – Carla interrompeu um jovem.

—Você é louca? – disse Zeca incrédulo.

—Eu juro, se vocês todos não irem para a casa de vocês agora e deixarem o Zeca em paz eu me mato. – ameaçou Carla.

—Por mim você pode morrer! – berrou o pálido ainda no chão. — Se defende o Zeca, pode ir!

Algumas garotas tentaram fazer com que Carla largasse o cabo de energia. Zeca foi até Carla e disse:

—Você não está certa das ideias, já acabou, está vendo? Já foram todos embora, acabou...

—Estou cansada de adolescentes podres. – Carla soltou o cabo ao chão finalmente.

—Que merda, o rolê agora está embaçado. – disse um amigo de Zeca.

—Isso não acabou aqui José! – disse o pálido enquanto saía com seu grupo.

—Não sejam idiotas! – disse Carla assustando todos a sua volta. —Esse posto é antigo e não há energia em nenhum cabo aqui, em nada.

— Ninguém garante. – disse Zeca.

—Agora está na hora de você ir pra casa e dar um jeito nesse nariz, Zeca. – mandou Carla.

                Os amigos de Zeca riram.